Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Peça 1 – os policiais celebridades criados pela mídia
Este é o delegado Maurício Moscardi Grillo. É jovem, passou no concurso da Polícia Federal e é delegado há apenas cinco anos. E destoa dos colegas por dois pontos relevantes.
Primeiro, pelo exibicionismo. Ao contrário dos procuradores da Lava Jato, a PF sempre primou pela discrição. Grillo gosta dos holofotes, é boquirroto e cultiva frases de efeito, que possam repercutir na mídia.
Segundo, porque é um empreendedor de sucesso. Em 2015 inaugurou o San Marino Residence Hotel, em sua cidade, Bauru, mostrando uma desejável preocupação em garantir o futuro. É um prédio de quatro andares, de propriedade de uma empresa dele e da esposa, com capital social registrado de R$ 100 mil (https://goo.gl/ytIjUS).
Grillo é filho do titular da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), Antônio Grillo Neto, engenheiro conceituado na cidade, na gestão anterior, de um prefeito ligado ao PMDB.
Moscardo Grillo é agressivo com os críticos, truculento nas ações, e cioso de suas prerrogativas de autoridade. Reprovado no psicotécnico no concurso para Delegado, sua primeira missão foi no Acre. Com suas pirotecnias, prendeu 17 pessoas na Operação G7. Três anos depois, a Justiça Federal do estado absolveu todos os acusados.
Coube a ele, também, prender Guido Mantega do Hospital Alberto Einstein, não respeitando o estado grave de sua esposa.
Foi denunciado pelo jornalista Marcelo Auler por suspeita de utilização de verbas secretas da PF, em 2015, para reformas nas instalações da PF em Curitiba (https://goo.gl/uFGdsv) criando uma área social no prédio que abriga o Grupo de Investigação Sensível (GISE) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, ambas chefiadas na época por ele. Os gastos foram feitos no mesmo momento em que o delegado solicitava mais verbas para a Lava Jato.
Com as denúncias, perdeu o comando das duas estruturas. Mas, graças às boas ligações com o Judiciário do estado, conseguiu uma sentença impondo censura às reportagens.
Para conseguir o resultado, Moscardi praticou um ato que pode ser classificado de litigância de má fé. Ingressou com três ações em juizados distintos, sendo que duas tramitaram paralelamente, afim de burlar o sistema do juiz natural do feito (https://goo.gl/pE6pOa).
A juíza Vanessa Bassani não apenas ordenou a censura embora tenha absolvido o jornalista do pagamento da tutela antecipada – Grillo queria receber antecipadamente R$ 35.200,00 aa título de indenização.
Criticado por outros veículos, o delegado fez um mea culpa na revista Veja. E continuou fustigando os jornalistas com ações.
Não ficaram nisso as estripulias do delegado Moscardi. Responsável pela primeira investigação sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Yousseff, em março de 2014, cometeu erros tão primários que lançaram a desconfiança de que foram propositais, para garantir um resultado favorável à cúpula da Superintendência Regional do DPF no Paraná (SR/DPF/PR) (https://goo.gl/PDPJso).
Delegados críticos da operação foram atacados rapidamente pelos delegados de Curitiba, aliados aos procuradores e aos repórteres policiais dos jornalões.
Representaram ao MPF contra dois colegas que apuraram as incorreções nas investigações. Em pleno feriado de 11 de agosto, Dia do Advogado, o procurador Daniel Coimbra apresentou à Justiça Federal denúncia contra os dois delegados, classificando-os de “dissidentes”. No final da semana seguinte, o policial repórter do Estadão noticiou o fato com destaque, visando atingir os dois delegados (https://goo.gl/s4prmI).
O juiz Danilo Pereira Junior, da 12a Vara Federal de Curitiba rejeitou a denúncia, apontou erro do MPF, e absolveu os dois acusados, lembrando o óbvio: era responsabilidade sua alertar os superiores sobre atos que supunham criminosos. Só se se provasse que estavam contando inverdades propositadamente poderiam ser processados.
