Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
A cada nova acusação da Lava Jato contra Lula, mais o caso dele se assemelha a O Processo (no original, em alemão, Der Prozess), romance do escritor tcheco Franz Kafka que conta a história de Josef K., que, certa manhã, descobre-se processado e passa a ser submetido a um longo e incompreensível processo por um crime não especificado.
No caso de Lula, porém, o Processo é ainda mais bizarro, surreal. Divulgam recompensas que ele teria recebido por crimes não especificados. Não por acaso, muitos dizem que está sendo condenado por ter recebido um apartamento “tríplex” e um “sítio” como propina.
Ninguém sabe dizer em troca de que essa “propina” lhe foi paga, até porque, à época do alegado recebimento, nem tinha mais cargo público (Presidência do país).
Já estava pronta a capa da revista Veja deste fim de semana quando o ex-diretor da OAS Leo Pinheiro acusou o ex-presidente no Jornal Nacional. Segundo a revista, para Lula, “acabou”.
Lula teria mandado Leo Pinheiro destruir provas, segundo Leo Pinheiro.
Ocorre que o ex-executivo da OAS foi condenado a mais de duas décadas de prisão, ou seja, à pena de morte, porque é um sexagenário que morreria na cadeia, se fosse condenado a pena como essa.
Pinheiro inocentara Lula em outras oportunidades, desde que foi preso. Em 1º de junho de 2016, o jornal Folha de São Paulo divulga matéria que dá conta de que:
“As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro (…) travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (…) Segundo Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido”.
Cinco meses depois (23/11/2016), a 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) condenou o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro a 26 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Na última quinta-feira, já com toda imprensa informada, Pinheiro, tentando pela enézima vez ter sua pena anulada ou drasticamente reduzida, depôs ao juiz Sergio Moro e acusou Lula de ser o proprietário do “tríplex” no Guarujá e de ter pedido para que destruísse provas de que a OAS teria “pago propinas ao PT”.
Em tese, pinheiro teria que apresentar provas, assim como qualquer delator que acuse Lula, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, enfim, seja quem for. Do contrário, a acusação não valeria nada.
Eis que Pinheiro oferece uma “prova” substituta contra Lula: afirma que não tem provas das acusações que fez a Lula porque Lula pediu a ele que destruísse as provas contra o PT. Desse modo, o delator acusa Lula sem provas e o acusa de ter destruído as provas de que destruiu provas…
Está confuso, leitor?
Não entende, afinal, do que Lula é acusado?
As propinas a ele foram pagas por quê?
Qual foi a contrapartida de Lula para ganhar o tríplex?
Você que lê estas mal traçadas linhas tem toda razão de não estar entendendo nada. Josef K., personagem de Kafka também não sabia qual era seu crime, também se defendeu sem saber do que se defendia. Por conta disso, processos baseados nesse tipo de estratégia condenatória abusiva são chamados de kafkianos.
A delação de Leo Pinheiro não merece absolutamente nenhuma credibilidade. Até porque, contradiz o que ele dizia antes. Pinheiro mudou de ideia após ter sido condenado a mofar na prisão até a morte. Quem de nós se recusaria a confessar qualquer coisa para escapar a tão terrível destino?
O mais bizarro é que não se sabe que crimes Lula cometeu para ter recebido esse tríplex como propina e o que “o PT” fez para a OAS para ter recebido propinas cujas provas Lula teria mandado “destruir”.
O caso de Lula é diferente dos outros acusados. Todos sabem que José Serra e Geraldo Alckmin foram delatados por terem recebido propina por terem facilitado a vida da Odebrecht na construção do metrô de São Paulo e do Rodoanel. Aécio é acusado de ter facilitado a vida da Odebrecht na construção da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro…
E Lula, o que fez?
Percebe a diferença, leitor?
É por isso que o processo falsário contra Lula é chamado de kafkiano, porque ele é acusado de um crime que não sabe qual é.
Moro, Globo e os demais golpistas planejam prender Lula com base na acusação absurda e sem credibilidade de Leo Pinheiro, a capa da Veja sinaliza nessa direção, mas se pensam que o povo aceitará essa barbaridade, estão loucos. Podem ousar, mas vão desencadear uma convulsão social que atrairá as atenções dos quatro cantos do mundo.
***
No vídeo [aqui] fica clara a estratégia ridiculamente evidente de torturar um candidato a delator até que ele diga o que os torturadores querem.
A cada nova acusação da Lava Jato contra Lula, mais o caso dele se assemelha a O Processo (no original, em alemão, Der Prozess), romance do escritor tcheco Franz Kafka que conta a história de Josef K., que, certa manhã, descobre-se processado e passa a ser submetido a um longo e incompreensível processo por um crime não especificado.
No caso de Lula, porém, o Processo é ainda mais bizarro, surreal. Divulgam recompensas que ele teria recebido por crimes não especificados. Não por acaso, muitos dizem que está sendo condenado por ter recebido um apartamento “tríplex” e um “sítio” como propina.
