Por José Reinado Carvalho, no site Vermelho:
O republicano Donald Trump ganhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos, derrotando a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, que despontava como favorita em todas as pesquisas de opinião pública e era tida como imbatível pela mídia burguesa, seus analistas de política internacional, acadêmicos e chancelarias mundo afora.
Derrotado também o presidente Barack Obama, apesar do propalado carisma e fabricada popularidade. Os republicanos venceram também as eleições legislativas tanto na Câmara como no Senado.
A campanha foi marcada por uma retórica agressiva, escândalos, acusações pessoais, que expuseram as vísceras de um sistema político vendido como “a maior democracia do mundo”, mas que é de fato decadente e falido, uma plutocracia cada vez mais distante dos princípios democráticos.
Ganhou um magnata, demagogo, populista de direita, sexista, racista, anti-imigrantes, xenófobo, com traços fascistas, o que indica o crescimento de uma tendência de direita acentuada, o aumento da ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e do povo, uma manifestação no âmbito político da profunda crise estrutural e sistêmica da sociedade estadunidense, expressão dos impasses do sistema capitalista-imperialista, das incuráveis lacerações da sociedade americana.
O aprofundamento da crise nos Estados Unidos implica a adoção de políticas ainda mais antipopulares pela burguesia imperialista e revela o caráter reacionário de suas instituições. É falso dizer que venceu a “antipolítica” ou a negação da política. Na verdade, venceu uma política determinada, ainda mais direitista, que explora um sentimento disseminado de rejeição às instituições. É igualmente uma ilusão supor que Hillary representasse uma vertente “progressista”. Ela foi a candidata do 'establishment', da convergência entre o partido democrata e setores do republicano.
Da lama em que estão submersos Hillary Clinton e Donald Trump nada emergirá de bom para os povos.
Hillary não representava, a mera “continuidade”, a “estabilidade” e “previsibilidade”, uma situação “fácil de lidar” por aliados e adversários dos Estados Unidos, como pretendem os analistas de fancaria que previram a sua “vitória acachapante”. Sua eleição já seria por si mesma uma escalada na política imperialista, seria mais, muito mais do mesmo em termos de agressividade contra os povos. Imbuída da ideia de “restaurar a liderança mundial dos EUA”, afirmou durante a campanha que a manutenção da “segurança” do país e a difusão dos “valores americanos” seriam as suas prioridades. Prontidão militar e fortalecimento de alianças seriam os seus métodos preferenciais, para exercer uma política externa “sem medo”. Intervencionismo ainda maior na região do Oriente Médio, reafirmação da aliança com o Estado sionista israelense e contenção da Rússia e da China faziam parte da sua plataforma de política externa.
Quanto a Trump, embora centrado em temas de política interna, deixou claro durante a campanha seu caráter agressivo, sua tendência ao uso da força e a reafirmação dos piores traços da política externa imperialista. O presidente eleito afirmou na campanha que priorizará a restauração da força, do poder, da grandeza e da primazia dos interesses dos Estados Unidos no mundo, mesmo que para isso precise sacrificar os interesses de seus aliados mais próximos. Prometeu ampliar o poder militar, capacitando o país a não sofrer ameaças de absolutamente ninguém, defendeu a imprevisibilidade das ações da superpotência, a modernização e o uso das armas nucleares.
Quanto às relações com a China e a Rússia, diz que pretende uma “convivência pacífica”, mas garantiu que irá traçar um limite e responder duramente quando alguém o ultrapassar.
Há muita incerteza e novos temores no mundo sobre o que ocorrerá depois que o presidente eleito tomar posse na Casa Branca. Na essência, as linhas gerais da agressividade dos Estados Unidos tendem a se manter. A superpotência norte-americana é o maior fautor de guerras de agressão e do militarismo no mundo. Suas despesas militares ultrapassam os 500 bilhões de dólares, suas bases militares, mais de oitocentas, encontram-se espalhadas em todos os continentes em mais de uma centena de países. Seu braço armado para a Europa e toda a região do Atlântico Norte, a Otan, expande-se para Leste e atua nas campanhas bélicas do Oriente Médio e na Ásia Central.
Suas frotas navais singram os mares mundo afora, exercendo o poder marítimo como concepção estratégica para o domínio do mundo. Seus comandos militares, instalados em regiões estratégicas, continuam cumprindo o papel de pró-consulados e de principais agentes da política externa dos Estados Unidos, que se confunde com as políticas de Segurança e Defesa.
No momento em que se acentuam as disputas entre os círculos mais reacionários das classes dominantes estadunidenses, concentrados nas cúpulas dos partidos democrata e republicano, os comunistas brasileiros reiteram seu empenho pela união dos povos, dos verdadeiros democratas, progressistas e anti-imperialistas, na luta pela soberania nacional, o progresso social, a justiça, o direito internacional e paz mundial.
