Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Peça 1 – o jogo das expectativas sucessivas
Uma das retóricas recorrentes dos “cabeças de planilha” é a criação das expectativas sucessivas. Monta-se uma política monetária e fiscal que mata qualquer possibilidade de recuperação da economia e vende-se o mito da “lição de casa”. Ou seja, se cortar o leite da merenda escolar, a aposentadoria dos velhinhos, as políticas de renda mínima, se atingirá a prosperidade eterna, na qual todos ganharão.
Aplica-se o arrocho, e nada. Alega-se então que a lição de casa não foi suficientemente radical. Aplica-se nova rodada de cortes em cima dos direitos dos mais fracos, e nada. Até o momento em que o tecido social se esgarça, a paciência geral se esgota, as distorções econômicas se avolumam e o plano vai por água abaixo – por uma crise cambial, por uma crise fiscal, por terremotos sociais, por uma reação política.
Consumado o fracasso, a culpa é atribuía à falta de vontade dos pecadores, que não ousaram cumprir a penitência até o final.
Já se chegou a esse estágio.
1- A fada das expectativas despertará o espírito animal do empresário. Voltarão os investimentos assim que a confiança for restabelecida.
2- O gatilho da recuperação da confiança é a redução da dívida bruta como proporção do PIB e a redução da inflação.
3- Alcançados esses objetivos, as agências de risco melhorarão a nota do país e os investimentos voltarão abundantes.
A partir daí, desenhou-se a seguintes política:
1. Arrocho fiscal e social
Amarrou-se o crescimento das despesas públicas com a PEC 55 e, agora, com a reforma da Previdência. A lógica era conter o crescimento da divida cortando despesas e investimentos.
2. Internacionalização da economia
Com a Lava Jato e a Procuradoria Geral da República montou-se uma ofensiva deliberada para destruição do setor de infraestrutura nacional, tanto interna quanto externamente abrindo espaço para a invasão estrangeira – sem nenhum conhecimento sobre a lógica das empreiteiras internacionais.
3. Aumento da taxa real de juros
Manteve-se a taxa Selic em níveis estratosféricos, mesmo com a queda das expectativas inflacionárias. Com esses níveis de taxas de juros, e queda da receita fiscal, aumenta a relação dívida/PIB.
Não se espere autocrítica desses economistas. Quando as políticas não dão resultado, a realidade é que está errada. Ontem, a economista Mônica de Bolle – que defendeu a tese da “dominância fiscal” para explicar porque a inflação não caia, depois de choques tarifários e cambiais gigantescos – dizia para os seus alunos da CBN que o espírito animal ainda não despertou porque os sacrifícios até agora foram insuficientes.
Peça 1 – o jogo das expectativas sucessivas
Uma das retóricas recorrentes dos “cabeças de planilha” é a criação das expectativas sucessivas. Monta-se uma política monetária e fiscal que mata qualquer possibilidade de recuperação da economia e vende-se o mito da “lição de casa”. Ou seja, se cortar o leite da merenda escolar, a aposentadoria dos velhinhos, as políticas de renda mínima, se atingirá a prosperidade eterna, na qual todos ganharão.
Aplica-se o arrocho, e nada. Alega-se então que a lição de casa não foi suficientemente radical. Aplica-se nova rodada de cortes em cima dos direitos dos mais fracos, e nada. Até o momento em que o tecido social se esgarça, a paciência geral se esgota, as distorções econômicas se avolumam e o plano vai por água abaixo – por uma crise cambial, por uma crise fiscal, por terremotos sociais, por uma reação política.
Consumado o fracasso, a culpa é atribuía à falta de vontade dos pecadores, que não ousaram cumprir a penitência até o final.
Já se chegou a esse estágio.