Nas mãos desse delegado, exibicionista e imaturo, foi colocado o destino de mais de dez anos de esforços brasileiros para ampliar as exportações de carne pelo mundo. Ao conduzir a Carne Fraca, “a maior operação da história da PF”, Moscardi Grillo provocou desconfianças em todos os compradores de carne brasileira, trazendo a maior ameaça ao setor desde a febre aftosa. Depois do alarido da Operação, China, União Europeia, Chile e outros países suspenderam a compra de carne brasileira.
Manipulação 1 - Frases fora do contexto
Uma das formas de escandalização é retirar frases do contexto.
Na peça jornalística da Carne Fraca, reproduzem um diálogo grampeado. E concluem que estão misturando papelão na carne.
Quando escrevi meus dois textos críticos à operação, Facebook, Blog, Twitter foram invadidos por multidões de bolsonaristas com o refrão único: “Então você é a favor de comer papelão”.
Nos dias seguintes, a suspeita foi ironizada por vários especialistas. Bastaria a consulta a um técnico para poupar o relatório desse vexame. Mas a opinião técnica poderia reduzir a escandalização.
Manipulação 2 - Escandalização do nada
O relatório denuncia, em tom grave, que os frigoríficos misturavam ácido ascórbico na carne. Novo pânico instalado nos consumidores. Havia risco de espalhar escorbuto pelo país.
Foram necessários dois dias para se descobrir que o tal ácido ascórbico é a Vitamina C.
Dizem os manuais
Existem muitos agentes redutores e oxidantes comuns em nosso dia a dia. Na medicina e na indústria, um dos agentes redutores mais conhecidos é a vitamina C, cujo nome químico é ácido L-ascórbico ou simplesmente ácido ascórbico.
O ácido ascórbico em solução aquosa possui uma facilidade excepcional para ser oxidado, portanto essa característica faz com que ele seja um ótimo antioxidante. Isso significa que ele protege outras espécies químicas de se oxidarem, em razão do seu próprio sacrifício.
Ora, colocar Vitamina C na carne, além de prática habitual, não chocaria os leigos. O que faz, então, o delegado Moscardi:
“Eles usavam ácidos e outros produtos químicos para poder maquiar o aspecto físico do alimento. Usam determinados produtos cancerígenos em alguns casos para poder maquiar as características físicas do produto estragado, o cheiro”.
Pronto, a Vitamina C se transforma em ácido letal.
Manipulação 3 – não relativização dos fatos
No caso da Carne Fraca, em dois anos de investigações foi feito apenas um exame bacteriológico. Foram encontradas irregularidades em apenas 3 frigoríficos. Não se mencionou em nenhum momento todos os sistemas paralelos de inspeção, exigidos pelos países compradores.
Peça 3 – Blairo, Temer e as barganhas políticas
O desastre da Carne Fraca é filho direto do impeachment.
Há muito tempo se sabia dos esquemas corruptos do Ministério da Agricultura no Paraná.
Na campanha do impeachment, o deputado Sérgio Souza, PMDB, exigiu manutenção do chefe dos fiscais Daniel Gonçalves Filho para votar contra o impeachment. A então Ministra Katia Abreu e a presidente Dilma Rousseff não toparam.
Em 4 de agosto de 2016, já havia movimentação contra o esquema de corrupção do Ministério da Agricultura no Paraná (https://goo.gl/NsVcqg). O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) denunciou nomeações políticas autorizadas pelo Ministro da Agricultura Blairo Maggi
“Ainda segundo o Delegado Sindical Daniel Teixeira “a categoria está perplexa com a nomeação de Gil nestas condições e ainda com a hipótese aventada por ele de nomear a recém exonerada Chefe do SIPOA-PR Maria do Rocio Nascimento”. Na opinião de Daniel Teixeira “essa manobra está parecendo uma grande costura política entre PP e PMDB para a manutenção do status quo da gestão da SFA-PR””.
Provavelmente a operação apurou a caixinha para Sérgio Souza e para o Ministro da Justiça Osmar Serraglio. Mas não foi mencionada no relatório devido à prerrogativa de foro de ambos.
Peça 4 – a responsabilidade dos ruralistas
Muitos ambientalistas e indignaram com a defesa da pecuária brasileira que, segundo eles, mantém mão de obra escrava e afeta o meio ambiente.
Ora, o caminho é lutar pelo aumento das investigações, das punições contra esses crimes específicos, não pela destruição do setor.
