Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
A notícia foi divulgada lá pelo final da noite da última quarta-feira (22): José Serra largara o osso, pedira demissão de cargo que, para ele, a mídia tucana passou a chamar de “chanceler” – para outros, era meramente ministro das Relações Exteriores, mas chanceler é mais pomposo e passou a ser usado para o eterno candidato a presidência dos barões da mídia.
A carta de demissão falava em “problemas de saúde”; a expressão foi repercutida pela mídia sem maiores detalhes, gerando especulações de que o tucano poderia estar sofrendo de algum mal sério, alguns falaram em câncer.
Este blogueiro sentiu-se na obrigação de pregar nas redes sociais que a esquerda não fizesse com Serra o que a direita costuma fazer com adversários políticos doentes, como fez com Lula e Dilma quando tiveram câncer e com a falecida dona Marisa Letícia, ou seja, insultar, desejar a morte, sofrimento etc.
Porém, muita gente desconfiou e, no final da noite, veio a notícia de que não era nada demais ou, quem sabe, simplesmente não fosse nada além de “delírium investigatorium”, causado pelo medo de ter que sair do governo em meio a denúncias.
Confesso que, pensando em não me igualar aos sociopatas que atacam adversários políticos em momentos de fragilidade humana que todos experimentaremos um dia, fui ingênuo. Havia algo de podre naquele anúncio intempestivo de Serra.
As suspeitas são de que ele estaria preferindo se antecipar à divulgação das delações da Odebrecht, onde supõem que irá aparecer em destaque ainda maior que o conferido por denúncia anterior de que recebeu 23 milhões de propina da empreiteira, e, assim, decidiu sair do governo em situação mais amena, já que, por ser senador, mesmo saindo do governo manterá o foro privilegiado.
Faz sentido. Porém, tudo ainda é pura especulação, até o momento. Ainda vamos saber por que Serra saiu tão intempestivamente do cargo de “chanceler” (uma boquinha muita boa). Foi só por conta de um problema absolutamente contornável que, segundo o próprio tucano, estaria resolvido dali a quatro meses?
Hummmm…
Não se sabe se esse tucano tem mesmo problema na coluna vertebral, mas sabe-se que tem um outro problema de coluna, um problema de quinta-coluna, ou seja, de traição que começou a ficar visível lá em 2010, quando, em campanha eleitoral à Presidência, comprometeu-se com a petroleira Chevron a lhe fazer gordas concessões, caso fosse eleito.
O tempo passou e, por fim, Serra conseguiu entregar às petroleiras estrangeiras o que prometera, mesmo sem ter conseguido se eleger presidente.
Em fevereiro do ano passado, o Senado aprovou um projeto que mudaria drasticamente as regras de exploração do pré-sal. O texto legal extinguiu participação obrigatória da Petrobras em todos consórcios formados para aquelas reservas petrolíferas.
O projeto que entregou o pré-sal às petroleiras estrangeiras, obviamente, foi de autoria do senador José Serra (PSDB-SP).
“Esse projeto acaba com a política de controle nacional. A Petrobras deixar de ser a operadora única do pré-sal é um desastre. Nós estamos entregando a preço de banana, US$ 30 o preço do barril. Nós descobrimos o pré-sal e vamos entregar de bandeja?”, protestou, inutilmente, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
O mais incrível é que a proposta de Serra era muito pior para os interesses do que a que foi aprovada.
O texto inicial do senador tucano não previa a prioridade da Petrobras na escolha dos blocos de exploração do pré-sal. De acordo com a redação orginal formulada por Serra, a ANP determinaria as áreas a serem leiloadas e seria aberta uma licitação para que Petrobras e demais empresas disputassem o bloco a ser explorado.
Da maneira que estava, o texto desagradava até os parlamentares mais conservadores porque retirava o protagonismo da Petrobrás na exploração do pré-sal. Diante disso, para que houvesse um entendimento entre governo e senadores favoráveis ao projeto, ficou estabelecido que a Petrobras teria preferência nas áreas cuja exploração considerasse estratégica.
