Por Altamiro Borges
Quem melhor definiu a escolha do deputado Osmar Serraglio (PMDB-SC) para o Ministério da Justiça do covil golpista foi o jornalista Xico Sá. “Cunha emplacou o novo ministro da Justiça. O recado da prisão deu resultado”, disparou no seu Twitter. De fato, o correntista suíço, que sempre ameaça revelar os pobres de Michel Temer caso não deixe a cadeia, deve estar feliz da vida. Entre outras atribuições, Osmar Serraglio chefiará a Polícia Federal, o que pode aliviar a barra do amigo presidiário. A operação para “estancar a sangria” segue em ritmo acelerado. Um dia após a aprovação do “guarda-costas” Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, agora o governo ilegítimo emplaca um nome sinistro para o Ministério da Justiça.
Nem a mídia chapa-branca, nutrida com fartos recursos em publicidade, conseguiu esconder as relações carnais entre os dois peemedebistas. Em uma pequena notinha, a revista Época, da famiglia Marinho, registrou: “Escolhido pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira (23) para ser o novo ministro da Justiça, o deputado federal Osmar Serraglio defendeu a anistia do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Em abril passado, o deputado cassado tentava costurar uma pena mais branda no Conselho de Ética. ‘Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado’, afirmou Serraglio no período".
A Folha tucana ainda deu mais detalhes sobre estas ligações, mesmo tentando abrandar as críticas. “Advogado de formação, Serraglio pertence a ala do PMDB que por muito tempo foi comandada por Cunha, tendo inclusive sido eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a principal da Câmara, por meio de um acordo costurado pelo então presidente da Casa. No início de 2016, ainda na gestão de Dilma Rousseff, a bancada do PMDB rachou na definição do nome que comandaria a CCJ. Ainda no comando da Câmara, Cunha fechou então um acordo por meio do qual Serraglio presidiria a CCJ em 2016”.
“Antes de presidir a CCJ, Serraglio havia atuado em outro episódio de forma alinhada a Cunha. O peemedebista do Paraná relatou projeto em que o então presidente da Câmara tentava retaliar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na época, Serraglio acatou emenda de um aliado de Cunha, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que vetava a possibilidade de recondução de Janot ao cargo. Cunha acusava o procurador-geral de nas investigações do escândalo de corrupção da Petrobras persegui-lo politicamente a mando da gestão de Dilma Rousseff, de quem era adversário”.
O ministro dos ruralistas
Em outra matéria, assinada pelo jornalista Rubens Valente, a mesma Folha lembra que o novo ministro é ligado aos ruralistas, sendo bancado pelo agronegócio em suas campanhas. “Serraglio declarou ter arrecadado R$ 1,4 milhão em doações para a campanha eleitoral de 2014. Desse total, R$ 470 mil, ou 31%, vieram de empresas ligadas ao campo, como indústrias avícolas e uma fabricante de herbicidas... Em 2011, Serraglio foi escolhido relator da PEC 215 que, se tirada do papel, estenderá ao Congresso Nacional a atribuição, hoje restrita ao Executivo por meio do Ministério da Justiça e da Funai (Fundação Nacional do Índio), de localizar e demarcar terras indígenas, unidades de conservação ambiental e territórios de quilombolas”.
Diante desta biografia sinistra, a reação à indicação do covil golpista foi imediata. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) postou no seu Twitter. “Osmar Serraglio: um ruralista e membro da tropa de choque de Cunha no ministério da Justiça. Para Temer, não há limites para o retrocesso”. Já o senador Roberto Requião, que conhece bem a história do deputado paranaense, disparou nas redes sociais: “Não dá para nomear Cunha, então nomeia-se o Serraglio”. O site Justificando, que reúne juristas, advogados e estudantes de direito do campo progressista, também alertou que a nomeação coloca em perigo várias áreas subordinadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal, a demarcação de terras indígenas e o sistema penitenciário.
Em tempo: A nomeação do peemedebista ocorre exatamente no momento em que o PMDB – que a mídia tenta ocultar que é o partido do Judas Michel Temer – está na berlinda. Na quinta-feira (23), a Polícia Federal deflagrou a 38ª fase da Lava-Jato, apelidada de Operação Blackout, que apura o pagamento de US$ 40 milhões em propina a políticos e diretores da Petrobras. Segundo o Ministério Público Federal, a maior parte dos valores pagos a políticos foi direcionado aos chefões do PMDB. Foram expedidos mandados de prisão a dois operadores financeiros: Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho, lobistas na Petrobras e ligados ao PMDB. Ambos estão nos Estados Unidos e foram incluídos na lista de procurados da Interpol (Polícia Internacional).
