Alexander Van der Bellen |
Analistas políticos da maior seriedade têm alertado para o crescimento das correntes neofascistas no mundo. A vitória de Donald Trump nos EUA reforçou o coro sobre esta avalanche reacionária que coloca em risco a própria sobrevivência da humanidade. A eleição deste domingo (4) na Áustria, porém, serviu como um certo alívio diante destas avaliações alarmantes. O candidato da extrema-direita, o xenófobo Norbert Hofer, levou uma surra nas urnas – contra todas as previsões anteriores. O independente Alexander Van der Bellen, do Partido Verde, venceu as eleições presidenciais com mais de 53% dos votos. O resultado foi comemorado pela forças antifascistas da Europa.
Expressão da ascensão conservadora no velho continente, Norbert Hofer liderou uma campanha eleitoral de ódio e preconceito. Dirigente do ironicamente intitulado Partido da Liberdade, ele pregou a construção de muros nas fronteiras para barrar a entrada de refugiados no país e estimulou a violência fascista entre seus maníacos seguidores. Mas os austríacos não se deixaram contaminar pela propaganda do “nazista simpatizante de Hitler”. Após a divulgação do resultado, Alexander Van der Bellen, que pertence a uma família de refugiados do Leste Europeu, festejou: “Eu lutei desde o início por uma Áustria pró-Europa e por valores como liberdade, fraternidade e tolerância”.
O novo presidente da Áustria, que assume em janeiro, terá enormes desafios. O crescimento das correntes fascistas decorreu do desgaste das políticas conciliatórias dos social-democratas e dos partidos de centro, que aplicaram o receituário neoliberal de austeridade da famigerada “troika” – Banco Central da Europa, União Europeia e Fundo Monetário Internacional. O agravamento da crise econômica e do desemprego dividiu a nação. A campanha eleitoral refletiu esta tensão, tornando-se a mais agressiva da história recente do país. Desde maio passado, a Áustria estava paralisada devido aos impasses na sucessão presidencial – chegando a ser batizada de “república de bananas”.
O resultado da eleição austríaca também deverá ter impacto no restante da Europa. Serve como uma ducha de água fria para os neofascistas da França e da Alemanha, que já davam como certa as vitórias nas eleições marcadas para o início do próximo ano. “A Europa tirou um peso do seu coração. A vitória [de Van der Bellen] foi uma vitória da razão”, festejou Sigmar Gabriel, presidente do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD). A conferir quais serão os próximos passos do velho continente! O fascismo será barrado ou a humanidade caminha para a barbárie total?
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Em tempo: O troglodita Jair Bolsonaro – que se considera o herdeiro de Donald Trump no Brasil – e o "justiceiro" Sergio Moro – o herói dos fascistas que invadiram recentemente a Câmara Federal – não devem ter gostado do resultado das urnas na Áustria.
Alexander Van der Bellen não teve 60%, ele conseguiu 53,3% dos votos, derrotando o candidato da extrema-direita, Norbert Hofer, que teve 46,7%.
ResponderExcluirCorrigido. Muito obrigado.
ResponderExcluirAbraços