Menos mal, porém não graças a Serra. Ele queria entregar tudo, dedos e anéis. Seu problema não é de coluna vertebral, é de quinta-coluna, ou seja, um grande problema de Serra, entre tantos outros, é ser um traidor capaz de entregar a nação aos tubarões internacionais em troca, obviamente, de muito mais do que aplausos…
A notícia foi divulgada lá pelo final da noite da última quarta-feira (22): José Serra largara o osso, pedira demissão de cargo que, para ele, a mídia tucana passou a chamar de “chanceler” – para outros, era meramente ministro das Relações Exteriores, mas chanceler é mais pomposo e passou a ser usado para o eterno candidato a presidência dos barões da mídia.
A carta de demissão falava em “problemas de saúde”; a expressão foi repercutida pela mídia sem maiores detalhes, gerando especulações de que o tucano poderia estar sofrendo de algum mal sério, alguns falaram em câncer.
Este blogueiro sentiu-se na obrigação de pregar nas redes sociais que a esquerda não fizesse com Serra o que a direita costuma fazer com adversários políticos doentes, como fez com Lula e Dilma quando tiveram câncer e com a falecida dona Marisa Letícia, ou seja, insultar, desejar a morte, sofrimento etc.
Porém, muita gente desconfiou e, no final da noite, veio a notícia de que não era nada demais ou, quem sabe, simplesmente não fosse nada além de “delírium investigatorium”, causado pelo medo de ter que sair do governo em meio a denúncias.
Confesso que, pensando em não me igualar aos sociopatas que atacam adversários políticos em momentos de fragilidade humana que todos experimentaremos um dia, fui ingênuo. Havia algo de podre naquele anúncio intempestivo de Serra.
As suspeitas são de que ele estaria preferindo se antecipar à divulgação das delações da Odebrecht, onde supõem que irá aparecer em destaque ainda maior que o conferido por denúncia anterior de que recebeu 23 milhões de propina da empreiteira, e, assim, decidiu sair do governo em situação mais amena, já que, por ser senador, mesmo saindo do governo manterá o foro privilegiado.
Faz sentido. Porém, tudo ainda é pura especulação, até o momento. Ainda vamos saber por que Serra saiu tão intempestivamente do cargo de “chanceler” (uma boquinha muita boa). Foi só por conta de um problema absolutamente contornável que, segundo o próprio tucano, estaria resolvido dali a quatro meses?
Hummmm…
Não se sabe se esse tucano tem mesmo problema na coluna vertebral, mas sabe-se que tem um outro problema de coluna, um problema de quinta-coluna, ou seja, de traição que começou a ficar visível lá em 2010, quando, em campanha eleitoral à Presidência, comprometeu-se com a petroleira Chevron a lhe fazer gordas concessões, caso fosse eleito.
Em fevereiro do ano passado, o Senado aprovou um projeto que mudaria drasticamente as regras de exploração do pré-sal. O texto legal extinguiu participação obrigatória da Petrobras em todos consórcios formados para aquelas reservas petrolíferas.
O projeto que entregou o pré-sal às petroleiras estrangeiras, obviamente, foi de autoria do senador José Serra (PSDB-SP).
“Esse projeto acaba com a política de controle nacional. A Petrobras deixar de ser a operadora única do pré-sal é um desastre. Nós estamos entregando a preço de banana, US$ 30 o preço do barril. Nós descobrimos o pré-sal e vamos entregar de bandeja?”, protestou, inutilmente, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
O mais incrível é que a proposta de Serra era muito pior para os interesses do que a que foi aprovada.
O texto inicial do senador tucano não previa a prioridade da Petrobras na escolha dos blocos de exploração do pré-sal. De acordo com a redação orginal formulada por Serra, a ANP determinaria as áreas a serem leiloadas e seria aberta uma licitação para que Petrobras e demais empresas disputassem o bloco a ser explorado.
Da maneira que estava, o texto desagradava até os parlamentares mais conservadores porque retirava o protagonismo da Petrobrás na exploração do pré-sal. Diante disso, para que houvesse um entendimento entre governo e senadores favoráveis ao projeto, ficou estabelecido que a Petrobras teria preferência nas áreas cuja exploração considerasse estratégica.
Menos mal, porém não graças a Serra. Ele queria entregar tudo, dedos e anéis. Seu problema não é de coluna vertebral, é de quinta-coluna, ou seja, um grande problema de Serra, entre tantos outros, é ser um traidor capaz de entregar a nação aos tubarões internacionais em troca, obviamente, de muito mais do que aplausos…
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