Por Robinson Almeida
Março está se encerrando com evidentes sinais de mudança no humor político da sociedade brasileira. O mês de luta das mulheres foi marcado por numerosas manifestações contrárias à agenda do ilegítimo governo Temer. As ruas ganharam um novo colorido, nitidamente mais vermelho e lilás.
Pressionado pela imposição de quem financiou o golpe, o governo Temer segue em marcha pela destruição do País. De um lado, o desmonte da indústria naval, o enfraquecimento da Petrobras e as privatizações indiscriminadas. Do outro, o ataque aos direitos sociais, com o congelamento dos investimentos em saúde e educação, as reformas trabalhista e da Previdência, mais a terceirização ampla, geral e irrestrita.
A agressividade do programa golpista é tão intensa que provoca uma grande revolta da população, refletida no aumento das mobilizações e na desaprovação maciça do governo. O povo está em pé de guerra com Temer e seus aliados no Congresso.
A aprovação da terceirização (PL 4302/1998) deixou sinais evidentes de alteração da coesão política da base governista no Parlamento. Pela votação alcançada nesse projeto de lei, o governo não teria votos suficientes para aprovar uma mudança constitucional, para a qual são necessários 308 votos na Câmara. A tendência é continuar a perder apoio político na votação das nefastas reformas.
As pressões das ruas chegam também ao Planalto. Levaram o governo a fazer uma manobra, com a pseudo retirada dos servidores públicos estaduais e municipais da reforma da previdência. Transferiu para os governadores a responsabilidade de descer a guilhotina na cabeça dos servidores. Depois , mais uma vez, recuou, mostrando sua fraqueza política.
Obrigados a pagar o pato do golpe, os trabalhadores, agricultores, mulheres, servidores públicos, jovens e aposentados resistem e lutam por seus direitos.
Seus gritos começaram a incomodar os deputados. Nessa última semana, dois deputados da base de Temer foram vaiados em atos institucionais do governo da Bahia.
A reação às reformas trabalhista e da Previdência têm demonstrado uma rearticulação do campo popular. Partidos, sindicatos, movimentos e frentes ocupam o papel de direção política das mobilizações de rua. A esquerda está recuperando progressivamente o seu lugar de fala com a sociedade.
Enquanto o MBL, o Vem Pra Rua e demais paneleiros fracassam na convocação em apoio à agenda moralista, Lula experimenta uma crescente reabilitação de imagem. As pesquisas confirmam o que os nordestinos explicitaram em forma de apoio a Lula na apoteótica inauguração popular da transposição do rio São Francisco. Até mesmo no palco conservador da classe média paulista exalou-se simpatia ao hit Lula Lá, tocado e cantado no Lollapalooza.
A batalha entre civilização e barbárie ganhou o terreno aberto das ruas. É nelas em que devemos permanecer. A nossa tarefa é deter o golpe, senão ele destruirá o Brasil. Os bons ventos de março indicam a direção para o próximo período: sempre à esquerda.
* Robinson Almeida é deputado federal (PT-BA).
Março está se encerrando com evidentes sinais de mudança no humor político da sociedade brasileira. O mês de luta das mulheres foi marcado por numerosas manifestações contrárias à agenda do ilegítimo governo Temer. As ruas ganharam um novo colorido, nitidamente mais vermelho e lilás.
Pressionado pela imposição de quem financiou o golpe, o governo Temer segue em marcha pela destruição do País. De um lado, o desmonte da indústria naval, o enfraquecimento da Petrobras e as privatizações indiscriminadas. Do outro, o ataque aos direitos sociais, com o congelamento dos investimentos em saúde e educação, as reformas trabalhista e da Previdência, mais a terceirização ampla, geral e irrestrita.
A agressividade do programa golpista é tão intensa que provoca uma grande revolta da população, refletida no aumento das mobilizações e na desaprovação maciça do governo. O povo está em pé de guerra com Temer e seus aliados no Congresso.
A aprovação da terceirização (PL 4302/1998) deixou sinais evidentes de alteração da coesão política da base governista no Parlamento. Pela votação alcançada nesse projeto de lei, o governo não teria votos suficientes para aprovar uma mudança constitucional, para a qual são necessários 308 votos na Câmara. A tendência é continuar a perder apoio político na votação das nefastas reformas.
As pressões das ruas chegam também ao Planalto. Levaram o governo a fazer uma manobra, com a pseudo retirada dos servidores públicos estaduais e municipais da reforma da previdência. Transferiu para os governadores a responsabilidade de descer a guilhotina na cabeça dos servidores. Depois , mais uma vez, recuou, mostrando sua fraqueza política.
Obrigados a pagar o pato do golpe, os trabalhadores, agricultores, mulheres, servidores públicos, jovens e aposentados resistem e lutam por seus direitos.
Seus gritos começaram a incomodar os deputados. Nessa última semana, dois deputados da base de Temer foram vaiados em atos institucionais do governo da Bahia.
A reação às reformas trabalhista e da Previdência têm demonstrado uma rearticulação do campo popular. Partidos, sindicatos, movimentos e frentes ocupam o papel de direção política das mobilizações de rua. A esquerda está recuperando progressivamente o seu lugar de fala com a sociedade.
Enquanto o MBL, o Vem Pra Rua e demais paneleiros fracassam na convocação em apoio à agenda moralista, Lula experimenta uma crescente reabilitação de imagem. As pesquisas confirmam o que os nordestinos explicitaram em forma de apoio a Lula na apoteótica inauguração popular da transposição do rio São Francisco. Até mesmo no palco conservador da classe média paulista exalou-se simpatia ao hit Lula Lá, tocado e cantado no Lollapalooza.
A batalha entre civilização e barbárie ganhou o terreno aberto das ruas. É nelas em que devemos permanecer. A nossa tarefa é deter o golpe, senão ele destruirá o Brasil. Os bons ventos de março indicam a direção para o próximo período: sempre à esquerda.
* Robinson Almeida é deputado federal (PT-BA).
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