Por Haroldo Lima
A invasão do Senado pela Polícia Federal, no dia 21 passado, desrespeitando abertamente a “harmonia e independência dos Poderes da República”, levou o presidente do Congresso Nacional a fazer uma denúncia vigorosa do processo ditatorial de cunho fascista que cresce no país. Ontem, dia 24 de outubro, Renan Calheiros, que é o presidente do Senado, terceiro homem na hierarquia política do país, em entrevista coletiva, “pôs o dedo na ferida”, chamou as coisas “pelos nomes que elas têm”, “botou os pingos nos is”, como diz nosso povo.
Renan disse que a Polícia Federal está usando “métodos fascistas” nas suas supostas investigações, que está se criando no país uma situação de anormalidade tal que se invade a sede de um dos Poderes da República, o Poder Legislativo, com a autorização de “um juizeco de primeira instância”, e que o ministro da Justiça do governo atual se comporta como um “chefete de polícia”.
Com isto Renan Calheiros se torna a primeira alta autoridade da República a fazer uma contundente denúncia do caminho fascista que vem trilhando, há algum tempo, a frente jurídico-policial, apoiada pela grande mídia, que está alterando a fisionomia democrática do Brasil.
As forças de esquerda apóiam resolutamente o comportamento do presidente do Congresso nessa sua atitude, como ficou patente pelas posições de seus destacados representantes no Parlamento, a senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, e o senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro.
No mundo inteiro, em diferentes oportunidades, sempre que o fascismo se imiscui na cena política e tenta, sorrateiro, ganhar espaços, mandar no Estado, impor o seu estilo e suas formas, e fazer a consciência da população, as forças democráticas, especialmente a esquerda, procuram rápido os caminhos para fazer crescer sua influência, ampliar suas bandeiras e seus apoios, para ir ao enfrentamento. O primeiro passo é o desmascaramento do ardiloso inimigo que se insinua.
A marcha batida da trupe fascistizante tem que ser barrada. É o sentido dramático do tradicional chamado “não passarão”.
Na medida em que apoiarmos bandeiras amplas e prioritárias, como a da democracia, a da defesa do Congresso, a do respeito ao devido processo legal, e conseguirmos adesões expressivas, teremos mais condições de conseguir respaldo para lutas também fundamentais, como a que precisa barrar a sinistra PEC 241.
Nosso povo, com toda razão, é contra a corrupção. O que o momento está a exigir é que mostremos que um justo movimento contra a corrupção está sendo inteiramente desvirtuado, manobrado e utilizado perfidamente para derrotar um projeto político de sentido popular que se praticou no Brasil na última década, com largos benefícios para o povo. Que a luta contra a corrupção virou pretexto. E que hoje, o que se pretende é botar na cadeia, mesmo sem culpa, o líder principal desse projeto, o ex-presidente Lula.
Com isto, as forças do conservadorismo mais tacanho, desmoralizariam o maior projeto popular dos últimos anos na América Latina e abririam caminho para varrer a esquerda e as forças populares do poder que ocasionalmente tiveram nessa parte do continente. Pela pretensão direitista, experiências que puseram um operário na presidência do Brasil, um ex-preso político na presidência do Uruguai, um índio na presidência da Bolívia, um nacionalista na presidência da Venezuela, duas militantes de causas anti-ditatoriais nas presidências do Brasil e da Argentina, tudo isto teria que acabar. De novo viriam eles, os banqueiros ou seus porta-vozes diretos; os capachos do capital estrangeiro ou seus sequazes; o empresariado submisso aos ditames externos ou seus apaniguados.
Imediatamente há que se entrelaçar objetivos, entre os quais: a luta em defesa da Constituição, do respeito ao Congresso, da intocabilidade do parlamentar no exercício de seu mandato, que não pode ser preso salvo em ‘flagrante de crime inafiançável”, sem mistificações, como manda a Constituição; a luta pela preservação de direitos populares, como os que seriam extirpados pela PEC 241; a luta contra o abuso de poder e a hipertrofia da máquina jurico-policial, germe do autoritarismo e do fascismo; a luta contra a corrupção, com respeito ao devido processo legal, sem escandalosas parcialidades, sem espetacularização, e sem o aniquilamento de grandes empresas nacionais, geradoras de riquezas e de emprego, coincidentemente em benefício de grandes empresas estrangeiras, sequiosas de ocuparem no Brasil o lugar que no passado ocupavam empresas nacionais brasileiras.
Em política, a ingenuidade é imperdoável.
* Haroldo Lima é engenheiro e membro da Comissão Política Nacional do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil.
A invasão do Senado pela Polícia Federal, no dia 21 passado, desrespeitando abertamente a “harmonia e independência dos Poderes da República”, levou o presidente do Congresso Nacional a fazer uma denúncia vigorosa do processo ditatorial de cunho fascista que cresce no país. Ontem, dia 24 de outubro, Renan Calheiros, que é o presidente do Senado, terceiro homem na hierarquia política do país, em entrevista coletiva, “pôs o dedo na ferida”, chamou as coisas “pelos nomes que elas têm”, “botou os pingos nos is”, como diz nosso povo.