Mais de dez anos atrás, Blairo Maggi sentiu que os problemas com meio ambiente poderiam afetar as exportações de soja. E tomou uma série de medidas para reduzir o dano, depois que foi contemplado com o troféu Motoserra de Ouro.
As ameaças à produção brasileira não estão apenas nas barreiras fitossanitárias, mas também no chamado dumping social, dos quais o crime mais grave é o da situação análoga à escravidão. Se não forem atacadas firmemente, os problemas ambientais e sociais afetarão mais as exportações brasileiras do que dez operações Carne Fraca.
Peça 5 – os problemas do Estado de Exceção
Moscardi é cria direta do estado de exceção defendido pelo Ministro Luís Roberto Barroso. Só uma situação de exceção para permitir a um delegado inexperiente e inepto mobilizar mais de mil agentes da PF e comprometer a imagem da pecuária brasileira em todo o planeta.
Na outra ponta, um presidente medroso, que não ousa a mínima crítica contra a Operação, porque a qualquer momento delegados ou procuradores podem vazar delações contra ele. E quem deveria comandar a operação é um Ministro da Justiça cúmplice e beneficiário dos fiscais corruptos denunciados.
Quanto tempo mais demorará para cair a ficha que o maior risco enfrentado pelo país é o fator Temer? A estrutura do Estado está sendo desmanchada, com aparelhamento até de áreas estratégicas.
Peça 1 – os policiais celebridades criados pela mídia
Este é o delegado Maurício Moscardi Grillo. É jovem, passou no concurso da Polícia Federal e é delegado há apenas cinco anos. E destoa dos colegas por dois pontos relevantes.
Primeiro, pelo exibicionismo. Ao contrário dos procuradores da Lava Jato, a PF sempre primou pela discrição. Grillo gosta dos holofotes, é boquirroto e cultiva frases de efeito, que possam repercutir na mídia.
Segundo, porque é um empreendedor de sucesso. Em 2015 inaugurou o San Marino Residence Hotel, em sua cidade, Bauru, mostrando uma desejável preocupação em garantir o futuro. É um prédio de quatro andares, de propriedade de uma empresa dele e da esposa, com capital social registrado de R$ 100 mil (https://goo.gl/ytIjUS).
Grillo é filho do titular da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), Antônio Grillo Neto, engenheiro conceituado na cidade, na gestão anterior, de um prefeito ligado ao PMDB.
Moscardo Grillo é agressivo com os críticos, truculento nas ações, e cioso de suas prerrogativas de autoridade. Reprovado no psicotécnico no concurso para Delegado, sua primeira missão foi no Acre. Com suas pirotecnias, prendeu 17 pessoas na Operação G7. Três anos depois, a Justiça Federal do estado absolveu todos os acusados.
Coube a ele, também, prender Guido Mantega do Hospital Alberto Einstein, não respeitando o estado grave de sua esposa.
Foi denunciado pelo jornalista Marcelo Auler por suspeita de utilização de verbas secretas da PF, em 2015, para reformas nas instalações da PF em Curitiba (https://goo.gl/uFGdsv) criando uma área social no prédio que abriga o Grupo de Investigação Sensível (GISE) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, ambas chefiadas na época por ele. Os gastos foram feitos no mesmo momento em que o delegado solicitava mais verbas para a Lava Jato.
Com as denúncias, perdeu o comando das duas estruturas. Mas, graças às boas ligações com o Judiciário do estado, conseguiu uma sentença impondo censura às reportagens.
Para conseguir o resultado, Moscardi praticou um ato que pode ser classificado de litigância de má fé. Ingressou com três ações em juizados distintos, sendo que duas tramitaram paralelamente, afim de burlar o sistema do juiz natural do feito (https://goo.gl/pE6pOa).
A juíza Vanessa Bassani não apenas ordenou a censura embora tenha absolvido o jornalista do pagamento da tutela antecipada – Grillo queria receber antecipadamente R$ 35.200,00 aa título de indenização.
Criticado por outros veículos, o delegado fez um mea culpa na revista Veja. E continuou fustigando os jornalistas com ações.
