Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
As coincidências entre Donald Trump e Jair Bolsonaro podem parecer muitas ou poucas, a depender do ângulo que se olhe. É muito difícil, porém, desprezar as coincidências, porque, à exceção da grana, são muitas. E não se resumem aos topetes esquisitos.
De qualquer forma, se a história recente nos ensina alguma coisa sobre geopolítica é que continentes encerram ondas político-ideológicas em direção similar.
Hugo Chávez precedeu Lula, que precedeu Néstor Kirchner, que precedeuTabaré Vázquez, que precedeu Evo Morales, que precedeu Rafael Correa, que precedeu Fernando Lugo e Barack Obama, assim como Maurício Macri precedeu Donald Trump, que, por essa ótica, precederia algum direitista na Venezuela, na Bolívia, no Equador e, em 2018, no Brasil, algo parecido com Trump…
Seja como for, Michel Temer não entra na equação do “endireitamento” das Américas porque não venceu uma eleição como presidentes dos outros países, apenas deu um golpe.
No momento, porém, a maior preocupação é Donald Trump. O grande risco é ele fazer um governo que, em um primeiro momento, gere aprovação e repercussões de que o temido magnata louco, na verdade, estaria se tornando um bom presidente.
Trump assumirá um país em franca recuperação. Se algumas medidas protecionistas e demais artifícios de curto prazo renderem algum aumento de renda e bem estar temporários aos norte-americanos, a mania da América Latina de mimetizá-los pode lhe empurrar coisas parecidas com o novo presidente dos Estados Unidos.
Em princípio, apesar de Bolsonaro aparecer com intenções de voto significativas em simulações da disputa presidencial de 2018 (sondagens recentes mostraram-no com até 8% de intenções de voto), há um desses consensos que me assustam que diz que, assim como diziam de Trump, “não há risco” de o gorila brasileiro se eleger.
O fato de Trump e Bolsonaro serem ridículos e politicamente incorretos em uma atividade como a política, em que ser cuidadoso com o que se diz seria mais lógico, não impediu o norte-americano de contradizer todas as minimizações do risco de se eleger.
Ora, dizer barbaridades é a principal semelhança entre o boquirroto tupiniquim e o ianque, mas está longe de ser a única. A visão de mundo dos dois é extremamente parecida.
E as chances? Bem, o que elegeu Trump não foi a sua fortuna, de modo que Bolsonaro não ser bilionário não o impede de se beneficiar do fenômeno norte-americano. Na verdade, pode até facilitar um pouco a vida do nosso obtuso candidato a déspota.
A história está repleta de exemplos de figuras folclóricas como Trump ou Bolsonaro que ascenderam ao poder por não terem sido levadas a sério. Hitler é só a face mais visível desse fenômeno.
O ditador nazista ou o candidato a ditador ianque poderiam ter sido contidos se tivessem sido levados a sério quando tentaram voos mais altos. Os conceitos do alemão e do norte-americano sobre inferioridade “racial” e cultural os unem indelevelmente a Bolsonaro.
Que os doutores da política e do savoir faire de tudo abram os olhos para essa ameaça ambulante chamada Jair Bolsonaro. O topete dele pode ser apenas a primeira de muitas coincidências com o homólogo norte-americano.
Oremos.
As coincidências entre Donald Trump e Jair Bolsonaro podem parecer muitas ou poucas, a depender do ângulo que se olhe. É muito difícil, porém, desprezar as coincidências, porque, à exceção da grana, são muitas. E não se resumem aos topetes esquisitos.
De qualquer forma, se a história recente nos ensina alguma coisa sobre geopolítica é que continentes encerram ondas político-ideológicas em direção similar.
Hugo Chávez precedeu Lula, que precedeu Néstor Kirchner, que precedeuTabaré Vázquez, que precedeu Evo Morales, que precedeu Rafael Correa, que precedeu Fernando Lugo e Barack Obama, assim como Maurício Macri precedeu Donald Trump, que, por essa ótica, precederia algum direitista na Venezuela, na Bolívia, no Equador e, em 2018, no Brasil, algo parecido com Trump…
Seja como for, Michel Temer não entra na equação do “endireitamento” das Américas porque não venceu uma eleição como presidentes dos outros países, apenas deu um golpe.
No momento, porém, a maior preocupação é Donald Trump. O grande risco é ele fazer um governo que, em um primeiro momento, gere aprovação e repercussões de que o temido magnata louco, na verdade, estaria se tornando um bom presidente.
Trump assumirá um país em franca recuperação. Se algumas medidas protecionistas e demais artifícios de curto prazo renderem algum aumento de renda e bem estar temporários aos norte-americanos, a mania da América Latina de mimetizá-los pode lhe empurrar coisas parecidas com o novo presidente dos Estados Unidos.
Em princípio, apesar de Bolsonaro aparecer com intenções de voto significativas em simulações da disputa presidencial de 2018 (sondagens recentes mostraram-no com até 8% de intenções de voto), há um desses consensos que me assustam que diz que, assim como diziam de Trump, “não há risco” de o gorila brasileiro se eleger.
O fato de Trump e Bolsonaro serem ridículos e politicamente incorretos em uma atividade como a política, em que ser cuidadoso com o que se diz seria mais lógico, não impediu o norte-americano de contradizer todas as minimizações do risco de se eleger.
Ora, dizer barbaridades é a principal semelhança entre o boquirroto tupiniquim e o ianque, mas está longe de ser a única. A visão de mundo dos dois é extremamente parecida.
E as chances? Bem, o que elegeu Trump não foi a sua fortuna, de modo que Bolsonaro não ser bilionário não o impede de se beneficiar do fenômeno norte-americano. Na verdade, pode até facilitar um pouco a vida do nosso obtuso candidato a déspota.
A história está repleta de exemplos de figuras folclóricas como Trump ou Bolsonaro que ascenderam ao poder por não terem sido levadas a sério. Hitler é só a face mais visível desse fenômeno.
O ditador nazista ou o candidato a ditador ianque poderiam ter sido contidos se tivessem sido levados a sério quando tentaram voos mais altos. Os conceitos do alemão e do norte-americano sobre inferioridade “racial” e cultural os unem indelevelmente a Bolsonaro.
Que os doutores da política e do savoir faire de tudo abram os olhos para essa ameaça ambulante chamada Jair Bolsonaro. O topete dele pode ser apenas a primeira de muitas coincidências com o homólogo norte-americano.
Oremos.
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