terça-feira, 25 de outubro de 2016

A Folha e os patos amarelos da Fiesp

Por Altamiro Borges

O pacto mafioso que viabilizou o “golpe dos corruptos” começa a implodir em vários cantos. O presidiário Eduardo Cunha ameaça delatar o palaciano Michel Temer e a sua corja. O ministro tucano Gilmar Mendes compra briga contra o “justiceiro” Sergio Moro. E até a Folha golpista detona a oportunista Fiesp. Em editorial publicado nesta segunda-feira (24), o jornal da famiglia Frias – mais vinculado aos agiotas do mercado financeiro – criticou a falta de coerência da Federação das Indústrias de São Paulo. Na aliança costurada para derrotar o “reformismo brando” de Lula e Dilma, a direita nativa agora vai exibindo as suas contradições – o que indica que não será nada tranquila a vida dos usurpadores que assaltaram o Palácio do Planalto.

Segundo o editorial, com o sugestivo título “Nova fase, velha Fiesp”, a entidade patronal está tentando aproveitar seu protagonismo na conspiração golpista – quando distribuiu patos amarelos para os otários que foram à Avenida Paulista e deu guarita, inclusive filé mignon, aos grupelhos de fascistas mirins – para conseguir maiores benesses do poder. “Que desfaçatez: num momento em que se discute um teto para a expansão dos gastos públicos, a Fiesp aproveita um encontro com a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, para pleitear que o banco, em vez de devolver ao Tesouro R$ 100 bilhões em empréstimos, use os recursos para ajudar o setor das indústrias”, ataca o artigo.

O jornal lembra que a dívida do BNDES com a União supera R$ 525 bilhões e “teve origem na tentativa dos governos petistas de estimular a economia com o uso de dinheiro público”. Para a famiglia Frias, os recursos públicos não devem servir para estimular a indústria e o desenvolvimento, mas apenas para ganhar os juros dos rentistas – e, lógico, dar uma ajudinha aos barões da mídia. A Folha elogia a postura do Judas Michel Temer, que propôs a devolução antecipada de parte dessa dívida, e espinafra as indústrias que agora tentam uma manobra – algo parecido como uma “pedalada fiscal”. Ao final, o editorial explicita a fratura no pacto mafioso e ataca a federação das indústrias, sem mencionar o nome do picareta Paulo Skaf – que nem industrial é na atualidade!

“Talvez acostumada a deixar a conta do pato para os outros, a Fiesp parece ignorar que o país já não comporta as demandas paroquiais. O esgotamento do Tesouro e o teto dos gastos impõem um pensamento novo, com soluções amplas e sistêmicas, abrangendo toda a sociedade. Toda e qualquer política pública que importe em subsídios precisa estar alicerçada em análises de custo-benefício e em contrapartidas sólidas e mensuráveis”. Será que o mafioso Paulo Skaf, que é metido a valentão, vai responder à mafiosa famiglia Frias? A conferir!

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