Por Altamiro Borges
Na conversa vazada em maio de 2016 entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o lobista Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, o chefão da “suruba” golpista mostrou-se preocupado com os danos potenciais da midiática Lava-Jato e soltou a famosa frase de que era urgente “estancar a sangria” das investigações. Esta seria uma das motivações para o “golpe dos corruptos” que derrubou Dilma Rousseff e alçou ao poder a gangue de Michel Temer. Na ocasião, Romero Jucá afirmou que “todo mundo [está] na bandeja para ser comido”. De imediato, Sérgio Machado, que foi dirigente do PSDB e conhece os podres da sigla, respondeu: “O primeiro a ser comido vai ser o Aécio [Neves]... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu participei de campanha do PSDB”.
De lá para cá, já se vai quase um ano, a mídia golpista evitou repisar do tema e o juiz Sergio Moro, o carrasco da Lava-Jato que tem uma obsessão doentia apenas contra Lula, nem convocou para depor o cambaleante tucano. Uma pergunta ficou no ar: quando Aécio Neves será “comido”? Nesta semana, finalmente, o presidente nacional do PSDB voltou a ficar exposto na janela. Em depoimento prestado na quinta-feira (2), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedito Júnior, afirmou que a empreiteira doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanha eleitoral do PSDB. Segundo garantiu, a ajuda foi pedida diretamente pelo senador Aécio Neves, que foi derrotado nas eleições presidenciais em 2014.
Segundo matéria do Jornal do Brasil, “Benedito Júnior afirmou que a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem divididos pelas campanhas de Pimenta da Veiga (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Dimas Fabiano Toledo Júnior (PP) – filho de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, acusado de operar esquema de propina na estatal. Segundo o depoimento, outros R$ 3 milhões foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de Aécio Neves”. Ainda de acordo com o JB, quando Benedito Júnior se preparava para dar mais detalhes sobre a propina para Aécio Neves, o ministro Herman Benjamin, do TSE, interrompeu seu depoimento. Algo bem estranho! Lembrou a ironia dos internautas quanto aos tucanos: “Não vem ao caso”!
Furnas e Cidade Administrativa
Mesmo assim, o estrago já estava feito, deixando a impressão de que o tucano está no ponto para ser “comido”. Até a Folha serrista, em editorial publicado neste sábado (4), intitulado “Sombras sobre Minas”, cobrou mais rigor nas apurações. “Tudo recomenda que não se ignorem simplesmente as afirmações do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura”. O jornal ainda lembrou que as denúncias contra o tucano são recorrentes. “No mês passado – não no processo do TSE, mas nas investigações da Lava Jato –, ele [Benedito Júnior] já havia apontado um esquema de propinas nos contratos da Cidade Administrativa, obra inaugurada em 2010 pelo então governador Aécio Neves, ao custo de R$ 2,1 bilhões”.
Para complicar ainda mais a sua situação, no final de fevereiro mais dois fatos sinalizaram que Aécio Neves está na berlinda. O Tribunal Superior Eleitoral determinou que o PSDB explique as doações feitas em 2014 para a campanha do cambaleante. A ação, movida pelo PT, apontou diferenças entre o valor doado e o declarado à Justiça Eleitoral. O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, afirmou em delação premiada que havia doado R$ 19 milhões ao tucano. Mas a sigla declarou ao TSE, na sua prestação de contas, que recebeu R$ 12,6 milhões – uma diferença de R$ 6,4 milhões. Até agora o PSDB não respondeu ao despacho do ministro Napoleão Maia.
Também no final de fevereiro, com mais de dois anos de atraso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, finalmente pediu ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que sejam tomados os depoimentos do senador mineiro sobre a existência de um esquema de corrupção em Furnas. Segundo o jornal Estadão, caso o ministro tucano do STF autorize o pedido, “será a primeira vez que Aécio Neves irá depor aos investigadores do caso Furnas”. Ainda de acordo com o jornalão, Rodrigo Janot – o paquiderme – quer apurar a versão apresentada pelo lobista Fernando Horneaux de Moura de que o grão-tucano interferiu pessoalmente para que o então diretor de Furnas, o notório corrupto Dimas Toledo, fosse mantido no cargo.
Moro e Aécio "tem um caso"
Estes e outros fatos confirmam a conversa entre Romero Jucá, o cafetão da “suruba golpista”, e o lobista Sérgio Machado de que Aécio Neves seria “o primeiro a ser comido” como decorrência das investigações sobre a corrupção. Será que agora o juiz Sérgio Moro vai convocar o cambaleante para depor? Será que o presidente do PSDB está prestes a curtir os prazeres da vida na cadeia? Pelo histórico da midiática Lava-Jato, não dá para acreditar nestas hipóteses. Afinal, Sergio Moro parece ser muito amigo de Aécio Neves. Na última cena registrada entre os dois, durante um convescote da revista mercenária IstoÉ – também chamada de “QuantoÉ” –, o “justiceiro” e o cambaleante apareceram trocando afagos. Como ironizou José Simão na ocasião, até parecia que “eles têm um caso”. Se depender de Sérgio Moro, Aécio Neves nunca será comido!