Não ficaram nisso as estripulias do delegado Moscardi. Responsável pela primeira investigação sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Yousseff, em março de 2014, cometeu erros tão primários que lançaram a desconfiança de que foram propositais, para garantir um resultado favorável à cúpula da Superintendência Regional do DPF no Paraná (SR/DPF/PR) (https://goo.gl/PDPJso).
Delegados críticos da operação foram atacados rapidamente pelos delegados de Curitiba, aliados aos procuradores e aos repórteres policiais dos jornalões.
Representaram ao MPF contra dois colegas que apuraram as incorreções nas investigações. Em pleno feriado de 11 de agosto, Dia do Advogado, o procurador Daniel Coimbra apresentou à Justiça Federal denúncia contra os dois delegados, classificando-os de “dissidentes”. No final da semana seguinte, o policial repórter do Estadão noticiou o fato com destaque, visando atingir os dois delegados (https://goo.gl/s4prmI).
O juiz Danilo Pereira Junior, da 12a Vara Federal de Curitiba rejeitou a denúncia, apontou erro do MPF, e absolveu os dois acusados, lembrando o óbvio: era responsabilidade sua alertar os superiores sobre atos que supunham criminosos. Só se se provasse que estavam contando inverdades propositadamente poderiam ser processados.
Nas mãos desse delegado, exibicionista e imaturo, foi colocado o destino de mais de dez anos de esforços brasileiros para ampliar as exportações de carne pelo mundo. Ao conduzir a Carne Fraca, “a maior operação da história da PF”, Moscardi Grillo provocou desconfianças em todos os compradores de carne brasileira, trazendo a maior ameaça ao setor desde a febre aftosa. Depois do alarido da Operação, China, União Europeia, Chile e outros países suspenderam a compra de carne brasileira.
Peça 2 – a narrativa do jornalismo e da PF
O relatório de Moscardi na Operação Carne Fraca assemelha-se em tudo ao jornalismo que hoje se pratica. O repórter-polícia e o polícia-repórter saem sempre atrás de um grande caso, mesma que seja um caso qualquer, com um objetivo claro: confirmar a suspeita, superdimensionar o escândalo e garantir a manchete. A verdade não lhe importa, tem nuances, tem circunstâncias que podem relativizar e enfraquecer a matéria. Interessa, então, a escandalização a seco – que rende manchetes.
No meu livro “Jornalismo dos anos 90” preparei um capítulo inteiro sobre as diversas formas de manipulação da notícia.
Vamos a uma lição do antijornalismo da Operação Carne Fraca
O relatório de Moscardi na Operação Carne Fraca assemelha-se em tudo ao jornalismo que hoje se pratica. O repórter-polícia e o polícia-repórter saem sempre atrás de um grande caso, mesma que seja um caso qualquer, com um objetivo claro: confirmar a suspeita, superdimensionar o escândalo e garantir a manchete. A verdade não lhe importa, tem nuances, tem circunstâncias que podem relativizar e enfraquecer a matéria. Interessa, então, a escandalização a seco – que rende manchetes.
No meu livro “Jornalismo dos anos 90” preparei um capítulo inteiro sobre as diversas formas de manipulação da notícia.
Vamos a uma lição do antijornalismo da Operação Carne Fraca
Manipulação 1 - Frases fora do contexto
Uma das formas de escandalização é retirar frases do contexto.
Na peça jornalística da Carne Fraca, reproduzem um diálogo grampeado. E concluem que estão misturando papelão na carne.
Quando escrevi meus dois textos críticos à operação, Facebook, Blog, Twitter foram invadidos por multidões de bolsonaristas com o refrão único: “Então você é a favor de comer papelão”.
Nos dias seguintes, a suspeita foi ironizada por vários especialistas. Bastaria a consulta a um técnico para poupar o relatório desse vexame. Mas a opinião técnica poderia reduzir a escandalização.
Manipulação 2 - Escandalização do nada
O relatório denuncia, em tom grave, que os frigoríficos misturavam ácido ascórbico na carne. Novo pânico instalado nos consumidores. Havia risco de espalhar escorbuto pelo país.
Foram necessários dois dias para se descobrir que o tal ácido ascórbico é a Vitamina C.
Dizem os manuais
Existem muitos agentes redutores e oxidantes comuns em nosso dia a dia. Na medicina e na indústria, um dos agentes redutores mais conhecidos é a vitamina C, cujo nome químico é ácido L-ascórbico ou simplesmente ácido ascórbico.