* José Reinaldo Carvalho é jornalista, membro do Comitê Central, da Comissão Política Nacional, do Secretariado Nacional e responsável pela Secretaria de Política e Relações Internacionais do PCdoB.
Derrotado também o presidente Barack Obama, apesar do propalado carisma e fabricada popularidade. Os republicanos venceram também as eleições legislativas tanto na Câmara como no Senado.
A campanha foi marcada por uma retórica agressiva, escândalos, acusações pessoais, que expuseram as vísceras de um sistema político vendido como “a maior democracia do mundo”, mas que é de fato decadente e falido, uma plutocracia cada vez mais distante dos princípios democráticos.
Ganhou um magnata, demagogo, populista de direita, sexista, racista, anti-imigrantes, xenófobo, com traços fascistas, o que indica o crescimento de uma tendência de direita acentuada, o aumento da ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e do povo, uma manifestação no âmbito político da profunda crise estrutural e sistêmica da sociedade estadunidense, expressão dos impasses do sistema capitalista-imperialista, das incuráveis lacerações da sociedade americana.
O aprofundamento da crise nos Estados Unidos implica a adoção de políticas ainda mais antipopulares pela burguesia imperialista e revela o caráter reacionário de suas instituições. É falso dizer que venceu a “antipolítica” ou a negação da política. Na verdade, venceu uma política determinada, ainda mais direitista, que explora um sentimento disseminado de rejeição às instituições. É igualmente uma ilusão supor que Hillary representasse uma vertente “progressista”. Ela foi a candidata do 'establishment', da convergência entre o partido democrata e setores do republicano.
Da lama em que estão submersos Hillary Clinton e Donald Trump nada emergirá de bom para os povos.
Hillary não representava, a mera “continuidade”, a “estabilidade” e “previsibilidade”, uma situação “fácil de lidar” por aliados e adversários dos Estados Unidos, como pretendem os analistas de fancaria que previram a sua “vitória acachapante”. Sua eleição já seria por si mesma uma escalada na política imperialista, seria mais, muito mais do mesmo em termos de agressividade contra os povos. Imbuída da ideia de “restaurar a liderança mundial dos EUA”, afirmou durante a campanha que a manutenção da “segurança” do país e a difusão dos “valores americanos” seriam as suas prioridades. Prontidão militar e fortalecimento de alianças seriam os seus métodos preferenciais, para exercer uma política externa “sem medo”. Intervencionismo ainda maior na região do Oriente Médio, reafirmação da aliança com o Estado sionista israelense e contenção da Rússia e da China faziam parte da sua plataforma de política externa.
Quanto a Trump, embora centrado em temas de política interna, deixou claro durante a campanha seu caráter agressivo, sua tendência ao uso da força e a reafirmação dos piores traços da política externa imperialista. O presidente eleito afirmou na campanha que priorizará a restauração da força, do poder, da grandeza e da primazia dos interesses dos Estados Unidos no mundo, mesmo que para isso precise sacrificar os interesses de seus aliados mais próximos. Prometeu ampliar o poder militar, capacitando o país a não sofrer ameaças de absolutamente ninguém, defendeu a imprevisibilidade das ações da superpotência, a modernização e o uso das armas nucleares.
Quanto às relações com a China e a Rússia, diz que pretende uma “convivência pacífica”, mas garantiu que irá traçar um limite e responder duramente quando alguém o ultrapassar.
Há muita incerteza e novos temores no mundo sobre o que ocorrerá depois que o presidente eleito tomar posse na Casa Branca. Na essência, as linhas gerais da agressividade dos Estados Unidos tendem a se manter. A superpotência norte-americana é o maior fautor de guerras de agressão e do militarismo no mundo. Suas despesas militares ultrapassam os 500 bilhões de dólares, suas bases militares, mais de oitocentas, encontram-se espalhadas em todos os continentes em mais de uma centena de países. Seu braço armado para a Europa e toda a região do Atlântico Norte, a Otan, expande-se para Leste e atua nas campanhas bélicas do Oriente Médio e na Ásia Central.
Suas frotas navais singram os mares mundo afora, exercendo o poder marítimo como concepção estratégica para o domínio do mundo. Seus comandos militares, instalados em regiões estratégicas, continuam cumprindo o papel de pró-consulados e de principais agentes da política externa dos Estados Unidos, que se confunde com as políticas de Segurança e Defesa.
No momento em que se acentuam as disputas entre os círculos mais reacionários das classes dominantes estadunidenses, concentrados nas cúpulas dos partidos democrata e republicano, os comunistas brasileiros reiteram seu empenho pela união dos povos, dos verdadeiros democratas, progressistas e anti-imperialistas, na luta pela soberania nacional, o progresso social, a justiça, o direito internacional e paz mundial.
* José Reinaldo Carvalho é jornalista, membro do Comitê Central, da Comissão Política Nacional, do Secretariado Nacional e responsável pela Secretaria de Política e Relações Internacionais do PCdoB.
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