Em tempo: um breve relato do Jornal do Brasil na semana passada confirma que Aécio Neves está tranquilo e fogoso. Ele sabe que tem as costas quentes, principalmente no Judiciário. “O condomínio luxuoso Aldeia da Praia, em Guarapari, onde as famílias mais endinheiradas do Espírito Santo têm propriedades, foi o destino escolhido pelo senador Aécio Neves para passar o Carnaval. Ele ficou hospedado na casa do Flamarion Wanderley – herdeiro da Cowan, uma das maiores empreiteiras do Brasil, conhecida por fazer grandiosas obras a serviço do governo. O fundador da empresa, Walduck Wanderley, inclusive, sempre fez questão de lembrar que não existem freiras no mundo das empreiteiras. Bem à vontade, Aécio Neves tomou banho de mar com direito a sunga azul”. De fato, ele não teme ser comido!
*****
Leia também:
- Aécio mirou Dilma e acertou o próprio pé
- A ilha de Moro (e suas estranhas criaturas)
- As ilusões com a Lava-Jato e a Globo
- A propina de Aécio e a sua hipocrisia
- Direita tenta se livrar dos seus trastes?
- Janot leva dois anos para chamar Aécio
- A Lava-Jato e seus inimigos íntimos
Na conversa vazada em maio de 2016 entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o lobista Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, o chefão da “suruba” golpista mostrou-se preocupado com os danos potenciais da midiática Lava-Jato e soltou a famosa frase de que era urgente “estancar a sangria” das investigações. Esta seria uma das motivações para o “golpe dos corruptos” que derrubou Dilma Rousseff e alçou ao poder a gangue de Michel Temer. Na ocasião, Romero Jucá afirmou que “todo mundo [está] na bandeja para ser comido”. De imediato, Sérgio Machado, que foi dirigente do PSDB e conhece os podres da sigla, respondeu: “O primeiro a ser comido vai ser o Aécio [Neves]... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu participei de campanha do PSDB”.
De lá para cá, já se vai quase um ano, a mídia golpista evitou repisar do tema e o juiz Sergio Moro, o carrasco da Lava-Jato que tem uma obsessão doentia apenas contra Lula, nem convocou para depor o cambaleante tucano. Uma pergunta ficou no ar: quando Aécio Neves será “comido”? Nesta semana, finalmente, o presidente nacional do PSDB voltou a ficar exposto na janela. Em depoimento prestado na quinta-feira (2), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedito Júnior, afirmou que a empreiteira doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanha eleitoral do PSDB. Segundo garantiu, a ajuda foi pedida diretamente pelo senador Aécio Neves, que foi derrotado nas eleições presidenciais em 2014.
Segundo matéria do Jornal do Brasil, “Benedito Júnior afirmou que a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem divididos pelas campanhas de Pimenta da Veiga (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Dimas Fabiano Toledo Júnior (PP) – filho de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, acusado de operar esquema de propina na estatal. Segundo o depoimento, outros R$ 3 milhões foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de Aécio Neves”. Ainda de acordo com o JB, quando Benedito Júnior se preparava para dar mais detalhes sobre a propina para Aécio Neves, o ministro Herman Benjamin, do TSE, interrompeu seu depoimento. Algo bem estranho! Lembrou a ironia dos internautas quanto aos tucanos: “Não vem ao caso”!
Furnas e Cidade Administrativa
Mesmo assim, o estrago já estava feito, deixando a impressão de que o tucano está no ponto para ser “comido”. Até a Folha serrista, em editorial publicado neste sábado (4), intitulado “Sombras sobre Minas”, cobrou mais rigor nas apurações. “Tudo recomenda que não se ignorem simplesmente as afirmações do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura”. O jornal ainda lembrou que as denúncias contra o tucano são recorrentes. “No mês passado – não no processo do TSE, mas nas investigações da Lava Jato –, ele [Benedito Júnior] já havia apontado um esquema de propinas nos contratos da Cidade Administrativa, obra inaugurada em 2010 pelo então governador Aécio Neves, ao custo de R$ 2,1 bilhões”.
Para complicar ainda mais a sua situação, no final de fevereiro mais dois fatos sinalizaram que Aécio Neves está na berlinda. O Tribunal Superior Eleitoral determinou que o PSDB explique as doações feitas em 2014 para a campanha do cambaleante. A ação, movida pelo PT, apontou diferenças entre o valor doado e o declarado à Justiça Eleitoral. O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, afirmou em delação premiada que havia doado R$ 19 milhões ao tucano. Mas a sigla declarou ao TSE, na sua prestação de contas, que recebeu R$ 12,6 milhões – uma diferença de R$ 6,4 milhões. Até agora o PSDB não respondeu ao despacho do ministro Napoleão Maia.
