Por Altamiro Borges
Num comunicado lacônico, a ESPN Brasil anunciou nesta sexta-feira (30) a demissão do jornalista José Trajano, um dos mais respeitados comentaristas esportivos da tevê brasileira. O surpreendente corte foi comunicado com aparente cinismo pelo site da emissora: “A ESPN rescinde o contrato com José Trajano, que teve papel fundamental na construção da ESPN no Brasil. Agradecemos suas contribuições e desejamos boa sorte nesta nova fase'”. De imediato, a demissão gerou revolta nas redes sociais. Jornalistas e amantes do futebol lamentaram a dispensa. Em seu blog, o amigo Juca Kfouri postou:
*****
José Trajano está vivíssimo!
Juca Kfouri
Encerrou-se um ciclo de mais de duas décadas na vida de José Trajano, um dos mais criativos e dignos jornalistas deste país.
Trabalhamos juntos nos anos 70 na “Placar”, nos 90 no “Cartão Verde” e há cerca de 10 anos na ESPN.
“O melhor mau humor da TV brasileira”, o definiu certa vez Washington Olivetto.
Tão explosivo como leal, tão perfeccionista como generoso, tão verdadeiro como sensível.
Do tipo que chora à toa.
Não me cabe discutir para fora o motivo de empresa para qual trabalho.
Cabe-me dizer a todos que o admiram, como eu, que o Zé está vivíssimo e que não lhe faltam nem projetos nem ganas para realizá-los.
Verdadeiramente triste seria se esta curta e insuficiente homenagem fosse uma despedida.
Felizmente, não é.
José Trajano Reis Quinhões, prestes a completar 70 anos muito bem vividos, seguirá nas boas trincheiras, como aprendeu com seu maior ídolo, mestre Darcy Ribeiro, aquele que se orgulhava de suas derrotas.
*****
A ESPN ainda não explicou os reais motivos da dispensa. José Trajano, que foi diretor de jornalismo do canal e atualmente participava do programa “Linha de Passe”, até agora também não se pronunciou. De qualquer forma, fica uma dúvida no ar. Será que o respeitado comentarista foi demitido por suas opiniões e posições firmes? Recentemente, em entrevista ao UOL Esporte, ele criticou os “engraçadinhos” do novo jornalismo esportivo, que “falam um monte de asneira”. No campo político, ele não tergiversava sobre as suas posições. José Trajano gravou vídeos contra o golpe do impeachment de Dilma e convocou seus amigos a participarem das marchas pela democracia. Esbarrei nele em alguns protestos em São Paulo, sempre altivo e combativo. Será que a sua demissão já reflete o novo clima criado no país com a ditadura do usurpador Michel Temer?
Não custa lembrar que o covil golpista tem feito de tudo para silenciar as vozes dissonantes. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que tem emissoras de rádio, agência de notícia e a TV Brasil – agora batizada de “TV Temer” – está vivendo um clima de terror macarthista. Mais de 40 profissionais já foram demitidos. O conselho curador da EBC, que garantia seu caráter de emissora pública, foi extinto. O ouvidor-geral da empresa, que recebia as críticas da sociedade, teve seu papel esvaziado. E o diretor-presidente da empresa, o jornalista Ricardo Melo, foi ilegalmente exonerado, num total desrespeito ao seu mandato. Nesta quinta-feira (29), o Diário Oficial da União confirmou a rescisão unilateral dos contratos dos jornalistas Luis Nassif, Sidney Rezende, Paulo Markun, Paulo Moreira Leite, Tereza Cruvinel e do sociólogo Emir Sader.
Também nesta semana, a mídia venal – que apoiou o golpe dos corruptos e que agora será recompensada com verbas publicitárias e outras mamatas – requentou a notícia de que o governo ilegítimo cortou a publicidade dos sites e blogs independentes. Os recursos eram escassos – apenas 0,6% do montante da publicidade do governo e das estatais –, mas foram extintos com o nítido objetivo de asfixiar financeiramente as páginas da internet que cumprem papel determinante na denúncia dos desmandos do Judas Michel Temer. A sanha autoritária inclusive foi criticada pelo relator especial da OEA para a liberdade de expressão, Edson Lanza, em sua visita nesta semana ao Brasil. Para ele, a medida tem um nítido caráter de censura e fere a liberdade de expressão.
A surpreendente demissão de José Trajano ocorre neste contexto e reforça a suspeita de que o Brasil trilha o caminho do “estado de exceção” na ditadura Temer!
Num comunicado lacônico, a ESPN Brasil anunciou nesta sexta-feira (30) a demissão do jornalista José Trajano, um dos mais respeitados comentaristas esportivos da tevê brasileira. O surpreendente corte foi comunicado com aparente cinismo pelo site da emissora: “A ESPN rescinde o contrato com José Trajano, que teve papel fundamental na construção da ESPN no Brasil. Agradecemos suas contribuições e desejamos boa sorte nesta nova fase'”. De imediato, a demissão gerou revolta nas redes sociais. Jornalistas e amantes do futebol lamentaram a dispensa. Em seu blog, o amigo Juca Kfouri postou:
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José Trajano está vivíssimo!
