Por Martha Raquel, no site Jornalistas Livres:
Bilhete Único, Vale-Transporte BOM, Vale Alimentação, Vale Refeição e convênio médico. Esses são os cartões que me salvam todos os meses. Jornalista formada há pouco mais de um ano, nunca tinha trabalhado num regime de CLT. Todas as minhas experiências anteriores foram ou estágio ou contrato temporário ou como pessoa jurídica e eu já estava acostumada a reservar pelo menos metade do meu salário para gastos como alimentação e transporte.
Não gosto de usar carteira, então comprei uma capinha de celular que consigo guardar meus cartões. Durante uma festa esqueci meu celular no banheiro e encontrei 30 minutos depois. Comentei com uma amiga, desesperada, que se perdesse o celular estaria ferrada – não só pelo celular, mas principalmente pelos cartões que estavam ali dentro.
Esses benefícios que conquistei apenas no quarto local de trabalho e aos 23 anos me dão a chance de usar o salário para gastos com a minha vida pessoal e não com demandas relacionadas ao trabalho.
Durante uns quatro anos eu conseguia apenas pagar o aluguel e me manter trabalhando – pra conseguir pagar o aluguel. Meus gastos diários com alimentação e transporte chegam a R$ 37,00 (R$ 19,50 de passagens e R$ 17,50 alimentação). Em uma semana eu gastaria R$ 222,00 e em um mês, R$ 814,00.
A CLT me garante que esses gastos sejam custeados pela empresa – gastos esses que se aproximam da renda bruta da maioria das pessoas do nosso país. Segundos dados do Censo 2010, divulgados em 2015 pelo IBGE, aproximadamente 60% da população brasileira ganha um salário mínimo, R$ 937,00, como renda mensal.
Comecei a escrever isso quando voltava de uma consulta. Por curiosidade perguntei ao meu médico quanto custaria a consulta caso eu não tivesse o convênio médico e, pasmem, R$ 320,00. O convênio médico não é uma obrigação da CLT, mas é um benefício importante que as empresas usam como um diferencial atrativo para oferecer aos trabalhador.
O que Michel Temer quer fazer aprovando a Reforma Trabalhista é fazer o povo pagar para trabalhar sem garantia de nenhum direito. Destruindo a CLT, não haverá mais proteção nenhuma às trabalhadoras e aos trabalhadores. A terceirização irá retirar esses benefícios que dão a mim, e a milhares de brasileiras e brasileiros, alguma chance de ter uma vida melhor, de gastar meu dinheiro comigo e com a minha família. Isso em contar com outros benefícios como FGTS, seguro-desemprego, férias e 13º salário, todos direitos conquistados a duras penas e que oferecem amparo ao trabalhador diante das oscilações da economia e do mundo do trabalho. Temer nos fará arcar com custos que são de responsabilidade da empresa. Voltaremos a trabalhar para conseguir apenas pagar o aluguel.
O tal do “negociado sobre o legislado” que parece super difícil de entender, na verdade é bem simples. Tudo será um grande acordo entre patrões e funcionários, e nessa a gente sabe qual voz vale mais, né?
Não podemos deixar que nossos direitos, duramente conquistados, sejam retirados de forma tão autoritária por quem nunca soube que o que é contar as moedas no fim do mês. Os prejudicados não serão os engravatados, seremos nós, que enfim estávamos podendo ter uma vida um pouco melhor. Nós queremos nossos jovens estudando e não trabalhando porque os pais são obrigados a gastar uma parte significativa do salário com demandas que são das empresas.
A única forma de nos fazermos ouvir é ocupar as ruas! A gente tem que parar o Brasil porque eles querem acabar com a nossa vida e com a de nossa família!
Contra os retrocessos absurdos de Michel Temer eu paro para a Greve de sexta-feira! E você?
Não gosto de usar carteira, então comprei uma capinha de celular que consigo guardar meus cartões. Durante uma festa esqueci meu celular no banheiro e encontrei 30 minutos depois. Comentei com uma amiga, desesperada, que se perdesse o celular estaria ferrada – não só pelo celular, mas principalmente pelos cartões que estavam ali dentro.
Esses benefícios que conquistei apenas no quarto local de trabalho e aos 23 anos me dão a chance de usar o salário para gastos com a minha vida pessoal e não com demandas relacionadas ao trabalho.
Durante uns quatro anos eu conseguia apenas pagar o aluguel e me manter trabalhando – pra conseguir pagar o aluguel. Meus gastos diários com alimentação e transporte chegam a R$ 37,00 (R$ 19,50 de passagens e R$ 17,50 alimentação). Em uma semana eu gastaria R$ 222,00 e em um mês, R$ 814,00.
A CLT me garante que esses gastos sejam custeados pela empresa – gastos esses que se aproximam da renda bruta da maioria das pessoas do nosso país. Segundos dados do Censo 2010, divulgados em 2015 pelo IBGE, aproximadamente 60% da população brasileira ganha um salário mínimo, R$ 937,00, como renda mensal.
Comecei a escrever isso quando voltava de uma consulta. Por curiosidade perguntei ao meu médico quanto custaria a consulta caso eu não tivesse o convênio médico e, pasmem, R$ 320,00. O convênio médico não é uma obrigação da CLT, mas é um benefício importante que as empresas usam como um diferencial atrativo para oferecer aos trabalhador.
O que Michel Temer quer fazer aprovando a Reforma Trabalhista é fazer o povo pagar para trabalhar sem garantia de nenhum direito. Destruindo a CLT, não haverá mais proteção nenhuma às trabalhadoras e aos trabalhadores. A terceirização irá retirar esses benefícios que dão a mim, e a milhares de brasileiras e brasileiros, alguma chance de ter uma vida melhor, de gastar meu dinheiro comigo e com a minha família. Isso em contar com outros benefícios como FGTS, seguro-desemprego, férias e 13º salário, todos direitos conquistados a duras penas e que oferecem amparo ao trabalhador diante das oscilações da economia e do mundo do trabalho. Temer nos fará arcar com custos que são de responsabilidade da empresa. Voltaremos a trabalhar para conseguir apenas pagar o aluguel.
O tal do “negociado sobre o legislado” que parece super difícil de entender, na verdade é bem simples. Tudo será um grande acordo entre patrões e funcionários, e nessa a gente sabe qual voz vale mais, né?
Não podemos deixar que nossos direitos, duramente conquistados, sejam retirados de forma tão autoritária por quem nunca soube que o que é contar as moedas no fim do mês. Os prejudicados não serão os engravatados, seremos nós, que enfim estávamos podendo ter uma vida um pouco melhor. Nós queremos nossos jovens estudando e não trabalhando porque os pais são obrigados a gastar uma parte significativa do salário com demandas que são das empresas.
A única forma de nos fazermos ouvir é ocupar as ruas! A gente tem que parar o Brasil porque eles querem acabar com a nossa vida e com a de nossa família!
Contra os retrocessos absurdos de Michel Temer eu paro para a Greve de sexta-feira! E você?
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