Peça 2 - A lógica do pacote Meirelles-Ilan-Coimbra-Bolle:
Primeiro, vendeu-se o peixe de que a queda de Dilma Rousseff e a aprovação de leis que desmontassem a Previdência Social e a legislação trabalhista promoveriam o milagre do crescimento. A racionália é a seguinte:
Primeiro, vendeu-se o peixe de que a queda de Dilma Rousseff e a aprovação de leis que desmontassem a Previdência Social e a legislação trabalhista promoveriam o milagre do crescimento. A racionália é a seguinte:
1- A fada das expectativas despertará o espírito animal do empresário. Voltarão os investimentos assim que a confiança for restabelecida.
2- O gatilho da recuperação da confiança é a redução da dívida bruta como proporção do PIB e a redução da inflação.
3- Alcançados esses objetivos, as agências de risco melhorarão a nota do país e os investimentos voltarão abundantes.
A partir daí, desenhou-se a seguintes política:
1. Arrocho fiscal e social
Amarrou-se o crescimento das despesas públicas com a PEC 55 e, agora, com a reforma da Previdência. A lógica era conter o crescimento da divida cortando despesas e investimentos.
2. Internacionalização da economia
Com a Lava Jato e a Procuradoria Geral da República montou-se uma ofensiva deliberada para destruição do setor de infraestrutura nacional, tanto interna quanto externamente abrindo espaço para a invasão estrangeira – sem nenhum conhecimento sobre a lógica das empreiteiras internacionais.
3. Aumento da taxa real de juros
Manteve-se a taxa Selic em níveis estratosféricos, mesmo com a queda das expectativas inflacionárias. Com esses níveis de taxas de juros, e queda da receita fiscal, aumenta a relação dívida/PIB.
Peça 3 – as medidas econômicas
Toda a lógica dos investimentos é a seguintes:
1. O investidor olha a demanda interna ou externa, que pode ser o consumo das famílias, as concessões públicas, o mercado exportador.
2. Encontrando condições de mercado atraentes, aí então analisa os fundamentos econômicos do país, através das agências de risco, que balizarão o custo da captação de investimentos.
Por aqui, os gênios da planilha inverteram tudo.
1. Para melhorar a avaliação das agências, cortaram despesas e investimentos públicos, ampliando a recessão e pulverizando a demanda interna. As perdas com a queda das receitas fiscais superaram a suposta economia nos cortes de despesas. Mataram o mercado para atrair investimentos!
2. Criou-se um quadro social de absoluta instabilidade, com os massacres nos presídios, a rebelião da Polícia Militar, as greves do funcionalismo, e estados em situação crítica. A percepção que se tem hoje é de um desmanche do país.
3. Não se atuou sobre nenhum dos fatores de demanda: não reativou a cadeia do petróleo e gás, porque, por ideologia, é contra políticas industriais; esvaziou o BNDES, porque, por ideologia, é contra financiamento público; montou um cerco implacável contra as empresas brasileiras porque, por ideologia, é contra os campeões nacionais.
Se você coloca feijão preto, paio, linguiça e orelha em uma panela, o resultado será uma feijoada. A feijoada de Temer-Meirelles éóbvia:
1. Aumento brutal do desemprego.
2. Crise fiscal dos estados.
3. Aumento do déficit da União e dos Estados, porque os cortes de despesas produziram uma queda mais que proporcional nas receitas.
4. Aumento generalizado da insatisfação da opinião pública, acirrada pelas revelações sobre a corrupção do grupo que assumiu o poder – tanto a camarilha de Temer quanto o PSDB.
Toda a lógica dos investimentos é a seguintes:
1. O investidor olha a demanda interna ou externa, que pode ser o consumo das famílias, as concessões públicas, o mercado exportador.
2. Encontrando condições de mercado atraentes, aí então analisa os fundamentos econômicos do país, através das agências de risco, que balizarão o custo da captação de investimentos.
Por aqui, os gênios da planilha inverteram tudo.