Também no final de fevereiro, com mais de dois anos de atraso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, finalmente pediu ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que sejam tomados os depoimentos do senador mineiro sobre a existência de um esquema de corrupção em Furnas. Segundo o jornal Estadão, caso o ministro tucano do STF autorize o pedido, “será a primeira vez que Aécio Neves irá depor aos investigadores do caso Furnas”. Ainda de acordo com o jornalão, Rodrigo Janot – o paquiderme – quer apurar a versão apresentada pelo lobista Fernando Horneaux de Moura de que o grão-tucano interferiu pessoalmente para que o então diretor de Furnas, o notório corrupto Dimas Toledo, fosse mantido no cargo.
Moro e Aécio "tem um caso"
Estes e outros fatos confirmam a conversa entre Romero Jucá, o cafetão da “suruba golpista”, e o lobista Sérgio Machado de que Aécio Neves seria “o primeiro a ser comido” como decorrência das investigações sobre a corrupção. Será que agora o juiz Sérgio Moro vai convocar o cambaleante para depor? Será que o presidente do PSDB está prestes a curtir os prazeres da vida na cadeia? Pelo histórico da midiática Lava-Jato, não dá para acreditar nestas hipóteses. Afinal, Sergio Moro parece ser muito amigo de Aécio Neves. Na última cena registrada entre os dois, durante um convescote da revista mercenária IstoÉ – também chamada de “QuantoÉ” –, o “justiceiro” e o cambaleante apareceram trocando afagos. Como ironizou José Simão na ocasião, até parecia que “eles têm um caso”. Se depender de Sérgio Moro, Aécio Neves nunca será comido!
Em tempo: um breve relato do Jornal do Brasil na semana passada confirma que Aécio Neves está tranquilo e fogoso. Ele sabe que tem as costas quentes, principalmente no Judiciário. “O condomínio luxuoso Aldeia da Praia, em Guarapari, onde as famílias mais endinheiradas do Espírito Santo têm propriedades, foi o destino escolhido pelo senador Aécio Neves para passar o Carnaval. Ele ficou hospedado na casa do Flamarion Wanderley – herdeiro da Cowan, uma das maiores empreiteiras do Brasil, conhecida por fazer grandiosas obras a serviço do governo. O fundador da empresa, Walduck Wanderley, inclusive, sempre fez questão de lembrar que não existem freiras no mundo das empreiteiras. Bem à vontade, Aécio Neves tomou banho de mar com direito a sunga azul”. De fato, ele não teme ser comido!
*****
- Aécio mirou Dilma e acertou o próprio pé
- A ilha de Moro (e suas estranhas criaturas)
- As ilusões com a Lava-Jato e a Globo
- A propina de Aécio e a sua hipocrisia
- Direita tenta se livrar dos seus trastes?
- Janot leva dois anos para chamar Aécio
- A Lava-Jato e seus inimigos íntimos
A manipulação do conluio midático-penal chega ás raias do absurdo.
ResponderExcluirA trama é feita à luz do dia sem qualquer difarce, chegam às rais do primarismo, com um Gilmar Mendes e um Morais no STF e um Janot na PGR, vc quer o que mesmo....veja essa: dono da Andrade Gutierrez, empreiteira mais próxima a Aécio Neves, mente para implicar Dilma, depois volta atrás porque a mentira não colou, vamos aos links:
Resultado de busca para mensagens de whathapp e aecio e andrade gutierrez
https://www.google.com.br/search?q=whatsapp+e+andrade+gutierrez+e+aecio+neves&oq=whatsapp+e+andrade+gutierrez++e+aecio+neves&aqs=chrome..69i57.119319j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8
Andrade Gutierrez, a empreiteira mais próximas de Aecio Neves
http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/185614/Andrade-%C3%A9-a-empreiteira-mais-pr%C3%B3xima-a-A%C3%A9cio-Neves.htm
Agora leia isso:
Essa notícia, publicada na Globo agora há pouco, é uma pequena crônica do regime de exceção que vivemos, por culpa de um judiciário descompromissado com os fatos, com a democracia, com a própria Constituição.
Serve de lição para o que estamos assistindo com o depoimento de Marcelo Odebrecht ao TSE.
É tudo muito parecido.
O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, disse ao TSE que havia repassado R$ 1 milhão de propina à campanha de Dilma, em 2014.
Era uma mentira.
Em questão de horas, os advogados de Dilma descobriram que esse mesmo R$ 1 milhão tinha sido diretamente destinado à campanha do vice-presidente, Michel Temer – hoje ocupando, ilegitimamente, o cargo de presidente da república.
O que faz Azevedo?
Muda a versão.
Diz que não era propina, e sim doação legal.
As articulações para chancelar o golpe são incríveis.
Para acusar Dilma, vale tudo.
Dilma entrou com uma ação contra o presidente da Andrade Gutierrez, acusando-o de mentir. Afinal, ele tinha mentido – e ele mesmo o confessou que mentiu.
Segue link para artigo na integra
http://www.ocafezinho.com/2017/03/03/justica-perdoa-mentiroso-confesso-que-usou-depoimento-ao-tse-para-tentar-incriminar-dilma