Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Já quase no final de sua fala de 20 minutos diante do caixão de Marisa, Lula não conseguiu mais segurar o choro ao prometer para a mulher com quem viveu 43 anos, da luta sindical dos metalúrgicos do ABC à Presidência da República:
"Querida companheira Marisa, descanse em paz, porque o seu `Lulinha Paz e Amor´vai continuar brigando muito por você".
Depois de passar horas em pé recebendo os pêsames de uma a uma das milhares de pessoas que foram ao salão do terceiro andar do Sindicato dos Metalúrgicos, o berço político dele e do PT, com as filas dando volta no quarteirão, Lula voltou a falar com a emoção dos tempos em que surgiu na cena política brasileira, desafiando a ditadura militar, nas greves dos anos 1970.
"Marisa morreu triste pela canalhice que fizeram com ela e a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela... Tenho 71 anos. Acho que ainda vou viver muito porque quero provar que os facínoras que levantaram leviandades contra a Marisa tenham um dia a humildade de pedir desculpas a essa mulher".
Lula aguentou firme os dez dias que passou no hospital ao lado da mulher, onde ela ficou entre a vida e a morte depois de sofrer um AVC, mas ao reencontrar velhos companheiros e militantes na manhã deste sábado por diversas vezes ele se emocionou a ponto de não conseguir falar nada, apenas dar um forte abraço.
Relembrando passagens da vida em comum com Marisa, desde que eles se conheceram ali naquele sindicato, das viagens que fizeram juntos pelo Brasil e por boa parte do mundo, Lula buscava no passado forças para encarar o futuro sem ela.
"Marisa ficava na praça da Matriz com outras companheiras vendendo bandeiras e camisetas para a gente construir o partido que a direita agora quer destruir", lembrou ao falar do começo do PT, misturando boas recordações com um desafio aos que o acusam na Operação Lava Jato, onde responde a cinco processos.
"Se alguém tem medo de ser preso, quero dizer que esse homem, que está aqui enterrando sua mulher, não tem. Tenho consciência tranquila. Não sou eu que tenho que provar que sou inocente. Eles que precisam provar que as mentiras que eles estão contando são verdade".
Se depender do ânimo da multidão de políticos, lideres sindicais e de movimentos sociais, militantes anônimos e antigos colegas de diretoria do sindicato que foram ao velório de Marisa, ele não vai seguir o conselho de d. Angélico Bernardino, que o abraçou ao final do desabafo, pegou o microfone e o aconselhou a descansar um pouco. Duvido.
Pelo que conheço dele, segunda-feira o velho Lula estará de volta, mais uma vez viajando pelo país, ainda mais desafiado a lutar pelo seu legado político e pela memória da mulher.
Vida que segue.
Já quase no final de sua fala de 20 minutos diante do caixão de Marisa, Lula não conseguiu mais segurar o choro ao prometer para a mulher com quem viveu 43 anos, da luta sindical dos metalúrgicos do ABC à Presidência da República:
"Querida companheira Marisa, descanse em paz, porque o seu `Lulinha Paz e Amor´vai continuar brigando muito por você".
Depois de passar horas em pé recebendo os pêsames de uma a uma das milhares de pessoas que foram ao salão do terceiro andar do Sindicato dos Metalúrgicos, o berço político dele e do PT, com as filas dando volta no quarteirão, Lula voltou a falar com a emoção dos tempos em que surgiu na cena política brasileira, desafiando a ditadura militar, nas greves dos anos 1970.
"Marisa morreu triste pela canalhice que fizeram com ela e a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela... Tenho 71 anos. Acho que ainda vou viver muito porque quero provar que os facínoras que levantaram leviandades contra a Marisa tenham um dia a humildade de pedir desculpas a essa mulher".
Lula aguentou firme os dez dias que passou no hospital ao lado da mulher, onde ela ficou entre a vida e a morte depois de sofrer um AVC, mas ao reencontrar velhos companheiros e militantes na manhã deste sábado por diversas vezes ele se emocionou a ponto de não conseguir falar nada, apenas dar um forte abraço.
Relembrando passagens da vida em comum com Marisa, desde que eles se conheceram ali naquele sindicato, das viagens que fizeram juntos pelo Brasil e por boa parte do mundo, Lula buscava no passado forças para encarar o futuro sem ela.
"Marisa ficava na praça da Matriz com outras companheiras vendendo bandeiras e camisetas para a gente construir o partido que a direita agora quer destruir", lembrou ao falar do começo do PT, misturando boas recordações com um desafio aos que o acusam na Operação Lava Jato, onde responde a cinco processos.
"Se alguém tem medo de ser preso, quero dizer que esse homem, que está aqui enterrando sua mulher, não tem. Tenho consciência tranquila. Não sou eu que tenho que provar que sou inocente. Eles que precisam provar que as mentiras que eles estão contando são verdade".
Se depender do ânimo da multidão de políticos, lideres sindicais e de movimentos sociais, militantes anônimos e antigos colegas de diretoria do sindicato que foram ao velório de Marisa, ele não vai seguir o conselho de d. Angélico Bernardino, que o abraçou ao final do desabafo, pegou o microfone e o aconselhou a descansar um pouco. Duvido.
Pelo que conheço dele, segunda-feira o velho Lula estará de volta, mais uma vez viajando pelo país, ainda mais desafiado a lutar pelo seu legado político e pela memória da mulher.
Vida que segue.
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