1. Para melhorar a avaliação das agências, cortaram despesas e investimentos públicos, ampliando a recessão e pulverizando a demanda interna. As perdas com a queda das receitas fiscais superaram a suposta economia nos cortes de despesas. Mataram o mercado para atrair investimentos!
2. Criou-se um quadro social de absoluta instabilidade, com os massacres nos presídios, a rebelião da Polícia Militar, as greves do funcionalismo, e estados em situação crítica. A percepção que se tem hoje é de um desmanche do país.
3. Não se atuou sobre nenhum dos fatores de demanda: não reativou a cadeia do petróleo e gás, porque, por ideologia, é contra políticas industriais; esvaziou o BNDES, porque, por ideologia, é contra financiamento público; montou um cerco implacável contra as empresas brasileiras porque, por ideologia, é contra os campeões nacionais.
Se você coloca feijão preto, paio, linguiça e orelha em uma panela, o resultado será uma feijoada. A feijoada de Temer-Meirelles éóbvia:
1. Aumento brutal do desemprego.
2. Crise fiscal dos estados.
3. Aumento do déficit da União e dos Estados, porque os cortes de despesas produziram uma queda mais que proporcional nas receitas.
4. Aumento generalizado da insatisfação da opinião pública, acirrada pelas revelações sobre a corrupção do grupo que assumiu o poder – tanto a camarilha de Temer quanto o PSDB.
Peça 4 – as consequências econômicas
1- Ontem o Banco Central apresentou a prévia do desempenho do PIB em 2016: - 4,18%. Agora fala-se em recuperação “na ponta” no 2o semestre. Significa que nem se espera, na média, recuperação da economia em 2017. Estão matando dez anos na vida do país.
2- As agências de risco se recusam a melhorar a avaliação do país porque constataram que o maior fator de déficit fiscal é o baixo dinamismo da economia, e não vislumbraram nenhuma ação do governo visando reativá-la.
3- O último Indicador de Clima Econômico apontou o Brasil como o país com as menores expectativas dos agentes econômicos, abaixo da Rússia, da União Europeia, do próprio Reino Unido abalado pelo Brexit
1- Ontem o Banco Central apresentou a prévia do desempenho do PIB em 2016: - 4,18%. Agora fala-se em recuperação “na ponta” no 2o semestre. Significa que nem se espera, na média, recuperação da economia em 2017. Estão matando dez anos na vida do país.
2- As agências de risco se recusam a melhorar a avaliação do país porque constataram que o maior fator de déficit fiscal é o baixo dinamismo da economia, e não vislumbraram nenhuma ação do governo visando reativá-la.
3- O último Indicador de Clima Econômico apontou o Brasil como o país com as menores expectativas dos agentes econômicos, abaixo da Rússia, da União Europeia, do próprio Reino Unido abalado pelo Brexit
Não se espere autocrítica desses economistas. Quando as políticas não dão resultado, a realidade é que está errada. Ontem, a economista Mônica de Bolle – que defendeu a tese da “dominância fiscal” para explicar porque a inflação não caia, depois de choques tarifários e cambiais gigantescos – dizia para os seus alunos da CBN que o espírito animal ainda não despertou porque os sacrifícios até agora foram insuficientes.
Peça 5 – as medidas sociais e políticas
Montou-se um pacto da aceitação da corrupção do grupo de Temer em troca da entrega do trabalho de desmonte da Previdência, das políticas sociais e da legislação trabalhista.
Observa-se, então, uma mistura fatal:
1. Na ponta social, um projeto de reforma da Previdência que inviabiliza a Previdência. A lógica da Previdência é solidária: as contribuições de hoje garantem os contribuintes de ontem. Com a proposta em curso, haverá um desestímulo monumental dos entrantes, em manter-se na Previdência Social. Corre-se o risco, dentro de algum tempo, de ter-se apenas aposentados, sem os contribuintes que deveriam garanti-los.
