terça-feira, 13 de junho de 2017

PSDB segue o enterro como se fosse à festa

Por Renato Rovai, em seu blog:

O PSDB decidiu que fica no governo Temer, mas o atual presidente do partido, Tasso Jereissati, faz um discurso de oposição.

Sai dizendo que “é uma incoerência que a história nos colocou”. Como se o partido tivesse sido vítima dessa situação.

O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que foi o candidato do partido a presidência da República, só não foi preso ainda porque tem imunidade parlamentar.

Do contrário, estaria fazendo companhia à sua irmã e ao seu primo, que estão na cadeia por terem cometido crimes em seu favor.

E mesmo assim o atual presidente do partido, que o substituiu por isso, tem a cara de pau de vir a público e ainda fazer pose. Dizer que não votou nem em Dilma e nem em Temer.

Votou num quase presidiário. Que presidia o partido que ele agora comanda.

Tasso Jereissati, segundo a lenda, foi voto vencido na tentativa de desembarque do governo.

Conversa pra boi dormir.

Tasso foi escolhido pra garantir ao partido um discurso de divisão.

E para manter a porta de saída aberta. Porque no PSDB sempre foi assim, as decisões nunca são decisões. São parte de um enigma que pode dar em qualquer resultado.

O PSDB não tem como sair agora do governo Temer, porque todos os seus principais quadros estão amarrados nesta boia de salvação.

Todos estão sendo investigados e carregam inúmeras denúncias nas suas costas quentes. Além de Aécio, que está pra lá de enrolado, Serra, Alckmin, Aloysio Nunes, Marconi Perillo, Richa etc. Não tem um que possa dizer, tô tranquilo.

Sem Temer no governo, há a possibilidade de as eleições diretas vingarem. E o PSDB é contra isso. É contra o voto popular.

Um partido que faz da sua base de atuação a luta contra o voto popular, acabou. E o PSDB acabou.

Pode continuar como legenda, ganhar umas eleições, ficar com uns ministros num governo de bandidos, mas hoje é menor que um cara bizarro como Bolsonaro. Todas as vestais do tucanato juntas, não valem eleitoralmente um Bolsonaro. Essa é a questão. É assim que se faz a biópisia do morto político. Pela ausência de votos.

E Tasso, coitado, tem que ficar fazendo de conta que não se trata de um enterro. Mas de uma festa de debutantes. Não deve ser uma situação fácil a do atual presidente do PSDB. Mas eles estão acostumados a lidar com isso.

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