Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Embora seja cedo demais para afirmações irrevogáveis, principalmente quanto às apostas eleitorais, talvez não seja inteiramente descartável, pela distância do tempo, acreditar nos números apresentados pelas pesquisas sobre a disputa presidencial no próximo ano.
O crescimento da intenção de voto espontânea em Lula, à esquerda, pulou de 11,4%, em outubro de 2016, para 16,6% agora. Magnífico para ele. Este salto não se previa. Mais surpreendente, no entanto, foi o avanço, à direita, de Jair Bolsonaro, deputado federal com domicílio eleitoral no Rio de Janeiro. Dobrou a intenção de voto nele. De 3,3% escalou para 6,5%. Bolsonaro será mesmo a “zebra” em 2018?
Na medida em que a direita radicaliza, ela também se desfaz. Derrete como neve ao sol, o que se comprova pela queda de voto espontâneo, mais sólido do que a votação estimulada com o nome dos prováveis candidatos, na comparação entre outubro do ano passado e fevereiro de 2017.
A radicalização, neste caso, está na tendência das reformas, preparadas para anular direitos e sufocar a população mais pobre. Como, aliás, já vem ocorrendo.
A reação dos movimentos sociais contra o programa do governo, a exemplo das reformas da Previdência e Trabalhista, é implacável. Ao atirar para baixo, o governo e aliados acertam o próprio pé. A pesquisa CNT/MDA também aponta as dificuldades dos candidatos da direita.
Aécio Neves caiu de 3,1% para 2,2%; Michel Temer desceu de 3,0% para 1,1%; e Geraldo Alckmin, de 1,9% para 0,7%. E a indefinida ambientalista Marina Silva? Tinha 2,4% e caiu para 1,8%. Esfumou-se.
Os resultados de agora podem refletir apenas um passeio radical do eleitor conservador. Ou seja, o voto vai e depois volta.
Somente Bolsonaro está fortalecido. Ele passa a ser a expressão da direita com a qual, no entanto, tem divergências. Uma delas é sobre a venda da Petrobras. É a boa herança da caserna. Em contrapartida, tem posições insuportáveis à luz da democracia.
Apoia a tortura como meio para obter informações. Além disso, cultiva intolerável preconceito contra as mulheres. As feministas devem provocar urticárias no machão. Um misógino ultrapassado. A pesquisa comprova: ele tem baixo porcentual de voto entre as mulheres, e elas têm 52% do total de votos no País.
Confronto simulado, entre o metalúrgico e o capitão, aponta resultados curiosos. Vamos a eles: no item “escolaridade” Lula (16,8%) perde para Bolsonaro (20,7%) entre os eleitores com curso superior; há empate numérico entre os dois (20,4%) no grupo de eleitores com renda acima de 5 salários mínimos; no Sudeste, os 14,4% de intenção de voto em Bolsonaro aproximam-se dos 17,5% de Lula; no Sul, Lula mantém o mesmo porcentual e amplia a diferença para 5,1%.
Os números podem transformar Jair Bolsonaro em ícone da classe média brasileira.
O crescimento da intenção de voto espontânea em Lula, à esquerda, pulou de 11,4%, em outubro de 2016, para 16,6% agora. Magnífico para ele. Este salto não se previa. Mais surpreendente, no entanto, foi o avanço, à direita, de Jair Bolsonaro, deputado federal com domicílio eleitoral no Rio de Janeiro. Dobrou a intenção de voto nele. De 3,3% escalou para 6,5%. Bolsonaro será mesmo a “zebra” em 2018?
Na medida em que a direita radicaliza, ela também se desfaz. Derrete como neve ao sol, o que se comprova pela queda de voto espontâneo, mais sólido do que a votação estimulada com o nome dos prováveis candidatos, na comparação entre outubro do ano passado e fevereiro de 2017.
A radicalização, neste caso, está na tendência das reformas, preparadas para anular direitos e sufocar a população mais pobre. Como, aliás, já vem ocorrendo.
A reação dos movimentos sociais contra o programa do governo, a exemplo das reformas da Previdência e Trabalhista, é implacável. Ao atirar para baixo, o governo e aliados acertam o próprio pé. A pesquisa CNT/MDA também aponta as dificuldades dos candidatos da direita.
Aécio Neves caiu de 3,1% para 2,2%; Michel Temer desceu de 3,0% para 1,1%; e Geraldo Alckmin, de 1,9% para 0,7%. E a indefinida ambientalista Marina Silva? Tinha 2,4% e caiu para 1,8%. Esfumou-se.
Os resultados de agora podem refletir apenas um passeio radical do eleitor conservador. Ou seja, o voto vai e depois volta.
Somente Bolsonaro está fortalecido. Ele passa a ser a expressão da direita com a qual, no entanto, tem divergências. Uma delas é sobre a venda da Petrobras. É a boa herança da caserna. Em contrapartida, tem posições insuportáveis à luz da democracia.
Apoia a tortura como meio para obter informações. Além disso, cultiva intolerável preconceito contra as mulheres. As feministas devem provocar urticárias no machão. Um misógino ultrapassado. A pesquisa comprova: ele tem baixo porcentual de voto entre as mulheres, e elas têm 52% do total de votos no País.
Confronto simulado, entre o metalúrgico e o capitão, aponta resultados curiosos. Vamos a eles: no item “escolaridade” Lula (16,8%) perde para Bolsonaro (20,7%) entre os eleitores com curso superior; há empate numérico entre os dois (20,4%) no grupo de eleitores com renda acima de 5 salários mínimos; no Sudeste, os 14,4% de intenção de voto em Bolsonaro aproximam-se dos 17,5% de Lula; no Sul, Lula mantém o mesmo porcentual e amplia a diferença para 5,1%.
Os números podem transformar Jair Bolsonaro em ícone da classe média brasileira.
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