Da revista CartaCapital:
O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), pediu demissão na noite desta quarta-feira 22 a Michel Temer, que aceitou o pedido. O tucano enfrenta um problema de saúde na coluna cervical. Chegou a ser submetido a uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no fim do ano passado, mas não se recuperou plenamente.
Em sua carta de renúncia, o então chanceler lamentou sair do governo, mas acenou manter apoio a Temer ao reassumir sua cadeira parlamentar. “No Congresso, honrarei o meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática no Brasil”, disse.
De acordo com o tucano, suas condições de saúde o impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes ao cargo. “Isto sem mencionar as dificuldades para o trabalho do dia a dia. Segundo os médicos, o tempo para restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses”.
No Senado, Serra foi um dos maiores entusiastas do impeachment de Dilma Rousseff. Tentou cacifar seu nome para o Ministério da Fazenda de Temer, mas ao cabo contentou-se com a chefia do Itamaraty. Como chanceler de um governo não eleito pelo voto popular, tornou-se alvo de recorrentes protestos da oposição, dentro e fora do País.
Durante a sua gestão no Ministério das Relações Exteriores, Serra tornou-se um criador de casos na América Latina. Por razões ideológicas, trabalhou abertamente pela derrubada de Nicolás Maduro do governo na Venezuela. Até conseguiu, com um golpe jurídico, impedi-lo de assumir a presidência rotativa do Mercosul.
Em setembro, quando Temer viajou a Nova York para discursar na Assembleia Geral da ONU, foi reduzido a um papel de mero figurante, uma espécie de chanceler decorativo. Ficou (por opção própria) em um hotel diferente daquele usado pelo chefe e por ministros da comitiva. Ausentou-se de uma histórica reunião global sobre refugiados, além de permanecer escanteado dos principais convescotes da diplomacia.
Serra jamais escondeu a intenção de voltar a concorrer a presidência da república em 2018, após as duas derrotas sofridas em 2002 e em 2010. Viu no Itamaraty a possibilidade de ganhar mais visibilidade, mas acabou acumulando mais gafes do que trunfos para expor em horário eleitoral.
Em uma viagem oficial ao México, em julho passado, para citar um exemplo, enfiou os pés pelas mãos ao gracejar com a chanceler mexicana Claudia Ruiz Massieu: “Para os políticos homens no Brasil é um perigo porque descobri aqui que metade das senadoras é mulher”. As mulheres ocupam 36% das cadeiras da Câmara Alta, o Senado mexicano. No Brasil, a representação feminina no Congresso é da ordem de apenas 10%.
Outro empecilho são as investigações da Operação Lava Jato. Em agosto de 2016, executivos da Odebrecht afirmaram que a campanha do tucano à presidência em 2010 recebeu, via caixa dois, 23 milhões de reais da empreiteira, segundo a Folha de S.Paulo. A delação permanece em sigilo.
Em sua carta de renúncia, o então chanceler lamentou sair do governo, mas acenou manter apoio a Temer ao reassumir sua cadeira parlamentar. “No Congresso, honrarei o meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática no Brasil”, disse.
De acordo com o tucano, suas condições de saúde o impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes ao cargo. “Isto sem mencionar as dificuldades para o trabalho do dia a dia. Segundo os médicos, o tempo para restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses”.
No Senado, Serra foi um dos maiores entusiastas do impeachment de Dilma Rousseff. Tentou cacifar seu nome para o Ministério da Fazenda de Temer, mas ao cabo contentou-se com a chefia do Itamaraty. Como chanceler de um governo não eleito pelo voto popular, tornou-se alvo de recorrentes protestos da oposição, dentro e fora do País.
Durante a sua gestão no Ministério das Relações Exteriores, Serra tornou-se um criador de casos na América Latina. Por razões ideológicas, trabalhou abertamente pela derrubada de Nicolás Maduro do governo na Venezuela. Até conseguiu, com um golpe jurídico, impedi-lo de assumir a presidência rotativa do Mercosul.
Em setembro, quando Temer viajou a Nova York para discursar na Assembleia Geral da ONU, foi reduzido a um papel de mero figurante, uma espécie de chanceler decorativo. Ficou (por opção própria) em um hotel diferente daquele usado pelo chefe e por ministros da comitiva. Ausentou-se de uma histórica reunião global sobre refugiados, além de permanecer escanteado dos principais convescotes da diplomacia.
Serra jamais escondeu a intenção de voltar a concorrer a presidência da república em 2018, após as duas derrotas sofridas em 2002 e em 2010. Viu no Itamaraty a possibilidade de ganhar mais visibilidade, mas acabou acumulando mais gafes do que trunfos para expor em horário eleitoral.
Em uma viagem oficial ao México, em julho passado, para citar um exemplo, enfiou os pés pelas mãos ao gracejar com a chanceler mexicana Claudia Ruiz Massieu: “Para os políticos homens no Brasil é um perigo porque descobri aqui que metade das senadoras é mulher”. As mulheres ocupam 36% das cadeiras da Câmara Alta, o Senado mexicano. No Brasil, a representação feminina no Congresso é da ordem de apenas 10%.
Outro empecilho são as investigações da Operação Lava Jato. Em agosto de 2016, executivos da Odebrecht afirmaram que a campanha do tucano à presidência em 2010 recebeu, via caixa dois, 23 milhões de reais da empreiteira, segundo a Folha de S.Paulo. A delação permanece em sigilo.
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