Por Douglas Belchior, em seu blog:
O ataque covarde de Temer e sua rataria aos direitos fundamentais do povo brasileiro ameaça arrancar o pão de nossas mesas e colocar ainda mais armas em nossas cabeças. Não podemos fingir que não é com a gente. A população negra será, sem nenhuma dúvida, a parcela mais afetada com o fim das aposentadorias, com o desmonte dos direitos trabalhistas, com o congelamento de investimentos sociais e com o aumento da repressão, alvo naturalizado que somos, das leis punitivas e da ação violenta das polícias.
É preciso reagir! Daí a importância em se somar aos esforços da unidade no campo progressista, que tem promovido crescentes manifestações em defesa dos direitos. Esta semana teremos paralisação nacional nesta sexta, 31 de Março em todo o país. E em São Paulo, as mobilizações acontecem também no sábado, dia 1 de abril. O Movimento negro está convocando uma grande marcha “Contra as Reformas Racistas e Genocidas de Temer”, com concentração às 13h00 no Largo São Francisco, centro da capital. Esta marcha seguirá até a Avenida Paulista, onde se encontra com o já tradicional Cordão da Mentira, que se concentra em frente do Masp, a partir das 16h.
Abaixo o forte manifesto do movimento negro, subscrito por dezenas de organizações.
*****
Marcha Negra contra as reformas genocidas de Temer
São Paulo, 30 de Março de 2017
A população negra, alvo histórico da desigualdade e da violência, fruto direto das consequências e continuidades dos 4 séculos de escravidão, jamais usufruiu da efetiva cidadania, demarcada em nossos avanços constitucionais.
Mesmo os direitos até hoje conquistados, civis, sociais, trabalhistas, fruto das lutas dos trabalhadores brasileiros, sempre foram sistematicamente negados ao nosso povo. O genocídio, o direto e o simbólico, sempre foi a principal característica da relação entre nós e o Estado.
Em momentos de crise do sistema do capital, como o que vivemos agora, as forças do “deus mercado” e dos grandes empresários e especuladores mundiais apertam o cerco e, por via de governos covardes e entreguistas, como o de Temer, buscam retirar os poucos direitos conquistados pelos trabalhadores, custe o golpe que custar. A ganância de manter e aumentar suas margens de lucro não tem fim.
Por outro lado, para reprimir a população e manter a “ordem social”, investem pesadamente em seu aparato militar, em regulamentações punitivas e restritivas de liberdade. O povo, cada vez mais pobre, é o inimigo. E a população negra, seguimento majoritário da classe trabalhadora é, mais uma vez, o descarte prioritário.
O fim do direito a aposentadoria, o desmonte dos direitos trabalhistas, a terceirização irrestrita do trabalho, o congelamento de investimentos sociais por 20 anos e o aumento da repressão e da violência policial tem um caráter explicitamente racista e genocida. Políticas de ações afirmativas comprovadamente eficazes para um equilíbrio futuro de oportunidades entre negras/os e não negras/os tem sido destruídas. É o que vemos o fim da ampliação de vagas em universidades federais, a gradual diminuição do prouni e fies, a descaracterização do enem, o esvaziamento da importância da lei 10.639, ou seja, a reprodução em nível federal, do que faz o governo do estado de SP através de USP e UNICAMP, que se opõem sistematicamente às políticas de cotas raciais em cursos de graduação e pós-graduação. Sim, com as reformas de Temer, os efeitos do racismo e o genocídio negro vão se aprofundar.
Nós, povo negro, temos um lado e vamos ocupar nosso lugar nesta luta, que não é só o de fazer volume em manifestações, mas de ajudar a dirigir – como maioria que somos – o processo revolucionário e a luta contra as elites racistas que querem nossa morte, que matam nossos filhos na bala, que estupram nossas mulheres pretas, que matam nossos velhos nas filas de hospital.
Por isso tudo, nos somamos às manifestações convocadas pelas Frentes de movimentos sociais, partidos e sindicatos, mas também construiremos agendas da luta negra, para a quais esperamos a mesma unidade.
Neste Sábado, 01 de Abril, estaremos em Marcha, a partir das 13h00, no Largo São Francisco, centro de SP, ‘Negras e Negros, contra as reformas racistas e genocidas de Temer !’.
Povo negro unido é povo negro forte!
Assinam:
Frente Alternativa Preta
Negras e Negros Sem Medo
Uneafro-Brasil
MTST
Núcleo de Consciência Negra na USP
Kilombagem
MNU – Movimento Negro Unificado SP
Rede Quilombação
Instituto Luis Gama
Circulo Palmarino
Coletivo de Esquerda Força Ativa
Unegro – União de Negras e Negros pela Igualdade
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras SP
Mães de Maio
Associação Amparar
Núcleo Impulsor da Marcha das Mulheres Negras SP
Cooperifa
Frente Pro Cotas UNICAMP
Coletivo Rosa Zumbi
Núcleo de Consciência Negra da UNICAMP
Comitê Contra o Genocídio
Instituto do Negro Padre Batista
Fala Negão\Fala Mulher – ZL\SP
Nós, Madalenas (Coletivo Audiovisual de Mulheres)
Blog NegroBelchior
Portal Alma Preta
Coletivo Negro Vozes
Coletivo de Negras e Negros Raízes da Liberdade
AEUSP – Associação de Educadores dá USP
AMO – Associação Mulheres de Odin
Espaço Cultural Cachoeiras – Cohab Raposo Tavares
#Mais
Marcha Mundial de Mulheres
Don’t Touch My Hair – A Festa
Coletivo Martin Luther King Jr. Salvador-Bahia
Movimento de favelas do Rio de Janeiro
Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro
Coletivo de comunicadores comunitários e populares de favelas do Rio de Janeiro
O ataque covarde de Temer e sua rataria aos direitos fundamentais do povo brasileiro ameaça arrancar o pão de nossas mesas e colocar ainda mais armas em nossas cabeças. Não podemos fingir que não é com a gente. A população negra será, sem nenhuma dúvida, a parcela mais afetada com o fim das aposentadorias, com o desmonte dos direitos trabalhistas, com o congelamento de investimentos sociais e com o aumento da repressão, alvo naturalizado que somos, das leis punitivas e da ação violenta das polícias.
