quarta-feira, 5 de abril de 2017

O babaquinha da Gestapo paulistana

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu sou um cara antiquado.

Por isso, torço que uma professora daquelas com mais de vinte anos de magistério, como era minha mãe, ponha para correr esta caricatura de agente da Gestapo que é o tal Fernando Holiday.

De preferência, com uma bela bofetada (verbal, é claro) , daquelas de mão aberta, que machuca pouco mas faz um grande barulho.

Este moleque está divulgando nas redes, com o apoio do “padrinho” Kim, vídeos onde faz “fiscalização-surpresa” nas escolas para ver se os professores estão “doutrinando” os pobres alunos.

Nunca, nem na ditadura, meu pai, professor de História e Geografia, recebeu “visitas-surpresa”, em sala de aula, de censores de conteúdo educacional.

O rapaz é um imbecil que não sabe o que passam os professores numa sociedade que não dá valor ao conhecimento e à ponderação e premia, com visibilidade, energúmenos como ele.

Mas, justiça seja feita, este Holiday, como o nome indica, é só uma besta.

Um desqualificado tão desqualificado que chega a levar um “pito” do secretário “dorista” de Educação da cidade.

“Evidentemente o vereador exacerbou suas funções e não pode usar de seu mandato para intimidar professores”, disse.

É pior.

Esta miniatura moral está estimulando, na prática, a qualquer aluno que, por qualquer razão, queria se “vingar” de professores vá denunciar o dito cujo como “comunista”.

Na ditadura, um sujeito, revoltado com a nota baixa da filha no ginásio, foi tomar satisfações a meu pai, identificando-se logo como “capitão Fulano de Tal”. Como resposta, perfilou-se: Jorge Brito, reservista de 2ª categoria da Aeronáutica.

E a nota continuou tal como estava.

Neste caso, porém, acho melhor a “tia” que dá aulas ao 2° ano primário, plantar a mão – verbalmente, claro – no gestapo boy insolente.

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