Lula, Frei Betto e Fidel Castro, na Colômbia, em setembro de 2003. Foto: Alejandro Ernesto (EFE) |
Por Altamiro Borges
A mídia brasileira, com o seu complexo de vira-lata, sempre reproduziu a visão imperial dos EUA de satanização do líder cubano Fidel Castro. Agora, com o anúncio da sua morte, ela promove uma festa macabra. Na Globonews, os “calunistas” de plantão não se cansam de repetir a palavra “ditador”. No site da Folha, a manchete garrafal: “Ditador Fidel Castro morre em Cuba aos 90 anos”. Já a asquerosa Veja destaca os “10 fatos sobre a vida do ex-ditador”. E a revista Época segue a toada emburrecedora: “Aos 90 anos, morre o ditador cubano Fidel Castro”. Uma rápida olhada nos sites dos principais veículos internacionais evidencia como a mídia nativa afundou de vez no jornalismo rastaquera.
A guerra fria acabou e o mundo mudou. Mas a mídia brasileira mantém sua linha editorial colonizada e replica as piores posições dos falcões do império. Na prática, ela corrobora com o pensamento fascista de Donald Trump. Logo após o anúncio do falecimento, o magnata corrupto festejou “a morte do ditador brutal que oprimiu seu próprio povo por quase seis décadas... Enquanto Cuba continua sendo uma ilha totalitária, é minha esperança que hoje marque um afastamento dos horrores suportados por muito tempo, para um futuro em que o maravilhoso povo cubano possa finalmente viver em liberdade”. A imprensa nativa segue o pensamento do psicopata que presidirá os EUA!
A guinada direitista de Clóvis Rossi
O triste em mais este episódio é acompanhar a conversão de certos jornalistas que já tiveram um papel mais digno na imprensa nativa. É o caso de Clóvis Rossi, colunista e membro do conselho editorial da Folha. Sua relação conjugal com os tucanos fez com que ele adotasse a mesma trajetória do PSDB. De socialdemocrata a conservador. No artigo publicado neste sábado, intitulado “A esquerda morre com Fidel Castro”, ele confirma sua guinada à direita. Para ele, com o falecimento do líder cubano, “morre na verdade a esquerda que poderia ter sido e não foi, a que poderia ter sido uma utopia libertária e acabou sendo uma ditadura como tantas outras que ensanguentaram a América Latina”.
O jornalista da Folha – o jornal que apoiou o golpe militar de 1964 e os generais “linha dura” que prenderam, torturaram e mataram tantos brasileiros – pousa de teórico ao analisar as vicissitudes das esquerdas e ao menosprezar “um punhado de militantes comunistas e intelectuais seduzidos pela promessa do socialismo”. Ao final, ele conclui: “A morte do ícone dessa utopia fracassada encontra a esquerda numa tremenda crise... Cuba não aceitou (ainda) o liberalismo mas está aceitando o capitalismo, com imensas dificuldades. Sem Fidel, torna-se ainda menos farol para a esquerda”.
Sua tese “acadêmica” talvez ajude a diminuir sua depressão e a justificar sua conversão. Clóvis Rossi há muito tempo “aceitou” o capitalismo e hoje namora com o liberalismo destrutivo do PSDB, o mesmo que ergueu a “pinguela” para o Judas Michel Temer tomar de assalto o poder no Brasil.
Esse tipo de comentários vindos do esgoto não são mais que elogios a uma pessoa que os camundongos não são capazes de entender.
ResponderExcluirClovis Rossi é tucano de muitos carnavais, chegou a culpar Lula pela morte de Jean Charles em Londres (Jean mudara para lá ainda na era FHC). Ademais, o que esperar da Folha Ditabranda???
ResponderExcluirAltamiro, o jornal alemão DW notícias também não teceu elogios ao bravo lutador.
ResponderExcluirA esquerda nao morre com Fidel porque os ideais defendidos pela esquerda independem de uma só pessoa mas da consciência política de milhões de pessoas. A esquerda defende o bem, a igualdade, a inclusão social, a liberdade, e a independência dos povos ao imperialismo capitalista, enfim defende o que é melhor para os povos oprimidos, portanto jamais esses ideais poderão morrer. Rossi nao entende nada de esquerda e muito menos de direita. Rossi é apenas um inocente útil e subserviente do reacionarismo.
ResponderExcluirClovis Rossi e alguns dos seus pares na Folha são o que de mais sórdido e desprezível já existiu na história do jornalismo nacional.
ResponderExcluirSe é que se pode chamar de jornalismo a fuligem que estampa, quase sempre, as páginas daquele jornal.
Clóvis Rossi junto com Augusto nunes e tantos outros são verdadeiros ratos reacionários.
ResponderExcluirSe agarram ao dinheiro por ideologia. Triste fim para esses patetas.
Longa Vida a Fidel.