2. Na ponta política, um liberou geral para matar. Diariamente o país é sacudido por assaltos à luz do dia por parte de Ministros e membros da camarilha de Temer. A Procuradoria Geral da República monta seu jogo de cena, controlando o ritmo das investigações com operações que jamais resultam em denúncias. E a mídia faz o seu jogo, denunciando os casos mais ostensivos, mas poupando os seus.
Como pretender impor sacrifícios dessa ordem à população, sem nenhuma perspectiva de melhora na economia, e com o assalto aos direitos sociais sendo comandado pelo que de mais corrupto a política brasileira produziu no período democrático?
Peça 6 – as consequências políticas
Desde a redemocratização, havia duas forças políticas no país – PSDB e PT – e dois grupos de coalizão – DEM e PMDB.
O PSDB conseguia manter sob controle a classe média, enquanto o PT ajudava a institucionalizar movimentos sociais e esquerdas em geral. O PT saiu da posição radical e se tornou um partido socialdemocrata. Alijado do espaço, o PSDB tentou ocupar espaço mais à direita.
De qualquer modo, durante mais de duas décadas, eram duas muralhas romanas para impedir a invasão bárbara do baixo clero do Congresso, ainda que pagando o preço alto do presidencialismo de coalizão.
A perseguição implacável da Lava Jato-mídia a Lula e ao PT, produziu o seguinte resultado:
1. A volta de Lula
A campanha Moro-Janot-mídia virou o fio. A perseguição implacável a Lula não logrou encontrar nada que o incriminasse. Mas conseguiu quase inviabilizá-lo como agente de um futuro pacto político, dado o grau de radicalização que se formou em torno de sua imagem.
2. O fim de Temer, o breve
Michel Temer morreu antes de ter sido. Não tem nível, carisma, empatia. Sua imagem pública passa sempre a intenção da pequena malandragem, da falta de reflexos para responder aos problemas que acometem a presidência. Deve ter virtudes como amigo, para justificar a escandalosa proteção que lhe devotam grandes figuras, como Celso Antônio Bandeira de Mello e Antônio Mariz de Oliveira que, em nome da amizade, esquecem o compromisso com o país. Afinal, este é o conceito do brasileiro cordial ao qual se referia Sérgio Buarque de Hollanda.
3. O fim do PSDB
A última pesquisa da CNT esqueceu José Serra, por irrelevante. Manteve Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Ambos amargam um quarto lugar, atrás de Marina Silva e da ultradireita selvagem de Bolsonaro.
4. O fim do PT
Desde a AP 470, as melhores cabeças do PT foram guilhotinadas pela ação política do Ministério Público Federal com a mídia. Hoje, se tem um partido aos pedaços, sem fôlego e legitimidade para cumprir o papel de organizador das esquerdas.
5. O fenômeno Bolsonaro
Quem imaginava que Michel Temer representasse o fim de linha para a política brasileira, não viu nada. Bolsonaro tem uma piscina olímpica pela frente, para nadar à vontade. E quando ganhar massa crítica, levará de cambulhada a mídia e o Judiciário.
Foi assim nos Estados Unidos, mesmo tendo, ao contrário do Brasil, uma imprensa de opinião zelosa na defesa dos avanços civilizatórios, sendo atropelada pelo dinossauro Donald Trump. No Brasil, não vá se esperar nenhuma reação eficaz de uma imprensa superficial, rasa, sem moral sequer para confrontar movimentos selvagens de opinião e que abrigou a ultradireita mais selvagem nas suas páginas, para efeitos comerciais de ir na onda.
6. A desmoralização do Supremo
No STF (Supremo Tribunal Federal), atrás dos “likes” das redes sociais, o Ministro Luís Roberto Barroso induz o tribunal a condenar o Estado a indenizar presos por condição carcerária degradante.
Barroso endossa os controles draconianos de gastos públicos que, por seus impactos em segurança, saúde e educação, acelerarão o desmonte do país como comunidade civilizada, com a situação dos presídios sendo a marca mais cruel da barbárie.
