Por Henrique Fontana, no site Carta Maior:
O governo Temer e a grande mídia bem que tentaram esconder, tratando como “manifestações”, mas era impossível. O que ocorreu no dia 28 de abril de 2017 foi a maior e mais abrangente greve geral já vista no Brasil, que parou o país por direitos, pela democracia e pelo futuro. Eles podem até mesmo manipular as páginas dos jornais do dia seguinte, mas não terão o poder de mudar as páginas dos livros de história e o registro do que a sociedade brasileira assistiu pelas ruas de todo o país naquele dia.
Atordoados diante do sucesso da greve, trataram de atribuí-la apenas às centrais sindicais. Mentira! A paralisação reuniu, além das centrais, os mais diversos seguimentos da população, partidos políticos progressistas e de esquerda, movimentos sociais, estudantes, intelectuais, artistas e até mesmo alguns setores que anteriormente apoiaram o golpe, em uma grande corrente de resistência que envolveu mais de 35 milhões de pessoas.
Atônitos, repetiram a exaustão que os manifestantes protestavam tão somente contra as antirreformas cruéis e injustas da previdência e trabalhista. Manipulação! Os grevistas evidentemente são contra estas reformas que propõem trabalhar por quase meio século com jornadas de trabalho que poderão chegar a 12 horas diárias para poder se aposentar. Mas outra palavra de ordem também unificou as manifestações: Fora Temer! Afinal, um presidente ilegítimo, com a menor aprovação popular da história, apoiado em um Congresso Nacional sob suspeita, frente à quantidade de parlamentares denunciados por corrupção, não tem a menor condição de votar estas reformas regressivas, uma verdadeira cruzada contra o trabalhador e o cidadão mais pobre. A melhor alternativa em meio à crise generalizada é restaurar a democracia brasileira, convocar eleições gerais e devolver ao povo o direito soberano de eleger seu mandatário maior.
Desesperados, atacaram os grevistas com repressão policial nas ruas e com mentiras na mídia, imputando falsamente a greve ações de vandalismo e violência. Covardia! Na verdade, a imensa maioria das manifestações em todos os estados foram pacíficas, sendo que o saldo da violência policial foi de um estudante morto, outro em estado grave, dezenas de manifestantes feridos e grevistas presos arbitrariamente. As milhares de imagens, dos mais diferentes cantos do país, divulgadas nas redes sociais e na mídia livre e desoligopolizada, revelam como os setores conservadores apelaram à violência para tentar impedir a greve e as manifestações.
Envergonhados, “patos e paneleiros” se escondem e o presidente do golpismo, Michel Temer, vive enclausurado no Palácio rodeado de ministros delatados, participando apenas de agendas oficiais com públicos oficiosos. Enquanto isso, os que lutaram na resistência ao Golpe de 2016 ocupam as ruas em defesa dos seus direitos, por eleições, em graves e ao mesmo tempo alegres manifestações de cidadania. A Greve marca um momento importante de mudança na conjuntura da política nacional, e de sensível alteração na composição das forças democráticas, maiores e mais articuladas.
A erosão moral, política, econômica e institucional do governo Temer e da aliança conservadora (grande mídia, mercados financeiros, capital internacional, tucanos) nos faz retroceder ao Brasil pré-Getulio Vargas. O liberalismo econômico fundamentalista em curso nos remete à realidade capitalista da década de 20, que levou a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929. O crescimento de Bolsonaros e Dórias é suficiente alerta para os riscos do avanço do pensamento fascista na base social do reacionarismo brasileiro, que aponta para as mesmas soluções antidemocráticas e governos totalitários da década de 1930. É preciso perguntar: o que virá depois? Teremos um longo passado pela frente, como bem disse Millôr Fernandes? Penso que ainda há tempo para mudar o rumo dessa história, e o sucesso da Greve Geral é um sopro de esperança na luta democrática, bem-vindo em tempos tão duros.
