Por Jeferson Miola
O PSDB iniciou um movimento sincronizado para legalizar o caixa 2. A estratégia começou com o comunicado oficial de 3/3/2017, escrito e publicado por FHC para defender Aécio Neves da acusação de ter pedido – e recebido – R$ 9 milhões em caixa 2 da Odebrecht na eleição de 2014.
Desdizendo aquilo que dizia no passado, que “caixa 2 é um crime grave”, agora FHC passou a dizer que caixa 2 é apenas um “erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido”.
Para FHC, as denúncias de pagamento de propinas ao Aécio não passam de “verdades alternativas” usadas para a “desmoralização de pessoas” – sabe-se lá o que esta falácia significa.
Aécio Neves, encorajado pelo oráculo senil da Avenida Paulista, esbravejou: “abriremos espaço para um salvador da pátria? Não, é preciso salvar a política!” [sic]. Atrevido, desafiou o bom senso: “Um cara que ganhou dinheiro na Petrobras não pode ser considerado a mesma coisa que aquele que ganhou cem pratas para se eleger” – ora, as cifras conhecidas de cada uma das delações abafadas sobre Aécio ultrapassam as dezenas de milhões; ou seja, milhares de vezes mais as “cem pratas” ainda assim aceitas, porque um “pequenino crimezinho”.
Gilmar Mendes, o curimbaba do PSDB no STF e no TSE, em seguida seguiu o rastro do presidente de honra do seu PSDB para também socorrer Aécio.
Gilmar, que se pavoneia aos holofotes da mídia para acusar o PT do “crime hediondo de caixa 2”, agora entende que “o caixa 2 tem de ser desmistificado” [sic]. É compreensível: afinal, finalmente saíram algumas das denúncias que comprometem Aécio e toda a cleptocracia que tomou de assalto o Palácio do Planalto com o golpe de Estado.
Gilmar é radical, e quer mais. Além de “desmistificar o caixa 2”, ele quer modificar a lei eleitoral para permitir o retorno das doações privadas, feitas por empresas [o poder econômico] a campanhas, candidatos e partidos políticos – que é justamente o fator cancerígeno do sistema político brasileiro.
Isso será um passo gigantesco para a institucionalização da corrupção e para a captura definitiva do sistema político, do Estado de Direito e da democracia, pelo poder econômico.
O caixa 2 não é apenas um “erro que precisa ser reconhecido” ou algo a “ser desmistificado”, mas é o acobertamento, no mínimo, de crimes de sonegação fiscal e tributária, de corrupção e de lavagem de dinheiro das empresas capitalistas contra a economia popular.
Quando aceita pelos partidos políticos, o caixa 2 pode ser um disfarce para camuflar o crime do poder econômico sobre a consciência popular, que atinge o coração da democracia.
O financiamento público dos partidos, que no orçamento de 2017 corresponde a cerca de R$ 900 milhões no fundo partidário, é suficiente para o financiamento equilibrado das eleições de dois em dois anos que acontecem no país.
Os partidos não são sucursais de empresas. Para sustentarem seu funcionamento ordinário, devem instituir mecanismos próprios de financiamento junto aos seus filiados e simpatizantes, e não viverem da “ajuda” de empresas, das pessoas ricas ou do Estado.
No regime de exceção vivido no Brasil, as “verdades alternativas” de FHC e Gilmar Mendes têm chances consideráveis de converterem em “nova jurisprudência”.
É preciso, com urgência, pôr fim ao golpe e ao regime de exceção, sob pena do Brasil ter seu futuro comprometido pelos próximos 80 anos, que é a dimensão do abismo do retrocesso que a oligarquia golpista impôs ao país.
O PSDB iniciou um movimento sincronizado para legalizar o caixa 2. A estratégia começou com o comunicado oficial de 3/3/2017, escrito e publicado por FHC para defender Aécio Neves da acusação de ter pedido – e recebido – R$ 9 milhões em caixa 2 da Odebrecht na eleição de 2014.
Desdizendo aquilo que dizia no passado, que “caixa 2 é um crime grave”, agora FHC passou a dizer que caixa 2 é apenas um “erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido”.
Para FHC, as denúncias de pagamento de propinas ao Aécio não passam de “verdades alternativas” usadas para a “desmoralização de pessoas” – sabe-se lá o que esta falácia significa.
Aécio Neves, encorajado pelo oráculo senil da Avenida Paulista, esbravejou: “abriremos espaço para um salvador da pátria? Não, é preciso salvar a política!” [sic]. Atrevido, desafiou o bom senso: “Um cara que ganhou dinheiro na Petrobras não pode ser considerado a mesma coisa que aquele que ganhou cem pratas para se eleger” – ora, as cifras conhecidas de cada uma das delações abafadas sobre Aécio ultrapassam as dezenas de milhões; ou seja, milhares de vezes mais as “cem pratas” ainda assim aceitas, porque um “pequenino crimezinho”.
Gilmar Mendes, o curimbaba do PSDB no STF e no TSE, em seguida seguiu o rastro do presidente de honra do seu PSDB para também socorrer Aécio.
Gilmar, que se pavoneia aos holofotes da mídia para acusar o PT do “crime hediondo de caixa 2”, agora entende que “o caixa 2 tem de ser desmistificado” [sic]. É compreensível: afinal, finalmente saíram algumas das denúncias que comprometem Aécio e toda a cleptocracia que tomou de assalto o Palácio do Planalto com o golpe de Estado.
Gilmar é radical, e quer mais. Além de “desmistificar o caixa 2”, ele quer modificar a lei eleitoral para permitir o retorno das doações privadas, feitas por empresas [o poder econômico] a campanhas, candidatos e partidos políticos – que é justamente o fator cancerígeno do sistema político brasileiro.
Isso será um passo gigantesco para a institucionalização da corrupção e para a captura definitiva do sistema político, do Estado de Direito e da democracia, pelo poder econômico.
O caixa 2 não é apenas um “erro que precisa ser reconhecido” ou algo a “ser desmistificado”, mas é o acobertamento, no mínimo, de crimes de sonegação fiscal e tributária, de corrupção e de lavagem de dinheiro das empresas capitalistas contra a economia popular.
Quando aceita pelos partidos políticos, o caixa 2 pode ser um disfarce para camuflar o crime do poder econômico sobre a consciência popular, que atinge o coração da democracia.
O financiamento público dos partidos, que no orçamento de 2017 corresponde a cerca de R$ 900 milhões no fundo partidário, é suficiente para o financiamento equilibrado das eleições de dois em dois anos que acontecem no país.
Os partidos não são sucursais de empresas. Para sustentarem seu funcionamento ordinário, devem instituir mecanismos próprios de financiamento junto aos seus filiados e simpatizantes, e não viverem da “ajuda” de empresas, das pessoas ricas ou do Estado.
No regime de exceção vivido no Brasil, as “verdades alternativas” de FHC e Gilmar Mendes têm chances consideráveis de converterem em “nova jurisprudência”.
É preciso, com urgência, pôr fim ao golpe e ao regime de exceção, sob pena do Brasil ter seu futuro comprometido pelos próximos 80 anos, que é a dimensão do abismo do retrocesso que a oligarquia golpista impôs ao país.
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