Em vez de medidas que decidam no atacado, para livrar a cara adota esse varejo ridículo que, no máximo, irá gerar uma indústria da indenização, ao fazer a multa recair sobre o Estado, e não sobre governantes, administradores e funcionários de presídios.
7. O esgotamento da Lava Jato
Na Lava Jato, a perseguição a Lula virou o fio – e a prova está na recuperação de seus índices de popularidade e da queda radical das lideranças tucanas. O que se pretenderá daqui para frente? Continuar a perseguição, insistir nos abusos? Promover condenação sem provas cabais?
Um dado curioso é que os jornalões, pela primeira vez, começam a abrir espaço para as denúncias dos advogados do Lula, contra a perseguição movida por Sérgio Moro. A intenção é óbvia: enfraquecer gradativamente Moro para que não invista sobre seus aliados.
Por outro lado, os principais suspeitos com foro privilegiado, submetidos à seletividade de Janot, reduz-se substancialmente a capacidade da operação de continuar gerando fatos políticos.
Montou-se um pacto da aceitação da corrupção do grupo de Temer em troca da entrega do trabalho de desmonte da Previdência, das políticas sociais e da legislação trabalhista.
Observa-se, então, uma mistura fatal:
1. Na ponta social, um projeto de reforma da Previdência que inviabiliza a Previdência. A lógica da Previdência é solidária: as contribuições de hoje garantem os contribuintes de ontem. Com a proposta em curso, haverá um desestímulo monumental dos entrantes, em manter-se na Previdência Social. Corre-se o risco, dentro de algum tempo, de ter-se apenas aposentados, sem os contribuintes que deveriam garanti-los.
2. Na ponta política, um liberou geral para matar. Diariamente o país é sacudido por assaltos à luz do dia por parte de Ministros e membros da camarilha de Temer. A Procuradoria Geral da República monta seu jogo de cena, controlando o ritmo das investigações com operações que jamais resultam em denúncias. E a mídia faz o seu jogo, denunciando os casos mais ostensivos, mas poupando os seus.
Como pretender impor sacrifícios dessa ordem à população, sem nenhuma perspectiva de melhora na economia, e com o assalto aos direitos sociais sendo comandado pelo que de mais corrupto a política brasileira produziu no período democrático?
Peça 6 – as consequências políticas
Desde a redemocratização, havia duas forças políticas no país – PSDB e PT – e dois grupos de coalizão – DEM e PMDB.
O PSDB conseguia manter sob controle a classe média, enquanto o PT ajudava a institucionalizar movimentos sociais e esquerdas em geral. O PT saiu da posição radical e se tornou um partido socialdemocrata. Alijado do espaço, o PSDB tentou ocupar espaço mais à direita.
De qualquer modo, durante mais de duas décadas, eram duas muralhas romanas para impedir a invasão bárbara do baixo clero do Congresso, ainda que pagando o preço alto do presidencialismo de coalizão.
A perseguição implacável da Lava Jato-mídia a Lula e ao PT, produziu o seguinte resultado:
1. A volta de Lula
A campanha Moro-Janot-mídia virou o fio. A perseguição implacável a Lula não logrou encontrar nada que o incriminasse. Mas conseguiu quase inviabilizá-lo como agente de um futuro pacto político, dado o grau de radicalização que se formou em torno de sua imagem.
2. O fim de Temer, o breve
Michel Temer morreu antes de ter sido. Não tem nível, carisma, empatia. Sua imagem pública passa sempre a intenção da pequena malandragem, da falta de reflexos para responder aos problemas que acometem a presidência. Deve ter virtudes como amigo, para justificar a escandalosa proteção que lhe devotam grandes figuras, como Celso Antônio Bandeira de Mello e Antônio Mariz de Oliveira que, em nome da amizade, esquecem o compromisso com o país. Afinal, este é o conceito do brasileiro cordial ao qual se referia Sérgio Buarque de Hollanda.
