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A pergunta que não quer calar: por que Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), citado tantas vezes nas delações sobre as doações feitas pela Odebrecht ao PMDB, ainda não foi ouvido pela Lava Jato nem pelos jornalistas que fazem a cobertura diária da operação?
Até agora, pelo menos que eu tenha visto, não se tornou pública nenhuma declaração do empresário sobre o assunto.
O nome dele voltou a ser falado durante as quatro horas do depoimento de Marcelo Odebrecht, em Curitiba, nesta quarta-feira.
O ex-presidente da empreiteira contou que, antes do já célebre jantar com Michel Temer no Palácio do Jaburu, durante a campanha eleitoral de 2014, ele recebeu do executivo Cláudio Mello, um dos 77 delatores da Odebrecht, o pedido de R$ 6 milhões feito por Paulo Skaf para a sua campanha a governador de São Paulo.
Segundo Marcelo Odebrecht, a solução seria usar parte da verba total de R$ 10 milhões destinada ao grupo político de Temer, por intermédio do hoje ministro Eliseu Padilha, para a campanha de Skaf ao governo paulista.
Ou seja, o empresário-político (ou vice-versa) ficaria com a maior parte da bolada, mas, de acordo com Marcelo Odebrecht, parte do dinheiro não chegou a ser pago.
Desde que seu nome apareceu no noticiário sobre a Lava Jato, no entanto, Skaf sumiu misteriosamente de cena e agora só aparece em propagandas da Fiesp na televisão falando sobre as conquistas do Sesi (Serviço Social da Indústria).
Na eleição de 2014, o presidente da Fiesp ficou em segundo lugar, derrotado pelo governador Geraldo Alckmin, que foi reeleito no primeiro turno.
Criador dos patos amarelos espalhados na avenida Paulista e em Brasília durante a campanha pró-impeachment, Paulo Skaf está afastado do debate político e ainda não se sabe quais são seus planos para 2018.
Em tempo (atualizado às 12h40):
A assessoria de Paulo Skaf divulgou a seguinte nota:
"Todas as doações recebidas pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo. Paulo Skaf nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas".
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