Editorial do site Brasil Debate:
Muito ainda se vai falar desse ano de 2016, sobre o qual talvez não tenhamos, no momento, exata dimensão do significado histórico. Algumas certezas, porém, existem: a de que a democracia retrocedeu algumas casas e a de que um projeto de governo mais inclusivo, que perseguia desenvolvimento com distribuição de renda, foi substituído por outro de ideais neoliberais, empenhado em defender os interesses de elites econômicas. Uma substituição que se deu por meio de um golpe parlamentar, com apoio de setores do judiciário e da mídia.
O impeachment de Dilma Rousseff sem comprovação de crime de responsabilidade foi, porém, só o primeiro ato do que chamamos golpe. A ele seguiram-se medidas extremamente impopulares, como a PEC 241/55, do teto dos gastos públicos, que na prática muda a essência da Constituição de 1988, ameaçando o Estado de Bem-Estar Social, bem como mudanças de rumo na política internacional, privatizações, flexibilização do regime de partilha da exploração do Pré-sal, propostas de reforma trabalhista e da previdência, entre outras.
São mudanças profundas tocadas por um governo com um programa não submetido à aprovação nas urnas e que só se tornam possíveis porque o debate está interditado no país e praticamente restrito a dois temas explorados pela mídia hegemônica como os grandes males: a corrupção e a suposta farra fiscal da era PT no governo.
Nesse cenário, a mídia independente exerce um papel fundamental de mostrar o contraditório, inexistente nas matérias e análises dos grandes meios de comunicação.
O Brasil Debate é parte desse pequeno grupo de veículos que teima – com poucos recursos, mas muita disposição – em seguir na contramão trazendo reflexões “interditadas” sobre temas de grande relevância, como política fiscal e macroeconômica, reforma da previdência , estrutura tributária, crise política, tamanho do Estado, financiamento da saúde, políticas de transferência de renda, reforma agrária, ciência e tecnologia, políticas para minorias e muitos outros.
Entre os destaques do ano do Brasil Debate está o espaço aberto à discussão do documento “Austeridade e Retrocesso: Finanças Públicas e Política Fiscal no Brasil” (leia a íntegra na Versão digital ou na versão PDF: Austeridade e Retrocesso), que foi debatido nas comissões de estudos econômicos da Câmara e do Senado, e traz uma análise crítica, além de alternativas, à medida do teto de gastos. O documento, elaborado por iniciativa do Fórum 21, Fundação Friedrich Ebert, GT de Macro da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) e Plataforma Política Social, se propôs a desmascarar “os mitos que sustentam um discurso que se traveste como técnico, mas que atende a interesses políticos”.
Em 2017, o Brasil Debate continuará a contribuir para a discussão desses grandes temas, entendendo que o mais importante que todos poderemos fazer – tanto quanto ir para as ruas pedindo “Fora Temer” e “Diretas Já” – é seguir no debate que estimule a construção de alternativas para enfrentar a crise política, institucional e econômica. É nesse propósito que pretendemos nos unir a nossos colaboradores e leitores, estes a cada dia mais numerosos (mantemos uma média de 3 mil acessos por dia, mais de 2 milhões desde o lançamento do site).
É essa também a razão de ser do nosso projeto, um instrumento a favor do fortalecimento da democracia com distribuição de renda e expansão dos direitos sociais. Um projeto que, sempre é bom lembrar, depende de doações de assinantes para manter o site no ar (para contribuir, clique AQUI), assim como de divulgação e compartilhamentos.
Desejamos a todos boas festas e que 2017 renove nossas esperanças em um país mais justo e igualitário. Estaremos de volta em 16 de janeiro, com novidades e prontos para enfrentar os desafios que o próximo ano trará.
* Equipe Brasil Debate.
Muito ainda se vai falar desse ano de 2016, sobre o qual talvez não tenhamos, no momento, exata dimensão do significado histórico. Algumas certezas, porém, existem: a de que a democracia retrocedeu algumas casas e a de que um projeto de governo mais inclusivo, que perseguia desenvolvimento com distribuição de renda, foi substituído por outro de ideais neoliberais, empenhado em defender os interesses de elites econômicas. Uma substituição que se deu por meio de um golpe parlamentar, com apoio de setores do judiciário e da mídia.
O impeachment de Dilma Rousseff sem comprovação de crime de responsabilidade foi, porém, só o primeiro ato do que chamamos golpe. A ele seguiram-se medidas extremamente impopulares, como a PEC 241/55, do teto dos gastos públicos, que na prática muda a essência da Constituição de 1988, ameaçando o Estado de Bem-Estar Social, bem como mudanças de rumo na política internacional, privatizações, flexibilização do regime de partilha da exploração do Pré-sal, propostas de reforma trabalhista e da previdência, entre outras.
São mudanças profundas tocadas por um governo com um programa não submetido à aprovação nas urnas e que só se tornam possíveis porque o debate está interditado no país e praticamente restrito a dois temas explorados pela mídia hegemônica como os grandes males: a corrupção e a suposta farra fiscal da era PT no governo.
Nesse cenário, a mídia independente exerce um papel fundamental de mostrar o contraditório, inexistente nas matérias e análises dos grandes meios de comunicação.
O Brasil Debate é parte desse pequeno grupo de veículos que teima – com poucos recursos, mas muita disposição – em seguir na contramão trazendo reflexões “interditadas” sobre temas de grande relevância, como política fiscal e macroeconômica, reforma da previdência , estrutura tributária, crise política, tamanho do Estado, financiamento da saúde, políticas de transferência de renda, reforma agrária, ciência e tecnologia, políticas para minorias e muitos outros.
Entre os destaques do ano do Brasil Debate está o espaço aberto à discussão do documento “Austeridade e Retrocesso: Finanças Públicas e Política Fiscal no Brasil” (leia a íntegra na Versão digital ou na versão PDF: Austeridade e Retrocesso), que foi debatido nas comissões de estudos econômicos da Câmara e do Senado, e traz uma análise crítica, além de alternativas, à medida do teto de gastos. O documento, elaborado por iniciativa do Fórum 21, Fundação Friedrich Ebert, GT de Macro da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) e Plataforma Política Social, se propôs a desmascarar “os mitos que sustentam um discurso que se traveste como técnico, mas que atende a interesses políticos”.
Em 2017, o Brasil Debate continuará a contribuir para a discussão desses grandes temas, entendendo que o mais importante que todos poderemos fazer – tanto quanto ir para as ruas pedindo “Fora Temer” e “Diretas Já” – é seguir no debate que estimule a construção de alternativas para enfrentar a crise política, institucional e econômica. É nesse propósito que pretendemos nos unir a nossos colaboradores e leitores, estes a cada dia mais numerosos (mantemos uma média de 3 mil acessos por dia, mais de 2 milhões desde o lançamento do site).
É essa também a razão de ser do nosso projeto, um instrumento a favor do fortalecimento da democracia com distribuição de renda e expansão dos direitos sociais. Um projeto que, sempre é bom lembrar, depende de doações de assinantes para manter o site no ar (para contribuir, clique AQUI), assim como de divulgação e compartilhamentos.
Desejamos a todos boas festas e que 2017 renove nossas esperanças em um país mais justo e igualitário. Estaremos de volta em 16 de janeiro, com novidades e prontos para enfrentar os desafios que o próximo ano trará.
* Equipe Brasil Debate.
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