sábado, 25 de junho de 2016

A luta contra o desmonte da Petrobras

Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (24), centenas de manifestantes ocuparam o prédio central da Petrobras na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. O protesto, organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Frente Brasil Popular, teve como objetivo alertar a sociedade para os riscos do desmonte da maior estatal brasileira. Desde a concretização do “golpe dos corruptos”, o Judas Michel Temer tem sinalizado que pretende esvaziar o papel estratégico da empresa e acelerar a abertura da exploração do pré-sal - bem ao gosto das multinacionais do petróleo e da cobiça do império ianque.

Recessão trouxe o desemprego para ficar

Por Clemente Ganz Lúcio, na revista Teoria e Debate:

O desenvolvimento econômico visa gerar bem-estar e qualidade de vida. A política econômica precisa buscar, entre outros objetivos, gerar empregos e aumento real da renda do trabalho. A economia política do desenvolvimento deve se orientar pela centralidade do trabalho como produtor e organizador da vida social.

As crises econômicas, recorrentes no capitalismo, travam o sistema produtivo, destroem os empregos, arrocham a renda do trabalho e desorganizam a vida em sociedade, gerando insegurança, precarização, pobreza e bloqueando a construção do futuro.

Direita usa o PT para esmagar a esquerda

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Ora, ora, ora. E não é que a proverbial ruindade da Justiça brasileira subitamente acabou? Mas apenas quando se trata do PT, claro. Para os demais brasileiros, a Justiça continua morosa, falha e injusta (sobretudo para os mais pobres) ou inexistente (para os ricos). Subvertendo o mito grego, a “Justiça” brasileira não é cega, é caolha: só enxerga petistas.

Com a invasão da sede do PT pela Polícia Federal dentro da Operação Custo Brasil, a “luta contra a corrupção”, eufemismo para a perseguição pura e simples a membros do Partido dos Trabalhadores, atinge um novo estágio, aterradoramente similar ao que vivemos durante a ditadura militar: a sede de um partido político foi devassada por policiais, não por coincidência vestidos com uniformes camuflados, como se fossem do Exército. Para completar o clima de revival, só faltaram os tanques.

Temer: fragmentos do discurso autoritário

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Em duas recentes entrevistas, o presidente interino Michel Temer soltou fragmentos de discurso reveladores da personalidade política que dele emergiu após assumir o governo. O conciliador de antes deu lugar a uma figura autoritária e soberba. Um semiólogo faria uma decupagem notável. Eu pinço apenas três pontos carregados de significados.

União Europeia ameaça ruir. E agora?

Ilustração: Alexander Dubovsky/http://www.cartoonmovement.com/
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

“É a segunda vez que minha geração tem a sensação de ´fim-do-mundo-tal-como-o-conhecemos”.

A frase acima é de Antonio Luiz M. C. Costa, e foi retirada do twitter do jornalista – que escreve sobre temas internacionais na revista CartaCapital. Antônio se refere, é claro, à decisão dos eleitores do Reino Unido, de sair da União Européia.

A primeira vez que nossa geração (dele e minha) teve essa sensação foi quando a União Soviética ruiu, há 25 anos. Agora é a arquitetura política do mundo capitalista que também ameaça desabar.

O Reino Unido dá um salto no escuro

Ilustração: Alex Falcó/http://www.cartoonmovement.com/
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

O resultado do referendo britânico sobre a permanência (Brestay) ou saída (Brexit) do Reino Unido da União Europeia provocou choque no mundo com a vitória da campanha pela saída, que amealhou 52% dos votos (17,4 milhões contra 16,1 milhões).

Entre as vítimas iniciais do Brexit estão a libra esterlina, derrubada a seu valor mais baixo desde 1986, e o primeiro-ministro David Cameron, que anunciou sua renúncia após seis anos no poder.

A jogada não parecia tão arriscada em janeiro de 2013, quando Cameron, para contentar os eurocéticos no próprio partido, prometeu conquistar melhores condições para o país na organização e submeter a permanência a consulta até o fim de 2017, caso fosse reeleito em maio de 2015.

José Serra e a diplomacia da burrice

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Há um constrangimento quase geral no mundo com a saída do Reino Unido da União Europeia.

Até agora, na contramão deste sentimento só tínhamos as “mulas” da extrema-direita: Donald Trump, Marine Le Pen e congêneres.

Ganharam agora uma minúscula mas tropical companhia: José Serra.

