Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Entre o dia 6 e o dia 27 de outubro de 2002, tanto quem votou em Lula quanto quem não votou tinha dúvidas sobre se ele seria empossado, se não seria acometido por “doença misteriosa” que impedisse sua posse ou até se não haveria um golpe militar com esse fim.
O fato é que, entre 1989 e 2002, perdurou crença de que Lula jamais chegaria lá. Diziam que seu “teto” era de “trinta por cento” do eleitorado, o que era suficiente para colocá-lo em segundos turnos, mas insuficiente para elegê-lo.
A forma da direita endinheirada fazer valer seus desígnios sempre foi estabelecer certezas inquestionáveis sobre o que poderia ou não acontecer. Lula nunca conseguir chegar lá era uma delas.
Eu mesmo, antes da posse, no primeiro dia de 2003, dizia que só acreditaria que Lula tomaria posse após essa posse se consumar.
Até hoje, muitos acreditam que, sem a “Carta aos Brasileiros” – documento firmado pelo ex-presidente em 2002 que garantia que ele não afrontaria o capital, não declararia moratória, não romperia contratos –, ele jamais teria tomado posse.
A forma como o capital impediria que assumisse o mandato popular que lhe foi outorgado fica para a imaginação de cada um…
Note que na caixa de comentários do Blog comparecerão religiosamente os profetas da impossibilidade de Lula voltar ao poder ou porque estará preso ou porque estará inelegível ou porque…
Preencha você o fim dessa última frase, leitor.
Se o Brasil estivesse vivendo uma situação de normalidade democrática, todos concordariam que é MUITO GRANDE a chance de o ex-presidente voltar a governar o país, já que é o líder isolado de todas as pesquisas de intenção de voto para presidente. Todavia, estamos longe de viver uma situação de normalidade democrática neste país.
A Operação Lava Jato e a mídia estão decididas a não deixar que Lula volte ao poder e já dizem abertamente que conseguirão barrá-lo pela via da condenação judicial SEM PROVAS. É isso mesmo. Em suas alegações finais no caso do tríplex, o Ministério Público pede que Lula seja condenado mesmo não havendo provas.
Não acredita? Então leia a página 53 do documento do MPF ao juiz Sergio Moro pedindo a condenação do ex-presidente.
Impressionante, não é?
Mas não é novidade. Todos sabemos que não há provas. Os fascistas dizem que há fartura de provas contra Lula, mas instados a citar uma começam a xingar e desconversam.
Se não há provas, querem barrar uma terceira eleição de Lula como presidente através do arbítrio, mas digamos, apenas digamos que não haja clima político para isso.
Eis uma hipótese que os mais quadrúpedes não aceitarão sequer analisar, mas que qualquer pessoa sensata, por mais que odeie Lula, sabe que existe. A Justiça pode não conseguir condenar Lula a tempo ou pode ter tempo para julgá-lo em segunda instância, mas sem lograr a condenação.
Politicamente, o clima pró-Lula no Brasil tende a aumentar muito até o ano que vem. As medidas de precarização do trabalho formal tendem a gerar um empobrecimento brutal da sociedade brasileira. Ano que vem a esta nora o país estará implorando que Lula volte.
Ai as pesquisas se materializam e Lula disputa com Jair Bolsonaro, quem este blogueiro considera o adversário dos sonhos de qualquer candidato a qualquer cargo eletivo.
Se Lula e Bolsonaro disputassem um segundo turno é provável que até a grande mídia, o PSDB e o PMDB apoiassem o petista. Pode até haver muitos dementes capazes de votar em alguém como Bolsonaro para presidente, mas dificilmente essas pessoas serão maioria.
O Brasil estará pagando preço muito alto pela aventura do impeachment para se meter em uma aventura desse calibre, colocando um lunático perigoso no comando da nação.
