Trabalhadores na Volks, em São Bernardo, 15/3/17. Foto: Adonis Guerra/SMABC |
O dia 15 de março de 2017 inscreve-se na história da luta política como aquele em que as grandes manifestações de massa foram retomadas no Brasil. Categorias como professores, metroviários, condutores de ônibus, bancários, servidores públicos e metalúrgicos, com apoio dos estudantes e militantes de diversos movimentos sociais, tiveram papel central no sucesso deste Dia Nacional de Paralisação.
Mais de um milhão de brasileiros saíram às ruas para derrotar o governo usurpador e suas ameaças contra direitos duramente conquistados pelo povo. As imagens e fotos divulgadas – muitas delas pelas redes sociais e por este Portal Vermelho – não deixam dúvidas sobre a grande extensão da manifestação que ocorreu hoje no Brasil.
As grandes ações de massa reapareceram para o povo e os trabalhadores demonstrarem, nas ruas, sua rejeição ao governo golpista de Michel Temer e à grave ofensiva que promove contra direitos históricos dos brasileiros.
O mote que levou as nove centrais sindicais, com apoio decisivo da Frente Brasil Popular, da Frente Povo Sem Medo e diversas organizações do movimento social, a mobilizarem multidões, de forma organizada, em cidades e capitais de pelo menos vinte estados, foi a defesa da Previdência Social e do direito à aposentadoria, que estão sob intensa ameaça do governo ilegítimo, que pretende impor ao país uma “reforma” que, na prática, impedirá que os trabalhadores tenham esse benefício.
Até mesmo uma parcela daqueles que haviam se mobilizado pelo golpe contra a presidenta Dilma Rousseff parece ter compreendido a verdadeira natureza do ataque contra a democracia ocorrido em 2016, e saiu às ruas em defesa de seus direitos ameaçados pela sanha neoliberal do governo golpista.
Esta é a melhor demonstração da firme disposição dos brasileiros em defender a democracia e não aceitar nenhum recuo nos direitos que já foram conquistados. Derrotar a “reforma” que tira direitos do povo e dos trabalhadores; defender a aposentadoria; lutar contra a terceirização e a “reforma” trabalhista que extingue a legislação do trabalho – estas são as inquietações dos brasileiros.
No caso da reforma da Previdência a rejeição tem se aprofundado não apenas por parte do movimento social e da oposição como também entre partidos da base governista. Instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e mais 160 entidades da sociedade civil expressaram preocupação com as restrições ao direito à aposentadoria. O governo teme sofrer uma grande derrota e por isso tenta apressar a votação no Congresso Nacional.
Impor uma derrota ao governo na reforma da Previdência tem um sentido estratégico na atual conjuntura. Para isso é preciso potencializar muito mais a rejeição ao governo ilegítimo e a disposição de luta dos trabalhadores e do povo. É preciso que as manifestações se redobrem. Ao invés de um milhão, milhões de brasileiros precisam ir às ruas contra as investidas que Temer pretende enfiar goela abaixo dos brasileiros.
A luta social volta a ocupar as ruas e é fundamental para fortalecer a ação oposicionista e fragilizar ainda mais a base de apoio do governo. Além das manifestações é necessária uma ação cotidiana em cada cidade, nas bases dos parlamentares governistas temerosos de perder apoio de seus eleitores ameaçados de perder o direito à aposentadoria.
Cada dia tem grande importância na luta contra o governo golpista e a batalha da reforma previdenciária é fundamental para a construção de uma ampla frente em defesa do Brasil, da democracia e dos direitos do povo.
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