Juca Kfouri
Encerrou-se um ciclo de mais de duas décadas na vida de José Trajano, um dos mais criativos e dignos jornalistas deste país.
Trabalhamos juntos nos anos 70 na “Placar”, nos 90 no “Cartão Verde” e há cerca de 10 anos na ESPN.
“O melhor mau humor da TV brasileira”, o definiu certa vez Washington Olivetto.
Tão explosivo como leal, tão perfeccionista como generoso, tão verdadeiro como sensível.
Do tipo que chora à toa.
Não me cabe discutir para fora o motivo de empresa para qual trabalho.
Cabe-me dizer a todos que o admiram, como eu, que o Zé está vivíssimo e que não lhe faltam nem projetos nem ganas para realizá-los.
Verdadeiramente triste seria se esta curta e insuficiente homenagem fosse uma despedida.
Felizmente, não é.
José Trajano Reis Quinhões, prestes a completar 70 anos muito bem vividos, seguirá nas boas trincheiras, como aprendeu com seu maior ídolo, mestre Darcy Ribeiro, aquele que se orgulhava de suas derrotas.
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A ESPN ainda não explicou os reais motivos da dispensa. José Trajano, que foi diretor de jornalismo do canal e atualmente participava do programa “Linha de Passe”, até agora também não se pronunciou. De qualquer forma, fica uma dúvida no ar. Será que o respeitado comentarista foi demitido por suas opiniões e posições firmes? Recentemente, em entrevista ao UOL Esporte, ele criticou os “engraçadinhos” do novo jornalismo esportivo, que “falam um monte de asneira”. No campo político, ele não tergiversava sobre as suas posições. José Trajano gravou vídeos contra o golpe do impeachment de Dilma e convocou seus amigos a participarem das marchas pela democracia. Esbarrei nele em alguns protestos em São Paulo, sempre altivo e combativo. Será que a sua demissão já reflete o novo clima criado no país com a ditadura do usurpador Michel Temer?
Não custa lembrar que o covil golpista tem feito de tudo para silenciar as vozes dissonantes. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que tem emissoras de rádio, agência de notícia e a TV Brasil – agora batizada de “TV Temer” – está vivendo um clima de terror macarthista. Mais de 40 profissionais já foram demitidos. O conselho curador da EBC, que garantia seu caráter de emissora pública, foi extinto. O ouvidor-geral da empresa, que recebia as críticas da sociedade, teve seu papel esvaziado. E o diretor-presidente da empresa, o jornalista Ricardo Melo, foi ilegalmente exonerado, num total desrespeito ao seu mandato. Nesta quinta-feira (29), o Diário Oficial da União confirmou a rescisão unilateral dos contratos dos jornalistas Luis Nassif, Sidney Rezende, Paulo Markun, Paulo Moreira Leite, Tereza Cruvinel e do sociólogo Emir Sader.
Também nesta semana, a mídia venal – que apoiou o golpe dos corruptos e que agora será recompensada com verbas publicitárias e outras mamatas – requentou a notícia de que o governo ilegítimo cortou a publicidade dos sites e blogs independentes. Os recursos eram escassos – apenas 0,6% do montante da publicidade do governo e das estatais –, mas foram extintos com o nítido objetivo de asfixiar financeiramente as páginas da internet que cumprem papel determinante na denúncia dos desmandos do Judas Michel Temer. A sanha autoritária inclusive foi criticada pelo relator especial da OEA para a liberdade de expressão, Edson Lanza, em sua visita nesta semana ao Brasil. Para ele, a medida tem um nítido caráter de censura e fere a liberdade de expressão.
A surpreendente demissão de José Trajano ocorre neste contexto e reforça a suspeita de que o Brasil trilha o caminho do “estado de exceção” na ditadura Temer!
Fica tranquilo Miro: Caetano & Chico farão uma musiquinha sobre isso.
ResponderExcluir"Ditadura Temer"? Mas o cara não era vice da Dilma e do PT? Estranho...
ResponderExcluirÉ mais do que óbvio que o Trajano foi demitido em razão do seu posicionamento político contra o impeachment de Dilma, e penso isso por uma razão simples: há mais de uma década que Trajano declara seu apoio ao governo Lula, e nunca foi despedido da emissora por causa disso. Bastou o Temer assumir o governo, e a ESPN de repente, sem mais nem menos, manda o cara embora. Foi decisão decisão política.
ResponderExcluirMais um comuna na fila do seguro desemprego. Estão caindo um por um...
ResponderExcluirAlguem se lembra de ver algum jornalista demitido por ofender Lula e Dilma no PIG? Claro que nao, entao fica claro a ditadura mediatica.
ResponderExcluir"Mais um comuna na fila de desemprego. Esta caindo um por um". Olha um ignorante perdido aqui, na verdade um idiota elitista e retardado.
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