3. O fim do PSDB
A última pesquisa da CNT esqueceu José Serra, por irrelevante. Manteve Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Ambos amargam um quarto lugar, atrás de Marina Silva e da ultradireita selvagem de Bolsonaro.
4. O fim do PT
Desde a AP 470, as melhores cabeças do PT foram guilhotinadas pela ação política do Ministério Público Federal com a mídia. Hoje, se tem um partido aos pedaços, sem fôlego e legitimidade para cumprir o papel de organizador das esquerdas.
5. O fenômeno Bolsonaro
Quem imaginava que Michel Temer representasse o fim de linha para a política brasileira, não viu nada. Bolsonaro tem uma piscina olímpica pela frente, para nadar à vontade. E quando ganhar massa crítica, levará de cambulhada a mídia e o Judiciário.
Foi assim nos Estados Unidos, mesmo tendo, ao contrário do Brasil, uma imprensa de opinião zelosa na defesa dos avanços civilizatórios, sendo atropelada pelo dinossauro Donald Trump. No Brasil, não vá se esperar nenhuma reação eficaz de uma imprensa superficial, rasa, sem moral sequer para confrontar movimentos selvagens de opinião e que abrigou a ultradireita mais selvagem nas suas páginas, para efeitos comerciais de ir na onda.
6. A desmoralização do Supremo
No STF (Supremo Tribunal Federal), atrás dos “likes” das redes sociais, o Ministro Luís Roberto Barroso induz o tribunal a condenar o Estado a indenizar presos por condição carcerária degradante.
Barroso endossa os controles draconianos de gastos públicos que, por seus impactos em segurança, saúde e educação, acelerarão o desmonte do país como comunidade civilizada, com a situação dos presídios sendo a marca mais cruel da barbárie.
Em vez de medidas que decidam no atacado, para livrar a cara adota esse varejo ridículo que, no máximo, irá gerar uma indústria da indenização, ao fazer a multa recair sobre o Estado, e não sobre governantes, administradores e funcionários de presídios.
7. O esgotamento da Lava Jato
Na Lava Jato, a perseguição a Lula virou o fio – e a prova está na recuperação de seus índices de popularidade e da queda radical das lideranças tucanas. O que se pretenderá daqui para frente? Continuar a perseguição, insistir nos abusos? Promover condenação sem provas cabais?
Um dado curioso é que os jornalões, pela primeira vez, começam a abrir espaço para as denúncias dos advogados do Lula, contra a perseguição movida por Sérgio Moro. A intenção é óbvia: enfraquecer gradativamente Moro para que não invista sobre seus aliados.
Por outro lado, os principais suspeitos com foro privilegiado, submetidos à seletividade de Janot, reduz-se substancialmente a capacidade da operação de continuar gerando fatos políticos.
Peça 7 – aguardando 2018
Com essa crise generalizada das instituições, toda energia, daqui para frente, será em função de 2018.
Do lado da mídia e da Lava Jato, haverá a intensificação dos esforços para anular Lula.
Por outro lado, o pacto mídia-PSDB-mercado demonstrou não ter a menor condição de gerar nenhuma expectativa positiva, nenhum projeto de país. Falta-lhes imaginação criadora, diagnósticos mais complexos sobre o país, sensibilidade para entender a complexidade social e econômica do país.
2018 já começou! Para o bem ou para o mal!
Com essa crise generalizada das instituições, toda energia, daqui para frente, será em função de 2018.
Do lado da mídia e da Lava Jato, haverá a intensificação dos esforços para anular Lula.
Por outro lado, o pacto mídia-PSDB-mercado demonstrou não ter a menor condição de gerar nenhuma expectativa positiva, nenhum projeto de país. Falta-lhes imaginação criadora, diagnósticos mais complexos sobre o país, sensibilidade para entender a complexidade social e econômica do país.
2018 já começou! Para o bem ou para o mal!
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