segunda-feira, 21 de março de 2016

Dono do "helicoca" confia na PF. Patético!

Da revista Fórum:

O senador Zeze Perrella (s/part.-MG), aquele que é dono da empresa em que está registrado o helicóptero apreendido em novembro de 2013 com 450 kg de pasta base de cocaína, entrou para a campanha #euconfionaPF. Em seu perfil do Facebook, o aliado político de Aécio Neves (PSDB-MG) postou uma foto em que segura uma placa com a hashtag e postou um texto explicando que defende a autonomia da Polícia Federal – a mesma instituição que apreendeu o seu helicóptero e que enterrou uma história, no mínimo, controversa.

Quem é a cabeça do golpe

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Primeiro, a esquerda identificou na revista Veja o principal agente da desestabilização do governo Dilma, embora os ataques já ocorriam desde os dois mandatos de Lula. Nitidamente, a revista tornou-se, mais que um panfleto, uma publicação capaz de fazer ataques fascistas, sem que o Judiciário pusesse um freio a esses abusos, perpetrados em nome de uma equivocada interpretação do direito à liberdade de expressão que o país nunca teve, pela enorme concentração da propriedade dos meios de comunicação.

Quando espumam nossas bocas

Por Marco Piva

Na manifestação do dia 18 de março, na avenida Paulista, um cartaz colado num poste dizia: “Em tempos de ódio, amar é um ato revolucionário”. Em artigo no Globo, Luiz Fernando Veríssimo cravou que há um defunto esperando logo ali. No futebol, dois momentos nervosos. Enquanto no Pacaembú, que recebeu um Fla x Flu inédito em São Paulo, parte do público das numeradas gritava “Fora PT!”, no Itaquerão a PM, para não perder o costume, desceu a borracha nos corintianos que ousaram, de novo, colocar faixas na arquibancada contra a Rede Globo e o caso do desvio de dinheiro da merenda escolar do governo do estado. Em Belo Horizonte, Claudio Botelho improvisou um “Fora Dilma” à sua maneira e foi enxotado do palco por parte da plateia que gritava “Não vai ter golpe”. De quebra, o ator perdeu o direito de seguir apresentando o musical sobre a obra de Chico Buarque. Talvez se acerte agora com Lobão e Roger.

O impeachment e as frações de classe

Por Theófilo Rodrigues, na Revista Escuta:

Muito já se falou sobre a correlação de forças presente no Congresso Nacional em torno da possibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cálculos e mais cálculos foram realizados para apontar quantos partidos ou parlamentares estão posicionados em cada lado dessa disputa, que vem paralisando o Brasil nos últimos dois anos.

Contudo, se do lado de cima, muito já sabemos sobre os posicionamentos de cada um dos atores envolvidos, pouca atenção demos para o lado de baixo da sociedade. Afinal de contas, como estão posicionadas as classes e suas respectivas frações nesse conflito social?

Manifestantes versus baderneiros na mídia

Por Lauro Mattei, no site Brasil Debate:

O papel da imprensa livre, imparcial e independente é fundamental em todas as sociedades. Todavia, existe uma diferença brutal desses valores (liberdade, imparcialidade e independência) entre as sociedades desenvolvidas e democráticas comparativamente àquelas sociedades onde a imprensa cumpre um papel exatamente no sentido oposto ao que dela se espera.

Basta ter apenas dois neurônios em perfeita atividade para observar que a grande maioria da imprensa brasileira faz parte desse segundo grupo, muito embora seus discursos sempre procurem corroborar com os valores universais anteriormente mencionados.

Impeachment, capital e trabalho

Por Carlos Juliano Barros, na revista CartaCapital:

Daqui a alguns anos, quando o tempo tiver assentado as análises sobre o tsunami que varre o Brasil desde as jornadas de junho de 2013, a importância dos acontecimentos desta época turbulenta não residirá na suposta cruzada contra a corrupção ou na anedótica batalha entre coxinhas e petralhas.

Na verdade, o que está em curso é um realinhamento de forças no eterno e insolúvel conflito entre “capital e trabalho”. O papo é cabeça e complexo – mas tem tudo a ver com assuntos atualíssimos, como a reforma da Previdência e a flexibilização das relações de trabalho.

Gilmar Mendes algema o governo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

"O Supremo é a última trincheira da cidadania. Quando o Supremo falha, você não tem a quem recorrer". (Ministro Marco Aurélio Mello)

Na noite de sexta-feira, enquanto os que foram às ruas em apoio a Lula, Dilma e à democracia voltavam para casa, o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendia a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil, a pedido do PSDB e do PPS. Mais do que privar Lula do foro especial do STF, a partir da difusão de um grampo ilegal, a decisão atendeu ao incômodo dos dois partidos com a atuação que ele teria no governo, abrindo pontes de diálogo, ajudando Dilma a enfrentar os problemas econômicos e a reaglutinar apoios políticos para derrotar o impeachment. Gilmar algemou o governo, tirando-lhe a chance de reação e defesa.

