domingo, 23 de julho de 2017

Assessor de luxo de Temer sumiu da mídia

Por Altamiro Borges

Em meados de maio, a Polícia Federal, no curso da chamada Operação Panatenaico, prendeu dois ex-governadores do Distrito Federal (José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz) e um ex-assessor especial de Michel Temer sob a suspeita de recebimento de propina na construção do estádio Mané Garrincha. Já no final de junho, um relatório das diligências policiais vazado pela revista Época indicou que o amigão do Judas, o sinistro Tadeu Filippelli, levava uma vida de luxo. Na reportagem intitulada “PF achou obras de arte e vinhos caros em buscas contra ex-assessor de Temer e ex-governador do DF”, o jornalista Aguirre Talento deu alguns detalhes sobre a vida nababesca do aspone.

“Relatório policial da busca e apreensão, obtido por Época, afirma que Filippelli ‘mantém padrão de vida elevado, ostentando vestuário, bebidas finas, artigos de luxo, móveis e veículos’. A PF encontrou ao menos 69 quadros na residência dele, que foram fotografados para a avaliação do valor deles. Entre as obras estão um quadro de Niemeyer que contém uma de suas célebres frases, “F... não tem vez”, e quadros dos pintores Volpi e Poteiro. Esses objetos não chegaram a ser apreendidos pela PF. A diligência encontrou também notas de compra em leilões de obras de arte e uma adega repleta de vinhos. Na busca contra Filippelli, foram apreendidos dois celulares e um notebook, cujo conteúdo ainda está sob análise dos investigadores”.

“Já na residência do ex-governador José Roberto Arruda (DEM), chamou a atenção da PF a quantidade e o valor dos vinhos. ‘Destaque para as garrafas do vinho Mouton-Rothschild, orçadas de R$ 7 mil a R$ 10 mil cada (...). Crê-se, por suposição deste signatário, que os vinhos existentes na adega devem alcançar o valor estimado de R$ 80 mil a R$ 100 mil’, diz o relatório. As fotos também mostram champanhes Dom Pérignon, cujos valores de mercado são superiores a R$ 1.000. Ainda na residência de Arruda, a PF também fotografou sete quadros e joias de sua mulher, cujos valores ainda estão sendo apurados pelos investigadores. Foram apreendidos documentos, um celular, dois notebooks e um veículo Jipe, ano 2015”.

A matéria não trata do resultado das buscas na residência do ex-governador Agnelo Queiroz (PT). O interessante é que a mídia privada, que adora promover a escandalização da política, nada mais falou sobre as investigações contra o ex-aspone do Judas. O assunto não virou manchete nos jornais e nem foi motivo de comentários indignados nos telejornais. A própria TV Globo evitou fazer escarcéu com as denúncias da revista Época, que pertence à mesma famiglia Marinho. Já a Polícia Federal, agora sob o comando da quadrilha de Michel Temer, parece que arquivou o caso – “estancou a sangria”. E a vida segue!

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