Renan disse que a Polícia Federal está usando “métodos fascistas” nas suas supostas investigações, que está se criando no país uma situação de anormalidade tal que se invade a sede de um dos Poderes da República, o Poder Legislativo, com a autorização de “um juizeco de primeira instância”, e que o ministro da Justiça do governo atual se comporta como um “chefete de polícia”.
Com isto Renan Calheiros se torna a primeira alta autoridade da República a fazer uma contundente denúncia do caminho fascista que vem trilhando, há algum tempo, a frente jurídico-policial, apoiada pela grande mídia, que está alterando a fisionomia democrática do Brasil.
As forças de esquerda apóiam resolutamente o comportamento do presidente do Congresso nessa sua atitude, como ficou patente pelas posições de seus destacados representantes no Parlamento, a senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, e o senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro.
No mundo inteiro, em diferentes oportunidades, sempre que o fascismo se imiscui na cena política e tenta, sorrateiro, ganhar espaços, mandar no Estado, impor o seu estilo e suas formas, e fazer a consciência da população, as forças democráticas, especialmente a esquerda, procuram rápido os caminhos para fazer crescer sua influência, ampliar suas bandeiras e seus apoios, para ir ao enfrentamento. O primeiro passo é o desmascaramento do ardiloso inimigo que se insinua.
A marcha batida da trupe fascistizante tem que ser barrada. É o sentido dramático do tradicional chamado “não passarão”.
Na medida em que apoiarmos bandeiras amplas e prioritárias, como a da democracia, a da defesa do Congresso, a do respeito ao devido processo legal, e conseguirmos adesões expressivas, teremos mais condições de conseguir respaldo para lutas também fundamentais, como a que precisa barrar a sinistra PEC 241.
Nosso povo, com toda razão, é contra a corrupção. O que o momento está a exigir é que mostremos que um justo movimento contra a corrupção está sendo inteiramente desvirtuado, manobrado e utilizado perfidamente para derrotar um projeto político de sentido popular que se praticou no Brasil na última década, com largos benefícios para o povo. Que a luta contra a corrupção virou pretexto. E que hoje, o que se pretende é botar na cadeia, mesmo sem culpa, o líder principal desse projeto, o ex-presidente Lula.
Com isto, as forças do conservadorismo mais tacanho, desmoralizariam o maior projeto popular dos últimos anos na América Latina e abririam caminho para varrer a esquerda e as forças populares do poder que ocasionalmente tiveram nessa parte do continente. Pela pretensão direitista, experiências que puseram um operário na presidência do Brasil, um ex-preso político na presidência do Uruguai, um índio na presidência da Bolívia, um nacionalista na presidência da Venezuela, duas militantes de causas anti-ditatoriais nas presidências do Brasil e da Argentina, tudo isto teria que acabar. De novo viriam eles, os banqueiros ou seus porta-vozes diretos; os capachos do capital estrangeiro ou seus sequazes; o empresariado submisso aos ditames externos ou seus apaniguados.
Imediatamente há que se entrelaçar objetivos, entre os quais: a luta em defesa da Constituição, do respeito ao Congresso, da intocabilidade do parlamentar no exercício de seu mandato, que não pode ser preso salvo em ‘flagrante de crime inafiançável”, sem mistificações, como manda a Constituição; a luta pela preservação de direitos populares, como os que seriam extirpados pela PEC 241; a luta contra o abuso de poder e a hipertrofia da máquina jurico-policial, germe do autoritarismo e do fascismo; a luta contra a corrupção, com respeito ao devido processo legal, sem escandalosas parcialidades, sem espetacularização, e sem o aniquilamento de grandes empresas nacionais, geradoras de riquezas e de emprego, coincidentemente em benefício de grandes empresas estrangeiras, sequiosas de ocuparem no Brasil o lugar que no passado ocupavam empresas nacionais brasileiras.
Em política, a ingenuidade é imperdoável.
* Haroldo Lima é engenheiro e membro da Comissão Política Nacional do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil.
Concordo totalmente com Haroldo Lima.
ResponderExcluirFaço apenas uma observação sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Quando ocorreu o golpichimant da presidenta Dilma, ao final do processo, o Senador Renan, fechou a seção afirmando que as instituições republicanas brasileiras estavam funcionando perfeitamente e em harmonia.
E agora? Tudo mudou de lá para cá?
Ouviram Dilma e Lula:
ResponderExcluirEm política, a ingenuidade (soberba, burrice, e/ou, traição) é imperdoável !!!
Recado para o Golpista Traidor Renan:
Já que o seu futuro será igual ao do Cunha (e, mais tarde, ao do MiShell), que tal, travar esta PEC da Morte e valorizar o seu passe ???
O P$DB não descansará, enquanto não tirar o PMDB do PODER !!!