É preciso reagir! Daí a importância em se somar aos esforços da unidade no campo progressista, que tem promovido crescentes manifestações em defesa dos direitos. Esta semana teremos paralisação nacional nesta sexta, 31 de Março em todo o país. E em São Paulo, as mobilizações acontecem também no sábado, dia 1 de abril. O Movimento negro está convocando uma grande marcha “Contra as Reformas Racistas e Genocidas de Temer”, com concentração às 13h00 no Largo São Francisco, centro da capital. Esta marcha seguirá até a Avenida Paulista, onde se encontra com o já tradicional Cordão da Mentira, que se concentra em frente do Masp, a partir das 16h.
Abaixo o forte manifesto do movimento negro, subscrito por dezenas de organizações.
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Marcha Negra contra as reformas genocidas de Temer
São Paulo, 30 de Março de 2017
A população negra, alvo histórico da desigualdade e da violência, fruto direto das consequências e continuidades dos 4 séculos de escravidão, jamais usufruiu da efetiva cidadania, demarcada em nossos avanços constitucionais.
Mesmo os direitos até hoje conquistados, civis, sociais, trabalhistas, fruto das lutas dos trabalhadores brasileiros, sempre foram sistematicamente negados ao nosso povo. O genocídio, o direto e o simbólico, sempre foi a principal característica da relação entre nós e o Estado.
Em momentos de crise do sistema do capital, como o que vivemos agora, as forças do “deus mercado” e dos grandes empresários e especuladores mundiais apertam o cerco e, por via de governos covardes e entreguistas, como o de Temer, buscam retirar os poucos direitos conquistados pelos trabalhadores, custe o golpe que custar. A ganância de manter e aumentar suas margens de lucro não tem fim.
Por outro lado, para reprimir a população e manter a “ordem social”, investem pesadamente em seu aparato militar, em regulamentações punitivas e restritivas de liberdade. O povo, cada vez mais pobre, é o inimigo. E a população negra, seguimento majoritário da classe trabalhadora é, mais uma vez, o descarte prioritário.
O fim do direito a aposentadoria, o desmonte dos direitos trabalhistas, a terceirização irrestrita do trabalho, o congelamento de investimentos sociais por 20 anos e o aumento da repressão e da violência policial tem um caráter explicitamente racista e genocida. Políticas de ações afirmativas comprovadamente eficazes para um equilíbrio futuro de oportunidades entre negras/os e não negras/os tem sido destruídas. É o que vemos o fim da ampliação de vagas em universidades federais, a gradual diminuição do prouni e fies, a descaracterização do enem, o esvaziamento da importância da lei 10.639, ou seja, a reprodução em nível federal, do que faz o governo do estado de SP através de USP e UNICAMP, que se opõem sistematicamente às políticas de cotas raciais em cursos de graduação e pós-graduação. Sim, com as reformas de Temer, os efeitos do racismo e o genocídio negro vão se aprofundar.
Nós, povo negro, temos um lado e vamos ocupar nosso lugar nesta luta, que não é só o de fazer volume em manifestações, mas de ajudar a dirigir – como maioria que somos – o processo revolucionário e a luta contra as elites racistas que querem nossa morte, que matam nossos filhos na bala, que estupram nossas mulheres pretas, que matam nossos velhos nas filas de hospital.
Por isso tudo, nos somamos às manifestações convocadas pelas Frentes de movimentos sociais, partidos e sindicatos, mas também construiremos agendas da luta negra, para a quais esperamos a mesma unidade.
Neste Sábado, 01 de Abril, estaremos em Marcha, a partir das 13h00, no Largo São Francisco, centro de SP, ‘Negras e Negros, contra as reformas racistas e genocidas de Temer !’.
Povo negro unido é povo negro forte!
Assinam:
Frente Alternativa Preta
Negras e Negros Sem Medo
Uneafro-Brasil
MTST
Núcleo de Consciência Negra na USP
Kilombagem
MNU – Movimento Negro Unificado SP
Rede Quilombação
Instituto Luis Gama
Circulo Palmarino
Coletivo de Esquerda Força Ativa
Unegro – União de Negras e Negros pela Igualdade
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras SP
Mães de Maio
Associação Amparar
Núcleo Impulsor da Marcha das Mulheres Negras SP
Cooperifa
Frente Pro Cotas UNICAMP
Coletivo Rosa Zumbi
Núcleo de Consciência Negra da UNICAMP
Comitê Contra o Genocídio
Instituto do Negro Padre Batista
Fala Negão\Fala Mulher – ZL\SP
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Portal Alma Preta
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Coletivo de Negras e Negros Raízes da Liberdade
AEUSP – Associação de Educadores dá USP
AMO – Associação Mulheres de Odin
Espaço Cultural Cachoeiras – Cohab Raposo Tavares
#Mais
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Don’t Touch My Hair – A Festa
Coletivo Martin Luther King Jr. Salvador-Bahia
Movimento de favelas do Rio de Janeiro
Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro
Coletivo de comunicadores comunitários e populares de favelas do Rio de Janeiro
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