Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:
A manchete principal do site do jornal O Globo, às 18h29min desta segunda-feira, simboliza perfeitamente a principal arma da Globo para controlar a opinião pública: jornalismo de péssima qualidade.
A chamada, como se fosse a grande notícia do dia, é a seguinte: “Merval Pereira: Liberação das delações pode diminuir a pressão”.
O artigo de Merval (meus comentários vem em negrito):
Pela lei, os depoimentos das delações premiadas são liberados apenas no final do processo, mas cabe ao relator a prerrogativa de libera-los (sic), caso considere importante para o interesse público.
A lei que regulamentou a delação premiada foi a nº 12.850/2013, e nela consta que o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, e não “no final do processo”. Não há nada na lei que fale em liberação “caso considere importante para o interesse público”. O tal interesse público é apenas a desculpa oficial de Moro e seus amigos da Lava Jato para vazar informações selecionadas para a imprensa amiga, que as utiliza a seu bel prazer para influenciar pesadamente no jogo político. O vazamento dos áudios do telefone grampeado de Lula, que impediram a sua nomeação como ministro, é o exemplo cabal de que a divulgação das informações tem todo tipo de interesse por trás, menos o público.
O substituto de Teori Zavascki, que será indicado na quarta-feira, terá a possibilidade de liberar. Vai haver uma pressão muito grande, inclusive o presidente da OAB, Claudio Lamachia, já disse que é importante a quebra do sigilo, alguns políticos querem também, outros não.
Redação confusa, especialmente para um membro da ABL. Destaque para a apuração da estrela do jornalismo político da Globo. Poderia dizer também que alguns políticos gostam de azeitona, outros não, daria no mesmo.
Mas os depoimentos provavelmente vão começar a vazar de todos os lados.
Jura, Merval?
Dentro do Ministério Público tem um grupo que acha que, liberando, fica reduzida a possibilidade de pressão política para que as investigações não andem.
Um “grupo” anônimo de dentro do MP acha alguma coisa. Merval comete um artigo tosco contendo essa informação e o texto vira o destaque do site do jornal. Eis o padrão Globo de qualidade. Um jornalismo desse naipe só se sustenta graças ao absurdo monopólio midiático dos Marinho.
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A manchete principal do site do jornal O Globo, às 18h29min desta segunda-feira, simboliza perfeitamente a principal arma da Globo para controlar a opinião pública: jornalismo de péssima qualidade.
A chamada, como se fosse a grande notícia do dia, é a seguinte: “Merval Pereira: Liberação das delações pode diminuir a pressão”.
O artigo de Merval (meus comentários vem em negrito):
Pela lei, os depoimentos das delações premiadas são liberados apenas no final do processo, mas cabe ao relator a prerrogativa de libera-los (sic), caso considere importante para o interesse público.
A lei que regulamentou a delação premiada foi a nº 12.850/2013, e nela consta que o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, e não “no final do processo”. Não há nada na lei que fale em liberação “caso considere importante para o interesse público”. O tal interesse público é apenas a desculpa oficial de Moro e seus amigos da Lava Jato para vazar informações selecionadas para a imprensa amiga, que as utiliza a seu bel prazer para influenciar pesadamente no jogo político. O vazamento dos áudios do telefone grampeado de Lula, que impediram a sua nomeação como ministro, é o exemplo cabal de que a divulgação das informações tem todo tipo de interesse por trás, menos o público.
O substituto de Teori Zavascki, que será indicado na quarta-feira, terá a possibilidade de liberar. Vai haver uma pressão muito grande, inclusive o presidente da OAB, Claudio Lamachia, já disse que é importante a quebra do sigilo, alguns políticos querem também, outros não.
Redação confusa, especialmente para um membro da ABL. Destaque para a apuração da estrela do jornalismo político da Globo. Poderia dizer também que alguns políticos gostam de azeitona, outros não, daria no mesmo.
Mas os depoimentos provavelmente vão começar a vazar de todos os lados.
Jura, Merval?
Dentro do Ministério Público tem um grupo que acha que, liberando, fica reduzida a possibilidade de pressão política para que as investigações não andem.
Um “grupo” anônimo de dentro do MP acha alguma coisa. Merval comete um artigo tosco contendo essa informação e o texto vira o destaque do site do jornal. Eis o padrão Globo de qualidade. Um jornalismo desse naipe só se sustenta graças ao absurdo monopólio midiático dos Marinho.
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Seguem mais comentários do blog:
Enquanto o governo-fantoche de Michel Temer implementa sua agenda de venda do patrimônio público a preços módicos e ataque aos direitos, empregos e salários dos trabalhadores, a população é entretida com a prisão de Eike Batista e a homologação da delação da Odebrecht.
A Lava Jato, operação multiuso da direita brasileira, passou da fase de ser usada como arma política para derrubar o governo. O governo inimigo já foi derrubado.
Agora ela serve para duas coisas.
Uma é deixar o governo pusilânime de Temer sob constante pressão.
A outra é distrair a população com um espetáculo dantesco de truculência, prisões, abusos e criminalização da política, enquanto o Estado é desmontado e o desemprego e a miséria entram em nova trajetória ascendente, depois de anos de regressão.
É o velho pão e circo romano.
Com o pão ficando escasso para cada vez mais brasileiros.
Enquanto o governo-fantoche de Michel Temer implementa sua agenda de venda do patrimônio público a preços módicos e ataque aos direitos, empregos e salários dos trabalhadores, a população é entretida com a prisão de Eike Batista e a homologação da delação da Odebrecht.
A Lava Jato, operação multiuso da direita brasileira, passou da fase de ser usada como arma política para derrubar o governo. O governo inimigo já foi derrubado.
Agora ela serve para duas coisas.
Uma é deixar o governo pusilânime de Temer sob constante pressão.
A outra é distrair a população com um espetáculo dantesco de truculência, prisões, abusos e criminalização da política, enquanto o Estado é desmontado e o desemprego e a miséria entram em nova trajetória ascendente, depois de anos de regressão.
É o velho pão e circo romano.
Com o pão ficando escasso para cada vez mais brasileiros.
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