Eleito ou prestes a se eleger, portanto, a grande preocupação de Lula terá que ser com a própria integridade física. O ódio que um setor expressivo da sociedade tem do ex-presidente poderia facilmente se transformar em um delírio violento levado às últimas consequências.
Mas isso não é nada que um bom esquema de segurança não possa resolver. O maior problema seria a governabilidade.
Alguns acreditam que se a maioria dos brasileiros estiver mesmo disposta dar um terceiro mandato presidencial a Lula, será sensível ao discurso dele de que não adiantaria elegê-lo se não lhe fosse dada maioria no Congresso, pois, do contrário, seria derrubado como Dilma.
Se continuar crescendo essa esperança popular em que Lula possa fazer voltar os bons tempos de seus dois governos, tudo será possível.
Os partidos da coligação de Lula, portanto, certamente teriam uma votação enorme. Suponhamos que a coligação lulista reunisse PT, PC do B e PDT, por exemplo. Esses partidos talvez conseguissem eleger uns 300 deputados.
Contudo, nem tudo seriam flores. A sociedade brasileira mergulharia em uma cisão violenta. E isso ocorrerá seja quem for que ganhe a eleição presidencial de 2018, se é que haverá eleição.
Qualquer esquerdista que vencer enfrentará uma oposição ensandecida. E o mesmo vale para qualquer candidato de direita. Mas é claro que Lula agregará uma carga maior de ódio dos adversários do que qualquer outro candidato de esquerda conseguiria.
O Brasil precisa de um pacto quanto à eleição presidencial de 2018. Se os que disputarem essa eleição não se comprometerem com a aceitação do resultado, se os perdedores fizerem o que fez Aécio Neves em 2015, este país ingressará em um período de trevas jamais visto desde o descobrimento.
Para o bem do Brasil, mídia, agentes econômicos e partidos e movimentos de direita devem ser cobrados para firmarem um pacto de respeito à vontade popular, do contrário você, seja de que ideologia política for, pode ir preparando sua mala. Será muito perigoso viver neste país.
Entre o dia 6 e o dia 27 de outubro de 2002, tanto quem votou em Lula quanto quem não votou tinha dúvidas sobre se ele seria empossado, se não seria acometido por “doença misteriosa” que impedisse sua posse ou até se não haveria um golpe militar com esse fim.
O fato é que, entre 1989 e 2002, perdurou crença de que Lula jamais chegaria lá. Diziam que seu “teto” era de “trinta por cento” do eleitorado, o que era suficiente para colocá-lo em segundos turnos, mas insuficiente para elegê-lo.
A forma da direita endinheirada fazer valer seus desígnios sempre foi estabelecer certezas inquestionáveis sobre o que poderia ou não acontecer. Lula nunca conseguir chegar lá era uma delas.
Eu mesmo, antes da posse, no primeiro dia de 2003, dizia que só acreditaria que Lula tomaria posse após essa posse se consumar.
Até hoje, muitos acreditam que, sem a “Carta aos Brasileiros” – documento firmado pelo ex-presidente em 2002 que garantia que ele não afrontaria o capital, não declararia moratória, não romperia contratos –, ele jamais teria tomado posse.
A forma como o capital impediria que assumisse o mandato popular que lhe foi outorgado fica para a imaginação de cada um…
Note que na caixa de comentários do Blog comparecerão religiosamente os profetas da impossibilidade de Lula voltar ao poder ou porque estará preso ou porque estará inelegível ou porque…
Preencha você o fim dessa última frase, leitor.
Se o Brasil estivesse vivendo uma situação de normalidade democrática, todos concordariam que é MUITO GRANDE a chance de o ex-presidente voltar a governar o país, já que é o líder isolado de todas as pesquisas de intenção de voto para presidente. Todavia, estamos longe de viver uma situação de normalidade democrática neste país.