A indicação de Osmar Serraglio também pode servir para “estancar a sangria” destas investigações. Afinal, este foi um dos objetivos principais do “golpe dos corruptos” que alçou o peemedebista Michel Temer ao poder.
Quem melhor definiu a escolha do deputado Osmar Serraglio (PMDB-SC) para o Ministério da Justiça do covil golpista foi o jornalista Xico Sá. “Cunha emplacou o novo ministro da Justiça. O recado da prisão deu resultado”, disparou no seu Twitter. De fato, o correntista suíço, que sempre ameaça revelar os pobres de Michel Temer caso não deixe a cadeia, deve estar feliz da vida. Entre outras atribuições, Osmar Serraglio chefiará a Polícia Federal, o que pode aliviar a barra do amigo presidiário. A operação para “estancar a sangria” segue em ritmo acelerado. Um dia após a aprovação do “guarda-costas” Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, agora o governo ilegítimo emplaca um nome sinistro para o Ministério da Justiça.
Nem a mídia chapa-branca, nutrida com fartos recursos em publicidade, conseguiu esconder as relações carnais entre os dois peemedebistas. Em uma pequena notinha, a revista Época, da famiglia Marinho, registrou: “Escolhido pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira (23) para ser o novo ministro da Justiça, o deputado federal Osmar Serraglio defendeu a anistia do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Em abril passado, o deputado cassado tentava costurar uma pena mais branda no Conselho de Ética. ‘Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado’, afirmou Serraglio no período".
A Folha tucana ainda deu mais detalhes sobre estas ligações, mesmo tentando abrandar as críticas. “Advogado de formação, Serraglio pertence a ala do PMDB que por muito tempo foi comandada por Cunha, tendo inclusive sido eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a principal da Câmara, por meio de um acordo costurado pelo então presidente da Casa. No início de 2016, ainda na gestão de Dilma Rousseff, a bancada do PMDB rachou na definição do nome que comandaria a CCJ. Ainda no comando da Câmara, Cunha fechou então um acordo por meio do qual Serraglio presidiria a CCJ em 2016”.
“Antes de presidir a CCJ, Serraglio havia atuado em outro episódio de forma alinhada a Cunha. O peemedebista do Paraná relatou projeto em que o então presidente da Câmara tentava retaliar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na época, Serraglio acatou emenda de um aliado de Cunha, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que vetava a possibilidade de recondução de Janot ao cargo. Cunha acusava o procurador-geral de nas investigações do escândalo de corrupção da Petrobras persegui-lo politicamente a mando da gestão de Dilma Rousseff, de quem era adversário”.
O ministro dos ruralistas
Em outra matéria, assinada pelo jornalista Rubens Valente, a mesma Folha lembra que o novo ministro é ligado aos ruralistas, sendo bancado pelo agronegócio em suas campanhas. “Serraglio declarou ter arrecadado R$ 1,4 milhão em doações para a campanha eleitoral de 2014. Desse total, R$ 470 mil, ou 31%, vieram de empresas ligadas ao campo, como indústrias avícolas e uma fabricante de herbicidas... Em 2011, Serraglio foi escolhido relator da PEC 215 que, se tirada do papel, estenderá ao Congresso Nacional a atribuição, hoje restrita ao Executivo por meio do Ministério da Justiça e da Funai (Fundação Nacional do Índio), de localizar e demarcar terras indígenas, unidades de conservação ambiental e territórios de quilombolas”.
Diante desta biografia sinistra, a reação à indicação do covil golpista foi imediata. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) postou no seu Twitter. “Osmar Serraglio: um ruralista e membro da tropa de choque de Cunha no ministério da Justiça. Para Temer, não há limites para o retrocesso”. Já o senador Roberto Requião, que conhece bem a história do deputado paranaense, disparou nas redes sociais: “Não dá para nomear Cunha, então nomeia-se o Serraglio”. O site Justificando, que reúne juristas, advogados e estudantes de direito do campo progressista, também alertou que a nomeação coloca em perigo várias áreas subordinadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal, a demarcação de terras indígenas e o sistema penitenciário.
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Leia também:
- Osmar Serraglio, o moralista de Cunha
- A rotulagem e os deputados transgênicos
- Dia do Índio: os donos da terra
- Marcola tem muito a aprender com Cunha
- "Temer é coadjuvante, o líder é Cunha"
- Cunha e Temer no Jaburu, o amor é lindo…
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- A quadrilha no governo e a dos cúmplices
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