O governo Temer e a grande mídia bem que tentaram esconder, tratando como “manifestações”, mas era impossível. O que ocorreu no dia 28 de abril de 2017 foi a maior e mais abrangente greve geral já vista no Brasil, que parou o país por direitos, pela democracia e pelo futuro. Eles podem até mesmo manipular as páginas dos jornais do dia seguinte, mas não terão o poder de mudar as páginas dos livros de história e o registro do que a sociedade brasileira assistiu pelas ruas de todo o país naquele dia.
Atordoados diante do sucesso da greve, trataram de atribuí-la apenas às centrais sindicais. Mentira! A paralisação reuniu, além das centrais, os mais diversos seguimentos da população, partidos políticos progressistas e de esquerda, movimentos sociais, estudantes, intelectuais, artistas e até mesmo alguns setores que anteriormente apoiaram o golpe, em uma grande corrente de resistência que envolveu mais de 35 milhões de pessoas.
Atônitos, repetiram a exaustão que os manifestantes protestavam tão somente contra as antirreformas cruéis e injustas da previdência e trabalhista. Manipulação! Os grevistas evidentemente são contra estas reformas que propõem trabalhar por quase meio século com jornadas de trabalho que poderão chegar a 12 horas diárias para poder se aposentar. Mas outra palavra de ordem também unificou as manifestações: Fora Temer! Afinal, um presidente ilegítimo, com a menor aprovação popular da história, apoiado em um Congresso Nacional sob suspeita, frente à quantidade de parlamentares denunciados por corrupção, não tem a menor condição de votar estas reformas regressivas, uma verdadeira cruzada contra o trabalhador e o cidadão mais pobre. A melhor alternativa em meio à crise generalizada é restaurar a democracia brasileira, convocar eleições gerais e devolver ao povo o direito soberano de eleger seu mandatário maior.
Desesperados, atacaram os grevistas com repressão policial nas ruas e com mentiras na mídia, imputando falsamente a greve ações de vandalismo e violência. Covardia! Na verdade, a imensa maioria das manifestações em todos os estados foram pacíficas, sendo que o saldo da violência policial foi de um estudante morto, outro em estado grave, dezenas de manifestantes feridos e grevistas presos arbitrariamente. As milhares de imagens, dos mais diferentes cantos do país, divulgadas nas redes sociais e na mídia livre e desoligopolizada, revelam como os setores conservadores apelaram à violência para tentar impedir a greve e as manifestações.
Envergonhados, “patos e paneleiros” se escondem e o presidente do golpismo, Michel Temer, vive enclausurado no Palácio rodeado de ministros delatados, participando apenas de agendas oficiais com públicos oficiosos. Enquanto isso, os que lutaram na resistência ao Golpe de 2016 ocupam as ruas em defesa dos seus direitos, por eleições, em graves e ao mesmo tempo alegres manifestações de cidadania. A Greve marca um momento importante de mudança na conjuntura da política nacional, e de sensível alteração na composição das forças democráticas, maiores e mais articuladas.
A erosão moral, política, econômica e institucional do governo Temer e da aliança conservadora (grande mídia, mercados financeiros, capital internacional, tucanos) nos faz retroceder ao Brasil pré-Getulio Vargas. O liberalismo econômico fundamentalista em curso nos remete à realidade capitalista da década de 20, que levou a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929. O crescimento de Bolsonaros e Dórias é suficiente alerta para os riscos do avanço do pensamento fascista na base social do reacionarismo brasileiro, que aponta para as mesmas soluções antidemocráticas e governos totalitários da década de 1930. É preciso perguntar: o que virá depois? Teremos um longo passado pela frente, como bem disse Millôr Fernandes? Penso que ainda há tempo para mudar o rumo dessa história, e o sucesso da Greve Geral é um sopro de esperança na luta democrática, bem-vindo em tempos tão duros.
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