Lula volta, mas o golpe continua

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

No mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a participar de um ato de massas em São Paulo – onde a consigna era “não vai ter golpe!” –, em Brasília, Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal, deixava bem claro que o golpe continua em marcha. Atendendo a uma petição apresentada pelo PPS, pequeno partido de oposição, o ministro Mendes, que se caracteriza por hostilizar duramente o governo de Dilma Rousseff e Lula cada vez que se manifesta no pleno do Tribunal, suspendeu a nomeação do ex-presidente como novo chefe da Casa Civil, e devolveu a causa judicial de volta ao polêmico juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro. Agora, resta ao governo e aos advogados do ex-presidente apresentar um recurso para suspender a medida.

Afinal, qual o tamanho do Supremo?

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A parte dos grampos de Sérgio Moro que mais impressão causou em alguns Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foi aquela no qual Lula dizia que a casa estava acovardada. Havia duas maneiras de desmentir Lula: ou desmentir os fatos ou brigar com a afirmação.

O intimorato decano Celso de Mello, por exemplo, tinha dois caminhos a percorrer.

Não haverá moleza para o golpismo

Por Valter Pomar, em seu blog:

1. A política brasileira parece estar muito confusa, o que faz algumas pessoas acharem difícil prever o que pode acontecer nas próximas horas, dias e semanas. Mas devemos evitar o modo confuso de pensar. Afinal, por trás do suposto caos existe uma ordem.

2. Há vários pontos de partida para entender a situação brasileira. Um deles é a crise internacional que começou em 2007-2008 e continua até hoje. Um dos efeitos da crise foi reduzir a taxa de crescimento da economia mundial. Outro foi ampliar as contradições intercapitalistas. As exportações foram afetadas. Países como a China já vinham se preparando para este cenário. Quem não se preparou, está sofrendo ainda mais. Nós não nos preparamos. Em 2010 prevaleceu a opinião de que o cenário do primeiro mandato Dilma seria semelhante ao do segundo mandato Lula. Havia quem acreditasse que a década estaria "contratada": era o pensamento "tudo de bom". Esqueceram que o desenvolvimento capitalista se faz através de crises. A marolinha virou tsunami.

Gilmar Mendes usou helicóptero de Aécio

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O probo e irreprochável Gilmar Mendes usou o helicóptero do estado de Minas Gerais.

O ano era 2009, o vôo foi em Belo Horizonte, o governador era Aécio Neves e o fato está registrado na planilha com os vôos realizados durante os 7 anos e três meses da administração aecista, entre 2003 e 2010.

Sergio Moro e o país em sobressalto

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Pessoas se reúnem diante do prédio onde vive Lula desde as 4 horas da manhã.

Será que podem ser chamados de loucos por pretenderem protestar contra uma eventual prisão do líder político mais importante do país.

Ou quem merece ser chamado assim é que não hesitar em praticar um ato destes contra alguém que até agora não teve contra si um crime concreto que tenha cometido no exercício do Governo e cuja nomeação como Ministro está sendo obstaculizada por uma mera suposição que tal prisão vá acontecer?

O biombo da bandeira anticorrupção

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

Usar denúncias de corrupção tem sido a saída política da direita para afastar do poder governos que não seguem a cartilha favorável aos interesses conservadores.

O uso e abuso de recursos públicos revolta os brasileiros de bem e deve, mesmo, ser severamente punido.

Mas o programa da direita não é punir a corrupção - é impor seus interesses. Seu programa é usar denúncias desse tipo como biombo para esconder a privatização do estado de que ela é campeã desde a fundação do Brasil, faz 516 anos!

Delírios em tempos de cólera fascista

Por Jeferson Miola

Os tempos que correm são de violência desferida contra a democracia, a ordem jurídica e o Estado Democrático de Direito. A ameaça de ruptura institucional através do golpe é tão assustadora quanto a narrativa que o banaliza e que naturaliza valores totalitários.

Nestes tempos coléricos, de grande exacerbação ideológica, o fanatismo, o ódio e a irracionalidade são propagados com perturbadora naturalidade. A razão é substituída pelo delírio, pela dislexia, por uma visão delirante e deturpada, em que crenças são forjadas para justificar o extermínio do outro – no caso, o extermínio do PT, do Lula, da Dilma.