Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Em meio ao clima de barata voa reinante em Brasília, duas siglas emblemáticas da Guerra Fria se juntaram nesta segunda-feira no pacote de trapalhadas do Palácio do Planalto.
A extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ressuscitou na agenda presidencial e o chefe da CIA, a central de inteligência americana, teve sua identidade revelada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Antes da partida do voo para Moscou, com três horas de atraso, o site oficial do Palácio do Planalto anunciou a viagem do presidente Michel Temer para a República Socialista Federativa Soviética da Rússia, a antiga denominação do país durante o regime comunista, que durou de 1917 a 1991.
Desde então, o nome oficial do país é Federação da Rússia.
Quase na mesma hora, foi revelada a agenda do general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI, no dia 9 de junho último, em que consta uma audiência com o ultra-secreto agente americano Duyane Norman, "chefe do posto da CIA em Brasília".
Na longa explicação dada pelo gabinete do ministro, foi citada a Lei de Acesso à Informação, "um dos instrumentos da transparência ativa" para justificar o registro na agenda de nomes e cargos das autoridades recebidas, "observando-se, sem exceção, o princípio da publicidade previsto no artigo 37 da Constituição".
Muito bonito, mas se o presidente Temer tivesse seguido esta mesma norma, ao receber secretamente o empresário Joesley Batista, no fatídico dia 17 de março, no Palácio do Jaburu, talvez não estivéssemos agora afundados em mais esta crise.
Se pode ser revelado até o nome do chefe da CIA, por que não o de um empresário brasileiro?
E mais: em nome da transparência, por que não revelar também a pauta e os resultados dos encontrados mantidos pelas nossas autoridades?
Não foi a primeira vez que isso aconteceu com o agente da CIA, que estaria deixando o Brasil, segundo a apuração dos repórteres Rubens Valente e Patrícia Campos Mello, da Folha.
No dia 11 de julho de 2016, Duyane Norman e outro agente, Joseph Durenzo, foram recebidos pelo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, na sede do órgão em Brasília.
Os nomes dos dois são citados na agenda pública de Daiello ao lado da expressão "CIA". Quer dizer, a partir daquela data, Norman já não era um agente tão secreto assim.
Cabe também perguntar: o que Norman tanto conversava com as autoridades brasileiras?
Segundo o jornal, a revelação do nome dele foi recebida com estranheza e encarada como erro pelo governo norte-americano.
De fato, coisas muito estranhas andam acontecendo em Brasília, que a gente só fica sabendo quando alguém comete um erro.
E vida que segue.
Em meio ao clima de barata voa reinante em Brasília, duas siglas emblemáticas da Guerra Fria se juntaram nesta segunda-feira no pacote de trapalhadas do Palácio do Planalto.
A extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ressuscitou na agenda presidencial e o chefe da CIA, a central de inteligência americana, teve sua identidade revelada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Antes da partida do voo para Moscou, com três horas de atraso, o site oficial do Palácio do Planalto anunciou a viagem do presidente Michel Temer para a República Socialista Federativa Soviética da Rússia, a antiga denominação do país durante o regime comunista, que durou de 1917 a 1991.
Desde então, o nome oficial do país é Federação da Rússia.
Quase na mesma hora, foi revelada a agenda do general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI, no dia 9 de junho último, em que consta uma audiência com o ultra-secreto agente americano Duyane Norman, "chefe do posto da CIA em Brasília".
Na longa explicação dada pelo gabinete do ministro, foi citada a Lei de Acesso à Informação, "um dos instrumentos da transparência ativa" para justificar o registro na agenda de nomes e cargos das autoridades recebidas, "observando-se, sem exceção, o princípio da publicidade previsto no artigo 37 da Constituição".
Muito bonito, mas se o presidente Temer tivesse seguido esta mesma norma, ao receber secretamente o empresário Joesley Batista, no fatídico dia 17 de março, no Palácio do Jaburu, talvez não estivéssemos agora afundados em mais esta crise.
Se pode ser revelado até o nome do chefe da CIA, por que não o de um empresário brasileiro?
E mais: em nome da transparência, por que não revelar também a pauta e os resultados dos encontrados mantidos pelas nossas autoridades?
Não foi a primeira vez que isso aconteceu com o agente da CIA, que estaria deixando o Brasil, segundo a apuração dos repórteres Rubens Valente e Patrícia Campos Mello, da Folha.
No dia 11 de julho de 2016, Duyane Norman e outro agente, Joseph Durenzo, foram recebidos pelo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, na sede do órgão em Brasília.
Os nomes dos dois são citados na agenda pública de Daiello ao lado da expressão "CIA". Quer dizer, a partir daquela data, Norman já não era um agente tão secreto assim.
Cabe também perguntar: o que Norman tanto conversava com as autoridades brasileiras?
Segundo o jornal, a revelação do nome dele foi recebida com estranheza e encarada como erro pelo governo norte-americano.
De fato, coisas muito estranhas andam acontecendo em Brasília, que a gente só fica sabendo quando alguém comete um erro.
E vida que segue.
Putin que parin Temer!
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