Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Michel Temer busca blindagem judicial tornando-se presidente efetivo, mas não tem garantias de comandar o País até 2018 caso o impeachment seja aprovado no Congresso. A ameaça ao ainda interino vem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), razão para ele namorar o presidente da corte, Gilmar Mendes, desde as primeiras horas após substituir Dilma Rousseff.
O TSE ainda examina uma ação do PSDB contra a chapa Dilma-Temer eleita em 2014. Indóceis com o governo provisório, que rumina a ideia da reeleição e exita no arrocho fiscal, os tucanos querem que a ação vá até o fim. Foi o que disse o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do impeachment e aliado de Aécio Neves, nesta segunda-feira 16, no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Não se pode descartar o aproveitamento pelo TSE da delação premiada de Marcelo Odebrecht, segundo o qual o empreiteiro deu dinheiro vivo ao PMDB a pedido de Temer.
Nem que o tesoureiro da campanha dilmista, Edinho Silva, do PT, aceite uma missão partidária e faça uma delação sobre as finanças da chapa. Mendes, o presidente do tribunal, nutre indisfarçáveis preferências políticas. Temer iniciou sua interinidade no amanhecer de 12 de maio e, quando o sol se pôs, correu à posse do magistrado no comando da corte, seu primeiro compromisso oficial à frente do Palácio do Planalto. De lá para cá, a dupla já teve ao menos mais dois encontros.
Um foi no escurinho de um sábado no Palácio do Jaburu, a residência oficial do vice-presidente. Foi logo após a divulgação da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, a acusar Temer de ter pedido dinheiro para a campanha de um peemedebista na eleição de 2012. Para todos os efeitos oficiais, a conversa versou sobre o orçamento do TSE.
O segundo foi no início de agosto, um jantar no aconchego de Gilmar Mendes. Também havia outros presentes, como o ministro da Agricultura, senador Blairo Maggi, e a justificativa propalada foi celebrar o fim de antigas negociações entre Brasil e EUA sobre o comércio de carne bovina. Mas, segundo relatos, o cardápio foi a conjuntura política.
Ali, por exemplo, Temer deixou claro que trabalharia para antecipar o julgamento de Dilma. Inclusive pediria o apoio do presidente do Senado, seu ex-desafeto Renan Calheiros, prestes a emplacar o deputado peemedebista Marx Beltrão, seu conterrâneo de Alagoas, no ministério do Turismo, apesar de Beltrão ser réu no STF por falsidade ideológica.
Pode ser só coincidência, mas após tantos flertes, o interino sente-se à vontade para mostrar despreocupação, ao menos em público, sobre o futuro da ação no TSE. Em entrevista publicada nesta segunda-feira 16, disse crer que “o TSE vai separar o julgamento das minhas contas de campanha do das contas da presidente afastada”.
Michel Temer busca blindagem judicial tornando-se presidente efetivo, mas não tem garantias de comandar o País até 2018 caso o impeachment seja aprovado no Congresso. A ameaça ao ainda interino vem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), razão para ele namorar o presidente da corte, Gilmar Mendes, desde as primeiras horas após substituir Dilma Rousseff.
O TSE ainda examina uma ação do PSDB contra a chapa Dilma-Temer eleita em 2014. Indóceis com o governo provisório, que rumina a ideia da reeleição e exita no arrocho fiscal, os tucanos querem que a ação vá até o fim. Foi o que disse o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do impeachment e aliado de Aécio Neves, nesta segunda-feira 16, no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Não se pode descartar o aproveitamento pelo TSE da delação premiada de Marcelo Odebrecht, segundo o qual o empreiteiro deu dinheiro vivo ao PMDB a pedido de Temer.
Nem que o tesoureiro da campanha dilmista, Edinho Silva, do PT, aceite uma missão partidária e faça uma delação sobre as finanças da chapa. Mendes, o presidente do tribunal, nutre indisfarçáveis preferências políticas. Temer iniciou sua interinidade no amanhecer de 12 de maio e, quando o sol se pôs, correu à posse do magistrado no comando da corte, seu primeiro compromisso oficial à frente do Palácio do Planalto. De lá para cá, a dupla já teve ao menos mais dois encontros.
Um foi no escurinho de um sábado no Palácio do Jaburu, a residência oficial do vice-presidente. Foi logo após a divulgação da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, a acusar Temer de ter pedido dinheiro para a campanha de um peemedebista na eleição de 2012. Para todos os efeitos oficiais, a conversa versou sobre o orçamento do TSE.
O segundo foi no início de agosto, um jantar no aconchego de Gilmar Mendes. Também havia outros presentes, como o ministro da Agricultura, senador Blairo Maggi, e a justificativa propalada foi celebrar o fim de antigas negociações entre Brasil e EUA sobre o comércio de carne bovina. Mas, segundo relatos, o cardápio foi a conjuntura política.
Ali, por exemplo, Temer deixou claro que trabalharia para antecipar o julgamento de Dilma. Inclusive pediria o apoio do presidente do Senado, seu ex-desafeto Renan Calheiros, prestes a emplacar o deputado peemedebista Marx Beltrão, seu conterrâneo de Alagoas, no ministério do Turismo, apesar de Beltrão ser réu no STF por falsidade ideológica.
Pode ser só coincidência, mas após tantos flertes, o interino sente-se à vontade para mostrar despreocupação, ao menos em público, sobre o futuro da ação no TSE. Em entrevista publicada nesta segunda-feira 16, disse crer que “o TSE vai separar o julgamento das minhas contas de campanha do das contas da presidente afastada”.
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