Ninguém sabe dizer em troca de que essa “propina” lhe foi paga, até porque, à época do alegado recebimento, nem tinha mais cargo público (Presidência do país).
Já estava pronta a capa da revista Veja deste fim de semana quando o ex-diretor da OAS Leo Pinheiro acusou o ex-presidente no Jornal Nacional. Segundo a revista, para Lula, “acabou”.
Essa percepção dos inimigos de Lula se deve ao fato de que o ex-diretor da OAS acusou o ex-presidente do tipo de ação que vem justificando prisões extemporâneas de acusados pela Lava Jato. Ou seja, atrapalhar investigações.
Lula teria mandado Leo Pinheiro destruir provas, segundo Leo Pinheiro.
Ocorre que o ex-executivo da OAS foi condenado a mais de duas décadas de prisão, ou seja, à pena de morte, porque é um sexagenário que morreria na cadeia, se fosse condenado a pena como essa.
Pinheiro inocentara Lula em outras oportunidades, desde que foi preso. Em 1º de junho de 2016, o jornal Folha de São Paulo divulga matéria que dá conta de que:
“As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro (…) travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (…) Segundo Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido”.
Cinco meses depois (23/11/2016), a 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) condenou o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro a 26 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Na última quinta-feira, já com toda imprensa informada, Pinheiro, tentando pela enézima vez ter sua pena anulada ou drasticamente reduzida, depôs ao juiz Sergio Moro e acusou Lula de ser o proprietário do “tríplex” no Guarujá e de ter pedido para que destruísse provas de que a OAS teria “pago propinas ao PT”.
Em tese, pinheiro teria que apresentar provas, assim como qualquer delator que acuse Lula, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, enfim, seja quem for. Do contrário, a acusação não valeria nada.
Eis que Pinheiro oferece uma “prova” substituta contra Lula: afirma que não tem provas das acusações que fez a Lula porque Lula pediu a ele que destruísse as provas contra o PT. Desse modo, o delator acusa Lula sem provas e o acusa de ter destruído as provas de que destruiu provas…
Está confuso, leitor?
Não entende, afinal, do que Lula é acusado?
As propinas a ele foram pagas por quê?
Qual foi a contrapartida de Lula para ganhar o tríplex?
Você que lê estas mal traçadas linhas tem toda razão de não estar entendendo nada. Josef K., personagem de Kafka também não sabia qual era seu crime, também se defendeu sem saber do que se defendia. Por conta disso, processos baseados nesse tipo de estratégia condenatória abusiva são chamados de kafkianos.
A delação de Leo Pinheiro não merece absolutamente nenhuma credibilidade. Até porque, contradiz o que ele dizia antes. Pinheiro mudou de ideia após ter sido condenado a mofar na prisão até a morte. Quem de nós se recusaria a confessar qualquer coisa para escapar a tão terrível destino?
O mais bizarro é que não se sabe que crimes Lula cometeu para ter recebido esse tríplex como propina e o que “o PT” fez para a OAS para ter recebido propinas cujas provas Lula teria mandado “destruir”.
O caso de Lula é diferente dos outros acusados. Todos sabem que José Serra e Geraldo Alckmin foram delatados por terem recebido propina por terem facilitado a vida da Odebrecht na construção do metrô de São Paulo e do Rodoanel. Aécio é acusado de ter facilitado a vida da Odebrecht na construção da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro…
E Lula, o que fez?
Percebe a diferença, leitor?
É por isso que o processo falsário contra Lula é chamado de kafkiano, porque ele é acusado de um crime que não sabe qual é.
Moro, Globo e os demais golpistas planejam prender Lula com base na acusação absurda e sem credibilidade de Leo Pinheiro, a capa da Veja sinaliza nessa direção, mas se pensam que o povo aceitará essa barbaridade, estão loucos. Podem ousar, mas vão desencadear uma convulsão social que atrairá as atenções dos quatro cantos do mundo.
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No vídeo [aqui] fica clara a estratégia ridiculamente evidente de torturar um candidato a delator até que ele diga o que os torturadores querem.
Lula e acusado de ter cometido três crimes: ser proprietário de um sitio em, Atiaia; ser proprietário de um triplex no Guarujá e ter recebido um terreno para construir a sede do seu Instituto.O juiz Moro vai ter imensa dificuldade para condenar Lula por estes crimes.Nenhum destes imoveis esta registado em Cartório de Registro de Imoveis em nome de Lula ou de sua esposa ou de algum filho. O proprietário na legislação brasileira e' o que detêm o registro. Nem sequer Lula eh posseiro ou esta na posse destes imoveis. Portanto a propriedade destes imoveis eh um crime impossível,isto eh nao ha crime.
ResponderExcluirO circão midiátrico-jurídico montado é grande e foi vazado antecipadamente!! para a imprensa golpista, mas o que temos é um velhote safado metido a empresário de "150 projetos" na época e que lembra em detalhes!! datas e documentos, e não apresenta prova alguma do que acusa!! valha-me meu São Francisco!! Se prenderem Lula sem devidas provas cabais vai haver batalha campal interminável no Brasil, fff
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