Por Altamiro Borges
Durante o processo golpista do impeachment de Dilma, inúmeros falsos moralistas ganharam alguns minutos de fama diante dos holofotes da mídia. Um deles foi o presidente do Tribunal de Contas da União, o “sinistro” Aroldo Cedraz, que fez acusações levianas sobre as irregularidades na campanha eleitoral da petista e sobre as tais “pedaladas fiscais”. Agora, porém, ele é quem está na berlinda. A Polícia Federal acaba de pedir a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal por suspeita de corrupção. O jornalista Palmério Dória, o mais irreverente ativista do Twitter, postou de imediato: “A PF quebrou o sigilo do presidente do TCU, Aroldo Ladraz, digo, Cedraz, um dos algozes de Dilma. Demorô”.
Segundo matéria da revista Época – o panfleto da famiglia Marinho que ajudou a endeusar este falso moralista –, “a PF pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e do ministro Raimundo Carreiro, em razão das suspeitas de corrupção envolvendo a atuação do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte. Os indícios surgiram durante a investigação que apura tráfico de influência no TCU. Cedraz é acusado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, de ser o intermediário de repasses para o ministro Raimundo Carreiro. No total, Pessoa diz em sua delação que pagou R$ 1 milhão a Cedraz, em parcelas de R$ 50 mil”.
Com apenas 34 anos de idade, Tiago Cedraz há muito tempo desperta suspeitas em Brasília devido à sua meteórica carreira na advocacia. Nos bastidores, todos comentam que seu enriquecimento se deve à influência política do poderoso pai. Como aponta a Época, “ele faz parte de um grupo de filhos de autoridades que, apesar do curto tempo na advocacia, exibia vida de luxo. A PF descobriu despesas como R$ 500 mil na festa de casamento, além de quase R$ 3 milhões na compra de apartamento, reforma e material de obras. Ele ainda deu de presente à esposa um BMW de R$ 190 mil".
A partir da delação premiada de Ricardo Pessoa, a PF mapeou as relações de Tiago Cedraz, realizou buscas e descobriu dezenas de e-mails e telefonemas considerados suspeitos. “Isso levou a Lava Jato a pedir a quebra dos sigilos do advogado e dos ministros Aroldo Cedraz e Raimundo Carreiro ao STF (Supremo Tribunal Federal). A quebra do sigilo telefônico do escritório de Tiago Cedraz mostra que a sua relação no TCU extrapolava o fato de ser filho do presidente da Corte. O escritório ligou 44 vezes para Carlos Maurício Lociks de Araújo, funcionário do gabinete do ministro Raimundo Carreiro e responsável pelo voto no processo de interesse da UTC”.
As ligações para o gabinete do pai
“Chamaram a atenção ainda as ligações do escritório de Cedraz para o gabinete do pai. Isso porque ele se declara impedido e não julga os casos que envolvem o filho. Para a PF, as ligações mostram que a sua atuação extrapolava a relação de parentesco com o ministro Aroldo Cedraz. Foram 186 ligações para o gabinete do pai, sendo 115 para o chefe de gabinete, Sérgio Teixeira Albuquerque, e outras para três servidoras. Por outro lado, Cedraz fez 49 ligações para números da UTC, incluindo Ricardo Pessoa. Em quatro ligações, as datas coincidem com os repasses citados pelo empreiteiro”.
Os documentos apreendidos pela PF, mostram a forte influência de Tiago Cedraz. Quando foi citado na delação, ele disse que "o escritório de advocacia nunca patrocinou nenhum caso do grupo UTC perante o TCU". Mas a PF pegou uma tabela na sua casa com o acompanhamento dos processos da UTC no tribunal. Há ainda diversos e-mails entre Cedraz e advogados da UTC sobre processos em curso. "Um dos e-mails chamou a atenção da PF. Era uma mensagem enviada por Antonio Carlos Miranda, executivo da UTC, a Bruno de Carvalho Galiano, sócio de Tiago Cedraz. De acordo com o relatório, na mensagem é citado um pedido de 5% feito por um ministro do TCU".
Grana remetida ao exterior
A Polícia Federal suspeita ainda que o filho do presidente do TCU pode ter dinheiro no exterior. Ela apreendeu documentos do Banco do Brasil informando que valores estavam disponíveis para remessa para fora do país. A PF cruzou a informação com as entradas e saídas de Tiago Cedraz no Brasil. Ele fez uma viagem de três dias à Suíça em fevereiro de 2015. O objetivo da quebra dos sigilos é mapear o caminho do dinheiro como forma de confirmar ou descartar a delação de Ricardo Pessoa. "Como ninguém pode ser condenado apenas com a palavra de um delator, os investigadores se concentraram nas datas e valores citados pelo empreiteiro", pondera a sempre equilibrada revista Época.
A publicação da famiglia Marinho, conhecida por não ouvir todos os lados citados em escândalos de corrupção - principalmente quando os acusados são petistas -, até procurou o presidente do TCU. "O ministro Aroldo Cedraz nega que seja investigado". Lógico. Ele quer entrar para a história como um dos líderes do processo do impeachment de Dilma e não com o apelido de "ladraz". O problema é que a vida dá muitas voltas e, mais cedo ou mais tarde, desmascara os falsos moralistas. Vários deles até vão para a cadeia, como o correntista suíço Eduardo Cunha. Outros vão para o lixo da história!
