sexta-feira, 17 de março de 2017

Mídia manipulou cobertura dos protestos

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

As manifestações de protestos ocorridas em todos os Estados brasileiros contra as reformas propostas pelo atual governo usurpador para a previdência e trabalhista tiveram grande êxito, mas a mídia comercial conservadora simplesmente manipulou fatos de forma a tentar convencer incautos, através da cobertura e análises dos tais colunistas de sempre, defensores incondicionais do projetos de redução do Estado brasileiro.

Na Rede Globo, rádio CBN, na TV Bandeirantes e TV Record as manifestações de 15 de março foram apresentadas como desordem, caos, transtorno e perturbação, atos isolados de grupelhos e guerrilha urbana.

No jornal mais vendido do Rio de Janeiro, Merval Pereira deu a tônica defendendo ardorosamente as reformas e tecendo elogios ao golpista Michel Temer. O tal Boechat na Bandeirantes assacava mentiras nos comentários procurando minimizar de todas as formas as manifestações. Defendiam claramente a posição do mercado, que quer de todas as formas aprovar uma proposta previdenciária favorável à iniciativa privada.

Ao mesmo tempo as emissoras davam grande destaque às mentiras de Temer, que além de golpista não passa de um verme que age corroendo as conquistas sociais do povo brasileiro junto com ministros citados nas tais delações premiadas. É, portanto, um verme pernicioso ao povo brasileiro. A divulgação das mentiras não sofrem nenhum tipo de questionamento e objetivam concretamente que os desavisados aceitem o que está sendo dito com o respaldo dos colunistas de sempre. Ou o que dizer quando o verme enfatiza, gesticulando, que os trabalhadores não perderão direitos com as reformas propostas. Mas o povo brasileiro começa a entender que o esquema é de engabelar a opinião pública de forma a contemplar a previdência privada.

Testemunha de um repórter

A grosseria manipulativa não fica só nisso. No Rio de Janeiro este repórter pôde testemunhar ação de pseudos manifestantes incentivados por policiais, sejam eles P2 oriundos da área secreta da Polícia Militar do Estado do Rio ou mesmo agentes de outras corporações. Não posso afirmar a origem dos estimuladores, mas quem viu o que aconteceu não tem dúvidas em afirmar que as depredações de pontos de ônibus na Avenida Presidente Vargas ou lixeiras tinham o claro objetivo de deixar rastros para que as câmaras de televisão captassem imagens que não têm nada a ver com a justa manifestação contra as reformas propriamente ditas.

E não deu outra, as imagens de destruição foram mostradas para enfatizar que os manifestantes são vândalos, mas simplesmente ignoram que foram estimulados por figuras estranhas aos propósitos das manifestações. Trocando em miúdos, por mais que manipulem com mentiras e imagens preparadas de antemão, a mídia comercial conservadora não pôde ignorar que milhares de pessoas deram o recado ao verme Michel Temer e sua patota, cada vez mais preocupada com a possibilidade de não conseguir enganar até as últimas conseqüências.

Resta então dar continuidade às manifestações em defesa dos trabalhadores de todo o país, que seriam os mais prejudicados se as reformas forem aprovadas. Chega também de chantagens com base em mentiras. E para saber com precisão como anda a Previdência pública, o Senado tem a obrigação de iniciar imediatamente a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta por Paulo Paim. Vale então mencionar o tal dito popular segundo o qual “quem não deve não teme”. Mas pelo visto, a patota do verme defensora a previdência privada não quer mesmo ouvir falar em CPI sobre o tema.

Agora só a pressão popular se intensificando em todo o Brasil poderá garantir a abertura imediata da CPI da Previdência, querendo ou não a mídia comercial conservadora e seus analistas de sempre.

Um comentário:

  1. Ronaldo Antonio Marques17 de março de 2017 às 16:37

    A defesa dos direitos trabalhistas, conquistados ao longo de décadas, só serão mantidos se ampliarmos a resistência nas ruas. Cidadania, Resistência e Desobediência Civil JÁ. Nenhum direito a menos. FORA TEMER.

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