A Operação Lava Jato e a mídia estão decididas a não deixar que Lula volte ao poder e já dizem abertamente que conseguirão barrá-lo pela via da condenação judicial SEM PROVAS. É isso mesmo. Em suas alegações finais no caso do tríplex, o Ministério Público pede que Lula seja condenado mesmo não havendo provas.
Não acredita? Então leia a página 53 do documento do MPF ao juiz Sergio Moro pedindo a condenação do ex-presidente.
Impressionante, não é?
Mas não é novidade. Todos sabemos que não há provas. Os fascistas dizem que há fartura de provas contra Lula, mas instados a citar uma começam a xingar e desconversam.
Se não há provas, querem barrar uma terceira eleição de Lula como presidente através do arbítrio, mas digamos, apenas digamos que não haja clima político para isso.
Eis uma hipótese que os mais quadrúpedes não aceitarão sequer analisar, mas que qualquer pessoa sensata, por mais que odeie Lula, sabe que existe. A Justiça pode não conseguir condenar Lula a tempo ou pode ter tempo para julgá-lo em segunda instância, mas sem lograr a condenação.
Politicamente, o clima pró-Lula no Brasil tende a aumentar muito até o ano que vem. As medidas de precarização do trabalho formal tendem a gerar um empobrecimento brutal da sociedade brasileira. Ano que vem a esta nora o país estará implorando que Lula volte.
Ai as pesquisas se materializam e Lula disputa com Jair Bolsonaro, quem este blogueiro considera o adversário dos sonhos de qualquer candidato a qualquer cargo eletivo.
Se Lula e Bolsonaro disputassem um segundo turno é provável que até a grande mídia, o PSDB e o PMDB apoiassem o petista. Pode até haver muitos dementes capazes de votar em alguém como Bolsonaro para presidente, mas dificilmente essas pessoas serão maioria.
O Brasil estará pagando preço muito alto pela aventura do impeachment para se meter em uma aventura desse calibre, colocando um lunático perigoso no comando da nação.
Eleito ou prestes a se eleger, portanto, a grande preocupação de Lula terá que ser com a própria integridade física. O ódio que um setor expressivo da sociedade tem do ex-presidente poderia facilmente se transformar em um delírio violento levado às últimas consequências.
Mas isso não é nada que um bom esquema de segurança não possa resolver. O maior problema seria a governabilidade.
Alguns acreditam que se a maioria dos brasileiros estiver mesmo disposta dar um terceiro mandato presidencial a Lula, será sensível ao discurso dele de que não adiantaria elegê-lo se não lhe fosse dada maioria no Congresso, pois, do contrário, seria derrubado como Dilma.
Se continuar crescendo essa esperança popular em que Lula possa fazer voltar os bons tempos de seus dois governos, tudo será possível.
Os partidos da coligação de Lula, portanto, certamente teriam uma votação enorme. Suponhamos que a coligação lulista reunisse PT, PC do B e PDT, por exemplo. Esses partidos talvez conseguissem eleger uns 300 deputados.
Contudo, nem tudo seriam flores. A sociedade brasileira mergulharia em uma cisão violenta. E isso ocorrerá seja quem for que ganhe a eleição presidencial de 2018, se é que haverá eleição.
Qualquer esquerdista que vencer enfrentará uma oposição ensandecida. E o mesmo vale para qualquer candidato de direita. Mas é claro que Lula agregará uma carga maior de ódio dos adversários do que qualquer outro candidato de esquerda conseguiria.
O Brasil precisa de um pacto quanto à eleição presidencial de 2018. Se os que disputarem essa eleição não se comprometerem com a aceitação do resultado, se os perdedores fizerem o que fez Aécio Neves em 2015, este país ingressará em um período de trevas jamais visto desde o descobrimento.
Para o bem do Brasil, mídia, agentes econômicos e partidos e movimentos de direita devem ser cobrados para firmarem um pacto de respeito à vontade popular, do contrário você, seja de que ideologia política for, pode ir preparando sua mala. Será muito perigoso viver neste país.
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