Como as corporações cercam a democracia

Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:

“A política mudou de lugar: a globalização desafia radicalmente os quadros de referência da política, como prática e teoria”. Octávio Ianni [2]

“Capture is more subtle and no longer requires a transfer of funds, since the politician, academic or regulator has started to believe that the world works in the way that bankers say it does”. Joris Luyendijk [3]


Olhar o século 21 pelas lentes do século passado não ajuda. Quando pensamos o mundo da economia, pensamos ainda em interesses econômicos e mecanismos de mercado. A política, o poder formal, os impostos, o setor público em geral representariam outra dimensão. Não é nova a ruptura destas fronteiras, a penetração dos interesses de grupos econômicos privados na esfera pública. O que é novo, é a escala, a profundidade e o grau de organização do processo. O que já foram deformações fragmentadas, penetrações pontuais através de lobbies, de corrupção e de “portas-giratórias” entre o setor privado e o setor público se avolumaram, e por osmose estão se transformando em poder político articulado em que o interesse público é que aflora apenas por momentos e segundo esforços prodigiosos de manifestações populares, de frágeis artigos na mídia alternativa, de um ou outro político independente. O poder corporativo tornou-se sistêmico, capturando uma a uma as diversas dimensões de expressão e exercício de poder, e gerando uma nova dinâmica, ou uma nova arquitetura do poder realmente existente.

O golpismo contra-ataca

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Emir Sader, no site Sul-21:

Mesmo com as nuvens carregadas das acusações contra membros do governo e do próprio presidente interino, além da situação limite em que se encontra Eduardo Cunha, as forças golpistas retomaram iniciativa em todos os planos, contra atacam e buscam consolidar o projeto na votação de agosto no Senado.

Contam com a falta de iniciativa política unificada das forcas democráticas, de que a suspensão da segunda reunião, terça-feira passada, entre Dilma, Requião, movimentos sociais e parlamentares, foi um sintoma claro. Contam com uma certa baixa do ritmo de manifestações contra o golpe, compreensível, porque é impossível manter aquele ritmo por muito tempo, ainda mais sem uma perspectiva de solução política positiva no horizonte.

"Escola Sem Partido" e o Papai Noel

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O bicho está pegando na educação. É tanto problema que você pode montar o seu combo: roubo de merenda, escolas ocupadas, universidades em greve (e quebradas), proposta de teto orçamentário ameaçando investimentos na área, Plano Nacional de Educação completando dois anos sem NENHUMA meta cumprida e por aí vai.

Mas a julgar pelo que se passa no Congresso Nacional e na mídia, o grande mal da educação brasileira tem outro nome: “Doutrinação Político-Partidária”.

Os números da economia em maio

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Contrariando as "previsões" da mídia e do "mercado", o Brasil registrou, no mês passado, superávit de 1.2 bilhões de dólares em transações correntes, devido, principalmente, a um superávit de mais de 6 bilhões de dólares no comércio com outros países, que chegou a quase 20 bilhões de dólares nos primeiros 5 meses do ano.

Em maio, o Investimento Estrangeiro Direto também foi de mais de 6 bilhões de dólares, completando, nos últimos 12 meses, cerca de 79 bilhões de dólares, uma gigantesca soma de mais de 260 bilhões de reais.

Serra agride o Mercosul em favor do EUA

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

O ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, ataca veladamente o Mercosul. Serra alega que o país deve poder celebrar acordos comerciais com os mais diferentes países. O que está em jogo é uma resolução do Mercosul, a Decisão 32, de 2000, que define que os acordos comerciais não podem ser feitos sem aprovação do bloco. Ontem (24) o próprio presidente interino Michel Temer saiu em defesa da ideia, em entrevista à rádio Estadão, pregando a necessidade de flexibilizar a decisão para que o país faça acordos tarifários livres com os parceiros que quiser.

Plano de Meirelles é ditadura econômica

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Depois de fracassar na montagem da fantasia de um governo envolvido num comportamento ético com alguma diferença notável em relação aos antecessores, o último conto da Carochinha que acompanhou a ascensão de Michel Temer ao Planalto reside na promessa de recuperação econômica.

Está difícil. Num país onde as instituições se embaralharam, a economia e a justiça só podem andar no mesmo compasso. É o que revela reportagem de Fernando Scheller e Monica Scaramuzzo, publicada pelo Estado de S. Paulo (19/6/2016), que aponta os números das 32 grandes empresas investigadas diretamente pela Lava Jato e pela Operação Zelotes e revela um estado de calamidade previsível mas ainda mais grave do que se poderia imaginar.