sexta-feira, 28 de abril de 2017

Doria e o cárcere privado na greve geral

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Matéria da jornalista Monica Bergamo publicada na Folha de São Paulo online na tarde da última quinta-feira (27) revelou que o prefeito regional de Pinheiros (São Paulo), Paulo Mathias, afirmou em vídeo que parte de seus funcionários dormiria no prédio da prefeitura regional para não ter que enfrentar a paralisação dos transportes marcada para esta sexta-feira (28) em várias cidades, inclusive São Paulo.

O vídeo mostra Mathias acompanhado de seis funcionários da área de manutenção e dizendo que foi surpreendido e ficou “arrepiado, emocionado” com a decisão dos funcionários de passar a noite no local de trabalho:


“O seu João para vocês terem uma ideia mora em Ibiúna, a mais de 50 km de São Paulo, e não vai conseguir vir para cá porque algumas pessoas resolveram atrapalhar a vida dos outros. Nós somos a favor do direito à greve, mas não em dia de trabalho“, diz Mathias.

Para concluir, Mathias afirmou: “aqui na Prefeitura de Pinheiros, amanhã é dia de trabalho“.

O vídeo gerou comoção nas redes por vários fatores. Especialistas de direito do trabalho estão considerando “ilegal e criminosa” a postura do subprefeito em questão, que se conecta com a postura do prefeito João Dória, que insultou os munícipes e servidores que eventualmente decidam exercer o direito de greve. Para esses especialistas, a gestão Doria pratica “cárcere privado” contra os servidores.

O Blog da Cidadania consultou o Ministério Público do Trabalho de São Paulo e um procurador que não quis se identificar até que os procedimentos todos tenham sido adotados informou que dezenas de denúncias estão sendo feitas em relação a esse caso e que procedimento investigativo está sendo aberto.

Para entender o que motiva essa investigação que estaria sendo aberta contra a gestão Doria o Blog entrevistou o especialista em Direito Trabalhista Júlio Francisco Caetano Ramos. No vídeo a seguir você assistirá ao vídeo do subprefeito de Pinheiros que gerou a polêmica e ouvirá a análise do especialista em direito do trabalho sobre a postura vergonhosa do governo da capital paulista.

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