Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:
Na medida em que nos aproximamos do dia 2 de janeiro de 2017, a Rede Globo eleva o tom no ataque a Temer. Qualquer afastamento presidencial após esta data implicará em eleições indiretas e as conspirações aceleram para assegurar essa grande oportunidade ao neoliberalismo: comandar o Poder Executivo sem enfrentar as urnas. É o golpe, dentro do golpe!
Como entender essa instabilidade política na disputa pela direção do campo golpista?
Embora as forças econômicas que patrocinaram o golpe estejam unificadas em relação às suas principais medidas, cresce a disputa para definir quem ocupará o controle político. O estrato jurídico burocrático, conformado por membros do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal - que tenho chamado de “Partido Lava Jato” - aproveita-se da abrangência das denúncias obtidas com a delação da Odebrecht para se impor como principal ator nesta disputa.
Não é casual que no embate entre os parlamentares, preocupados em salvar a própria pele, e o “Partido Lava Jato”, materializado no episódio da tentativa de afastamento de Renan Calheiros, a Rede Globo tenha se posicionado claramente. Mesmo com Temer cumprindo todos os compromissos da nova ofensiva neoliberal, o capital internacional e os setores da burguesia associada, de quem a Rede Globo é o inquestionável porta-voz, preferem o “Partido Lava Jato”.
A explicação é simples. Somente o “Partido Lava Jato” pode oferecer ao projeto político do golpe as medidas repressivas de um “Estado de Exceção”, necessárias para a implementação de um programa que implica em reduzir direitos e conquistas sociais em meio a uma grave crise econômica. Além disso, ao representar a alta classe média, historicamente mobilizável pelo discurso do combate à corrupção, confere uma base social de apoio, componente indispensável a todos os golpes.
Neste cenário, que se altera com grande velocidade, a palavra de ordem “Diretas Já” ganha centralidade. Ela coloca a questão da soberania popular, através do voto direto, como a única solução política possível ante o golpe.
O elo frágil dos golpistas
O roteiro político previsto pelo golpe precisa condenar Lula e inabilitá-lo para as eleições presidenciais previstas em 2018. Correm contra o tempo. Por mais que acelerem a tramitação, precisam manter os prazos processuais. Porém, até o momento, já foram ouvidas mais de 20 testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal e todas elas negaram a acusação.
Os setores golpistas sabem que, na medida em que passam os meses, a farsa vai perdendo força e as previsíveis tensões sociais começam a desenhar um perigoso horizonte. Neste momento, este é o elo mais frágil do plano golpista. Lula é o único candidato do campo democrático popular capaz de representar uma ameaça política às forças golpistas. Impedi-lo de disputar as eleições é decisivo para eles.
Avançamos na unidade
A realização da 1ª Plenária Nacional da Frente Brasil Popular, solidificando a unidade entre as maiores organizações políticas de esquerda, maiores centrais classistas e principais movimentos sociais do campo e das cidades, representa um passo decisivo na resistência ao golpe.
Ao avançarmos na unidade, definindo não apenas palavras de ordem, agenda de lutas e análises comuns, mas iniciando a construção de uma plataforma política e dando passos para um programa conjunto, potencializamos nossa força, possibilitando uma ferramenta de lutas capaz de enfrentar e derrotar o golpe.
* Ricardo Gebrim é da direção nacional da Consulta Popular.
Como entender essa instabilidade política na disputa pela direção do campo golpista?
Embora as forças econômicas que patrocinaram o golpe estejam unificadas em relação às suas principais medidas, cresce a disputa para definir quem ocupará o controle político. O estrato jurídico burocrático, conformado por membros do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal - que tenho chamado de “Partido Lava Jato” - aproveita-se da abrangência das denúncias obtidas com a delação da Odebrecht para se impor como principal ator nesta disputa.
Não é casual que no embate entre os parlamentares, preocupados em salvar a própria pele, e o “Partido Lava Jato”, materializado no episódio da tentativa de afastamento de Renan Calheiros, a Rede Globo tenha se posicionado claramente. Mesmo com Temer cumprindo todos os compromissos da nova ofensiva neoliberal, o capital internacional e os setores da burguesia associada, de quem a Rede Globo é o inquestionável porta-voz, preferem o “Partido Lava Jato”.
A explicação é simples. Somente o “Partido Lava Jato” pode oferecer ao projeto político do golpe as medidas repressivas de um “Estado de Exceção”, necessárias para a implementação de um programa que implica em reduzir direitos e conquistas sociais em meio a uma grave crise econômica. Além disso, ao representar a alta classe média, historicamente mobilizável pelo discurso do combate à corrupção, confere uma base social de apoio, componente indispensável a todos os golpes.
Neste cenário, que se altera com grande velocidade, a palavra de ordem “Diretas Já” ganha centralidade. Ela coloca a questão da soberania popular, através do voto direto, como a única solução política possível ante o golpe.
O elo frágil dos golpistas
O roteiro político previsto pelo golpe precisa condenar Lula e inabilitá-lo para as eleições presidenciais previstas em 2018. Correm contra o tempo. Por mais que acelerem a tramitação, precisam manter os prazos processuais. Porém, até o momento, já foram ouvidas mais de 20 testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal e todas elas negaram a acusação.
Os setores golpistas sabem que, na medida em que passam os meses, a farsa vai perdendo força e as previsíveis tensões sociais começam a desenhar um perigoso horizonte. Neste momento, este é o elo mais frágil do plano golpista. Lula é o único candidato do campo democrático popular capaz de representar uma ameaça política às forças golpistas. Impedi-lo de disputar as eleições é decisivo para eles.
Avançamos na unidade
A realização da 1ª Plenária Nacional da Frente Brasil Popular, solidificando a unidade entre as maiores organizações políticas de esquerda, maiores centrais classistas e principais movimentos sociais do campo e das cidades, representa um passo decisivo na resistência ao golpe.
Ao avançarmos na unidade, definindo não apenas palavras de ordem, agenda de lutas e análises comuns, mas iniciando a construção de uma plataforma política e dando passos para um programa conjunto, potencializamos nossa força, possibilitando uma ferramenta de lutas capaz de enfrentar e derrotar o golpe.
* Ricardo Gebrim é da direção nacional da Consulta Popular.
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