Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:
“O Manual Inútil da Televisão” talvez tenha sido assim, inútil, para o próprio autor. “Jamais consegui aplicá-lo”, brinca Paulo Henrique Amorim. Não se pode dizer a mesma coisa em relação à experiência do leitor, principalmente se este for um jovem aspirante a jornalista.
Por meio de histórias curtas, diretas e divertidas, PH ilumina os bastidores da tevê brasileira, rememora fatos cruciais da vida política do País e desnuda farsantes e escroques que reinaram ou reinam em frente e atrás das câmeras. Acrescenta, de quebra, dicas sobre apuração e edição.
A grande lição brota, no entanto, da interpretação dos fatos presenciados pelo jornalista em mais de três décadas de televisão. Uma experiência que lhe permite, entre outras análises, prever o fim trágico da Rede Globo: “Vai morrer gorda. Com uma audiência alta, mas insuficiente para pagar os custos”. Nascido da costela de O Quarto Poder, livro anterior de PH, O Manual Inútil da Televisão será lançado nesta terça-feira 22, a partir das 19 horas, na livraria Saraiva do Shopping Higienópolis, em São Paulo.
Como nasceu a ideia de fazer um manual inútil da televisão?
Foi uma ideia dos meus editores. Expandir os manuais inúteis que tinha incorporado a meu livro anterior, O Quarto Poder - uma outra história. E a partir daí recontar episódios de meus 32 anos na televisão. "Inútil", porque jamais consegui aplicá-los (do meu jeito).
Quando você adotou o bordão "Olá, tudo bem"?
Quando eu era da Globo, em Nova York, fazia parte do grupo de jornalistas estrangeiros que colaboravam para o programa World Report, da CNN. A editora do programa pediu que cada colaborador fizesse uma saudação na língua de seu país, para usar como chamada para os espectadores da CNN. E eu usei o "Olá, tudo bem", óbvio, dos brasileiros. Pouco depois, fui a Los Angeles cobrir o terremoto e, no hall de entrada do hotel, um americano me reconheceu e reproduziu, no sotaque dele, o "Olá, tudo bem?". Me deu o estalo: isso é um bordão. E o Boni sempre disse que televisão (entre outras coisas) é bordão.
Quem mais o inspirou na tevê?
Ninguém. Se eu fosse começar a carreira de repórter de televisão hoje eu me inspiraria no Caco Barcellos.
Atualmente existe alguma experiência, profissional ou canal no mundo, no modelo tradicional de produzir tevê, que o empolgue?
Sempre vejo com alegria profissional a BBC, especialmente na Inglaterra. O serviço que chega ao Brasil é muito chato.
Qual sua maior recomendação para os jovens jornalistas?
Inspirar-se no Mino Carta.
Quanto tempo ainda dura o poder da Globo?
Como digo no meu site www.conversaafiada.com.br, a Globo vai morrer gorda. Com audiência alta, mas insuficiente para pagar os custos (da Globo). Uma tevê comercial, aberta, não tem futuro, com os custos da Globo, provavelmente os maiores do mundo, relativamente. A Globo engordou com um monopólio que não existe mais. E inchou.
Para desinchar, como já fizeram e continuam a fazer a Record e o SBT, ela tem que ser outra coisa que não a Globo de hoje. Ela se tornou um anacronismo diante das novas tecnologias. O Google brevemente passará a Globo e será o maior destino da publicidade no Brasil... Como diz um valioso informante do Conversa Afiada, o Valdir Macedo, não interessa comprar a Globo, pois a audiência não paga a folha de salários.
E o jornalismo, vai sobreviver?
Claro. Ninguém vive sem jornalismo. Mateus, Marcos, Lucas e João que o digam.
Por meio de histórias curtas, diretas e divertidas, PH ilumina os bastidores da tevê brasileira, rememora fatos cruciais da vida política do País e desnuda farsantes e escroques que reinaram ou reinam em frente e atrás das câmeras. Acrescenta, de quebra, dicas sobre apuração e edição.
A grande lição brota, no entanto, da interpretação dos fatos presenciados pelo jornalista em mais de três décadas de televisão. Uma experiência que lhe permite, entre outras análises, prever o fim trágico da Rede Globo: “Vai morrer gorda. Com uma audiência alta, mas insuficiente para pagar os custos”. Nascido da costela de O Quarto Poder, livro anterior de PH, O Manual Inútil da Televisão será lançado nesta terça-feira 22, a partir das 19 horas, na livraria Saraiva do Shopping Higienópolis, em São Paulo.
Como nasceu a ideia de fazer um manual inútil da televisão?
Foi uma ideia dos meus editores. Expandir os manuais inúteis que tinha incorporado a meu livro anterior, O Quarto Poder - uma outra história. E a partir daí recontar episódios de meus 32 anos na televisão. "Inútil", porque jamais consegui aplicá-los (do meu jeito).
Quando você adotou o bordão "Olá, tudo bem"?
Quando eu era da Globo, em Nova York, fazia parte do grupo de jornalistas estrangeiros que colaboravam para o programa World Report, da CNN. A editora do programa pediu que cada colaborador fizesse uma saudação na língua de seu país, para usar como chamada para os espectadores da CNN. E eu usei o "Olá, tudo bem", óbvio, dos brasileiros. Pouco depois, fui a Los Angeles cobrir o terremoto e, no hall de entrada do hotel, um americano me reconheceu e reproduziu, no sotaque dele, o "Olá, tudo bem?". Me deu o estalo: isso é um bordão. E o Boni sempre disse que televisão (entre outras coisas) é bordão.
Quem mais o inspirou na tevê?
Ninguém. Se eu fosse começar a carreira de repórter de televisão hoje eu me inspiraria no Caco Barcellos.
Atualmente existe alguma experiência, profissional ou canal no mundo, no modelo tradicional de produzir tevê, que o empolgue?
Sempre vejo com alegria profissional a BBC, especialmente na Inglaterra. O serviço que chega ao Brasil é muito chato.
Qual sua maior recomendação para os jovens jornalistas?
Inspirar-se no Mino Carta.
Quanto tempo ainda dura o poder da Globo?
Como digo no meu site www.conversaafiada.com.br, a Globo vai morrer gorda. Com audiência alta, mas insuficiente para pagar os custos (da Globo). Uma tevê comercial, aberta, não tem futuro, com os custos da Globo, provavelmente os maiores do mundo, relativamente. A Globo engordou com um monopólio que não existe mais. E inchou.
Para desinchar, como já fizeram e continuam a fazer a Record e o SBT, ela tem que ser outra coisa que não a Globo de hoje. Ela se tornou um anacronismo diante das novas tecnologias. O Google brevemente passará a Globo e será o maior destino da publicidade no Brasil... Como diz um valioso informante do Conversa Afiada, o Valdir Macedo, não interessa comprar a Globo, pois a audiência não paga a folha de salários.
E o jornalismo, vai sobreviver?
Claro. Ninguém vive sem jornalismo. Mateus, Marcos, Lucas e João que o digam.
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