Durante o processo golpista do impeachment de Dilma, inúmeros falsos moralistas ganharam alguns minutos de fama diante dos holofotes da mídia. Um deles foi o presidente do Tribunal de Contas da União, o “sinistro” Aroldo Cedraz, que fez acusações levianas sobre as irregularidades na campanha eleitoral da petista e sobre as tais “pedaladas fiscais”. Agora, porém, ele é quem está na berlinda. A Polícia Federal acaba de pedir a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal por suspeita de corrupção. O jornalista Palmério Dória, o mais irreverente ativista do Twitter, postou de imediato: “A PF quebrou o sigilo do presidente do TCU, Aroldo Ladraz, digo, Cedraz, um dos algozes de Dilma. Demorô”.
Segundo matéria da revista Época – o panfleto da famiglia Marinho que ajudou a endeusar este falso moralista –, “a PF pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e do ministro Raimundo Carreiro, em razão das suspeitas de corrupção envolvendo a atuação do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte. Os indícios surgiram durante a investigação que apura tráfico de influência no TCU. Cedraz é acusado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, de ser o intermediário de repasses para o ministro Raimundo Carreiro. No total, Pessoa diz em sua delação que pagou R$ 1 milhão a Cedraz, em parcelas de R$ 50 mil”.
Com apenas 34 anos de idade, Tiago Cedraz há muito tempo desperta suspeitas em Brasília devido à sua meteórica carreira na advocacia. Nos bastidores, todos comentam que seu enriquecimento se deve à influência política do poderoso pai. Como aponta a Época, “ele faz parte de um grupo de filhos de autoridades que, apesar do curto tempo na advocacia, exibia vida de luxo. A PF descobriu despesas como R$ 500 mil na festa de casamento, além de quase R$ 3 milhões na compra de apartamento, reforma e material de obras. Ele ainda deu de presente à esposa um BMW de R$ 190 mil".
A partir da delação premiada de Ricardo Pessoa, a PF mapeou as relações de Tiago Cedraz, realizou buscas e descobriu dezenas de e-mails e telefonemas considerados suspeitos. “Isso levou a Lava Jato a pedir a quebra dos sigilos do advogado e dos ministros Aroldo Cedraz e Raimundo Carreiro ao STF (Supremo Tribunal Federal). A quebra do sigilo telefônico do escritório de Tiago Cedraz mostra que a sua relação no TCU extrapolava o fato de ser filho do presidente da Corte. O escritório ligou 44 vezes para Carlos Maurício Lociks de Araújo, funcionário do gabinete do ministro Raimundo Carreiro e responsável pelo voto no processo de interesse da UTC”.
As ligações para o gabinete do pai
“Chamaram a atenção ainda as ligações do escritório de Cedraz para o gabinete do pai. Isso porque ele se declara impedido e não julga os casos que envolvem o filho. Para a PF, as ligações mostram que a sua atuação extrapolava a relação de parentesco com o ministro Aroldo Cedraz. Foram 186 ligações para o gabinete do pai, sendo 115 para o chefe de gabinete, Sérgio Teixeira Albuquerque, e outras para três servidoras. Por outro lado, Cedraz fez 49 ligações para números da UTC, incluindo Ricardo Pessoa. Em quatro ligações, as datas coincidem com os repasses citados pelo empreiteiro”.
Os documentos apreendidos pela PF, mostram a forte influência de Tiago Cedraz. Quando foi citado na delação, ele disse que "o escritório de advocacia nunca patrocinou nenhum caso do grupo UTC perante o TCU". Mas a PF pegou uma tabela na sua casa com o acompanhamento dos processos da UTC no tribunal. Há ainda diversos e-mails entre Cedraz e advogados da UTC sobre processos em curso. "Um dos e-mails chamou a atenção da PF. Era uma mensagem enviada por Antonio Carlos Miranda, executivo da UTC, a Bruno de Carvalho Galiano, sócio de Tiago Cedraz. De acordo com o relatório, na mensagem é citado um pedido de 5% feito por um ministro do TCU".
Grana remetida ao exterior
A Polícia Federal suspeita ainda que o filho do presidente do TCU pode ter dinheiro no exterior. Ela apreendeu documentos do Banco do Brasil informando que valores estavam disponíveis para remessa para fora do país. A PF cruzou a informação com as entradas e saídas de Tiago Cedraz no Brasil. Ele fez uma viagem de três dias à Suíça em fevereiro de 2015. O objetivo da quebra dos sigilos é mapear o caminho do dinheiro como forma de confirmar ou descartar a delação de Ricardo Pessoa. "Como ninguém pode ser condenado apenas com a palavra de um delator, os investigadores se concentraram nas datas e valores citados pelo empreiteiro", pondera a sempre equilibrada revista Época.
A publicação da famiglia Marinho, conhecida por não ouvir todos os lados citados em escândalos de corrupção - principalmente quando os acusados são petistas -, até procurou o presidente do TCU. "O ministro Aroldo Cedraz nega que seja investigado". Lógico. Ele quer entrar para a história como um dos líderes do processo do impeachment de Dilma e não com o apelido de "ladraz". O problema é que a vida dá muitas voltas e, mais cedo ou mais tarde, desmascara os falsos moralistas. Vários deles até vão para a cadeia, como o correntista suíço Eduardo Cunha. Outros vão para o lixo da história!
Tem o zé augusto nardes também do tcu e com envolvimento em esquema de sonegação fiscal a serviço do grupo rbs. Operação zelotes que aliás saiu dos noticiários ligeirinho....
ResponderExcluir"Como ninguém pode ser condenado apenas com a palavra de um delator,..."
ResponderExcluirSem dúvida que ninguém da direita vai ser condenado em provas. E mesmo quando há provas, não é condenado. Mas contra o Lula vale tudo!!
"Como ninguém pode ser condenado apenas com a palavra de um delator,...".
ResponderExcluirNinguém da direita. Porque da esquerda, eles inventam alguma teoria. Ou alguém ainda acredita que estamos numa democracia?