Por Altamiro Borges
Nas emissoras de televisão, que atingem e fazem a cabeça de milhões de brasileiros, a presença da delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial, que reúne a nata – ou a cloaca – da burguesia internacional em Davos (Suíça), é um sucesso. O “Jornal das Dez” do GloboNews desta quarta-feira (18), por exemplo, exibiu o ministro Henrique Meirelles desfilando pelos luxuosos corredores do evento, distribuindo sorrisos e prometendo mundos e fundos – mais fundos do que mundos – aos investidores estrangeiros. Pelas imagens das TVs, até parece que o Brasil virou um paraíso. Mas a mentira não se sustenta – nem mesmo em outros veículos, que atingem uma parcela mais reduzida da população.
A própria revista Época, que também pertence ao Grupo Globo, confirma que “o Brasil perde importância no Fórum de Davos”, conforme o título da matéria postada nesta semana. O texto é bem menos otimista do que as bravatas dos comentaristas da emissora global. Ele lembra que o “presidente” Michel Temer preferiu não ir ao convescote e enviou uma delegação composta por três “ministros”: Henrique Meirelles (Fazenda), Marcos Pereira (Desenvolvimento) e Fernando Coelho (Minas e Energia). A presença deles, porém, passou despercebida. “O país foi relegado a discussões secundárias, quando, em outros tempos, detinha algum protagonismo, ainda que regional”, registra o artigo.
“No debate sobre política monetária e o papel dos bancos centrais, conduzido pelo editor-chefe do Wall Street Journal, Gerard Baker, e que teve entre seus painelistas um banqueiro do UBS, um membro do gabinete de transição de Donald Trump e um chefe da autoridade monetária da Suíça, não havia o Brasil, como em anos passados. Para outra discussão sobre as previsões para o sistema bancário, nenhum banqueiro brasileiro estava entre os participantes. Em um painel sobre as previsões para o G20, a Argentina foi convidada, não o Brasil. Para falar sobre crescimento com inclusão, estava um representante do governo canadense”, detalha a reportagem.
A revista Época até tenta amenizar a perda de relevância do Brasil em Davos, responsabilizando a crise econômica do país e até a postura da presidenta Dilma Rousseff, que sempre polemizou com as ideias neoliberais reinantes no Fórum Mundial. Mas a contragosto reconhece que a posição defendida pelo governo deposto pelo golpe dos corruptos “por mais equivocada que fosse, era levada em consideração”. Agora, não! O Brasil passou a ser visto como uma “república das bananas”, com um governo ilegítimo que não garante qualquer segurança aos tais “investidores estrangeiros”. “De fato, o simples fato de ir a Davos não transforma a imagem de um país. Mas ajuda a inseri-lo em um contexto de discussões globais, de alto nível, que, em última instância, atrai a atenção do mundo”, lamenta a revista da famiglia Marinho.
No mesmo rumo, o jornalista Clóvis Rossi, eterno enviado especial da Folha a Davos, também aponta que “o Brasil está saindo do radar da elite empresarial mundial: em 2011, ao iniciar-se o governo de Dilma Rousseff, 19% dos executivos das grandes companhias punham o Brasil em terceiro lugar na lista dos três países em que viam maiores oportunidades de negócios, excetuando, claro, seus próprios países. Na mais recente pesquisa, feita em 2016 e divulgada nesta segunda-feira, são apenas 8% os que dão idêntica importância ao Brasil, agora o sétimo colocado”. Este estudo foi apresentado na véspera da abertura do Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial.
Nas emissoras de televisão, que atingem e fazem a cabeça de milhões de brasileiros, a presença da delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial, que reúne a nata – ou a cloaca – da burguesia internacional em Davos (Suíça), é um sucesso. O “Jornal das Dez” do GloboNews desta quarta-feira (18), por exemplo, exibiu o ministro Henrique Meirelles desfilando pelos luxuosos corredores do evento, distribuindo sorrisos e prometendo mundos e fundos – mais fundos do que mundos – aos investidores estrangeiros. Pelas imagens das TVs, até parece que o Brasil virou um paraíso. Mas a mentira não se sustenta – nem mesmo em outros veículos, que atingem uma parcela mais reduzida da população.
A própria revista Época, que também pertence ao Grupo Globo, confirma que “o Brasil perde importância no Fórum de Davos”, conforme o título da matéria postada nesta semana. O texto é bem menos otimista do que as bravatas dos comentaristas da emissora global. Ele lembra que o “presidente” Michel Temer preferiu não ir ao convescote e enviou uma delegação composta por três “ministros”: Henrique Meirelles (Fazenda), Marcos Pereira (Desenvolvimento) e Fernando Coelho (Minas e Energia). A presença deles, porém, passou despercebida. “O país foi relegado a discussões secundárias, quando, em outros tempos, detinha algum protagonismo, ainda que regional”, registra o artigo.
“No debate sobre política monetária e o papel dos bancos centrais, conduzido pelo editor-chefe do Wall Street Journal, Gerard Baker, e que teve entre seus painelistas um banqueiro do UBS, um membro do gabinete de transição de Donald Trump e um chefe da autoridade monetária da Suíça, não havia o Brasil, como em anos passados. Para outra discussão sobre as previsões para o sistema bancário, nenhum banqueiro brasileiro estava entre os participantes. Em um painel sobre as previsões para o G20, a Argentina foi convidada, não o Brasil. Para falar sobre crescimento com inclusão, estava um representante do governo canadense”, detalha a reportagem.
A revista Época até tenta amenizar a perda de relevância do Brasil em Davos, responsabilizando a crise econômica do país e até a postura da presidenta Dilma Rousseff, que sempre polemizou com as ideias neoliberais reinantes no Fórum Mundial. Mas a contragosto reconhece que a posição defendida pelo governo deposto pelo golpe dos corruptos “por mais equivocada que fosse, era levada em consideração”. Agora, não! O Brasil passou a ser visto como uma “república das bananas”, com um governo ilegítimo que não garante qualquer segurança aos tais “investidores estrangeiros”. “De fato, o simples fato de ir a Davos não transforma a imagem de um país. Mas ajuda a inseri-lo em um contexto de discussões globais, de alto nível, que, em última instância, atrai a atenção do mundo”, lamenta a revista da famiglia Marinho.
No mesmo rumo, o jornalista Clóvis Rossi, eterno enviado especial da Folha a Davos, também aponta que “o Brasil está saindo do radar da elite empresarial mundial: em 2011, ao iniciar-se o governo de Dilma Rousseff, 19% dos executivos das grandes companhias punham o Brasil em terceiro lugar na lista dos três países em que viam maiores oportunidades de negócios, excetuando, claro, seus próprios países. Na mais recente pesquisa, feita em 2016 e divulgada nesta segunda-feira, são apenas 8% os que dão idêntica importância ao Brasil, agora o sétimo colocado”. Este estudo foi apresentado na véspera da abertura do Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial.
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