O ácido ascórbico em solução aquosa possui uma facilidade excepcional para ser oxidado, portanto essa característica faz com que ele seja um ótimo antioxidante. Isso significa que ele protege outras espécies químicas de se oxidarem, em razão do seu próprio sacrifício.
Ora, colocar Vitamina C na carne, além de prática habitual, não chocaria os leigos. O que faz, então, o delegado Moscardi:
“Eles usavam ácidos e outros produtos químicos para poder maquiar o aspecto físico do alimento. Usam determinados produtos cancerígenos em alguns casos para poder maquiar as características físicas do produto estragado, o cheiro”.
Pronto, a Vitamina C se transforma em ácido letal.
Manipulação 3 – não relativização dos fatos
No caso da Carne Fraca, em dois anos de investigações foi feito apenas um exame bacteriológico. Foram encontradas irregularidades em apenas 3 frigoríficos. Não se mencionou em nenhum momento todos os sistemas paralelos de inspeção, exigidos pelos países compradores.
Peça 3 – Blairo, Temer e as barganhas políticas
O desastre da Carne Fraca é filho direto do impeachment.
Há muito tempo se sabia dos esquemas corruptos do Ministério da Agricultura no Paraná.
Na campanha do impeachment, o deputado Sérgio Souza, PMDB, exigiu manutenção do chefe dos fiscais Daniel Gonçalves Filho para votar contra o impeachment. A então Ministra Katia Abreu e a presidente Dilma Rousseff não toparam.
Em 4 de agosto de 2016, já havia movimentação contra o esquema de corrupção do Ministério da Agricultura no Paraná (https://goo.gl/NsVcqg). O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) denunciou nomeações políticas autorizadas pelo Ministro da Agricultura Blairo Maggi
“Ainda segundo o Delegado Sindical Daniel Teixeira “a categoria está perplexa com a nomeação de Gil nestas condições e ainda com a hipótese aventada por ele de nomear a recém exonerada Chefe do SIPOA-PR Maria do Rocio Nascimento”. Na opinião de Daniel Teixeira “essa manobra está parecendo uma grande costura política entre PP e PMDB para a manutenção do status quo da gestão da SFA-PR””.
Provavelmente a operação apurou a caixinha para Sérgio Souza e para o Ministro da Justiça Osmar Serraglio. Mas não foi mencionada no relatório devido à prerrogativa de foro de ambos.
Peça 4 – a responsabilidade dos ruralistas
Muitos ambientalistas e indignaram com a defesa da pecuária brasileira que, segundo eles, mantém mão de obra escrava e afeta o meio ambiente.
Ora, o caminho é lutar pelo aumento das investigações, das punições contra esses crimes específicos, não pela destruição do setor.
Mais de dez anos atrás, Blairo Maggi sentiu que os problemas com meio ambiente poderiam afetar as exportações de soja. E tomou uma série de medidas para reduzir o dano, depois que foi contemplado com o troféu Motoserra de Ouro.
As ameaças à produção brasileira não estão apenas nas barreiras fitossanitárias, mas também no chamado dumping social, dos quais o crime mais grave é o da situação análoga à escravidão. Se não forem atacadas firmemente, os problemas ambientais e sociais afetarão mais as exportações brasileiras do que dez operações Carne Fraca.
Peça 5 – os problemas do Estado de Exceção
Moscardi é cria direta do estado de exceção defendido pelo Ministro Luís Roberto Barroso. Só uma situação de exceção para permitir a um delegado inexperiente e inepto mobilizar mais de mil agentes da PF e comprometer a imagem da pecuária brasileira em todo o planeta.
Na outra ponta, um presidente medroso, que não ousa a mínima crítica contra a Operação, porque a qualquer momento delegados ou procuradores podem vazar delações contra ele. E quem deveria comandar a operação é um Ministro da Justiça cúmplice e beneficiário dos fiscais corruptos denunciados.
Quanto tempo mais demorará para cair a ficha que o maior risco enfrentado pelo país é o fator Temer? A estrutura do Estado está sendo desmanchada, com aparelhamento até de áreas estratégicas.
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