Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
A defesa do presidente Michel Temer ainda nem chegou à Câmara, mas as alegações jurídicas neste caso pouco importam. São só um detalhe.
Se no Supremo Tribunal Federal as últimas decisões têm sido mais políticas do que jurídicas, por que haveria de ser diferente justamente na Câmara dos Deputados?
Estão em jogo neste momento argumentos mais palpáveis, como nomeações de cupinchas e liberações de verbas de parlamentares, para assegurar maioria contra a denúncia da Procuradoria Geral da República que começa a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça.
Com a experiência de quem foi presidente da Câmara por três vezes, e durante 15 anos comandou o PMDB, Temer sabe disso.
Por esse singelo motivo, o presidente reservou 13 horas e meia em sua agenda desta terça-feira para receber em seu gabinete 22 parlamentares, sendo 16 deles deputados que vão decidir o destino da denúncia feita na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Até agora, o governo não garantiu os 34 votos necessários entre os 66 membros da CCJ para rejeitar a abertura do processo contra Temer, embora o governo contabilize 44 deputados de partidos de sua base aliada.
O placar dos votos no momento, divulgado diariamente nos jornais, mostrando as dificuldades do governo para assegurar a fidelidade destes aliados, serve como instrumento de pressão para arrancar mais vantagens do governo, o que pode encarecer a conta.
A votação no colegiado é meramente formal porque, de qualquer forma, quem vai decidir é o plenário, mas o governo quer garantir uma boa vitória nesta etapa para evitar surpresas mais adiante com o surgimento de fatos novos que se sucedem a cada momento.
É o caso da prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima nesta segunda-feira, que agitou o Palácio do Planalto, por indicar que a PGR está fechando o cerco aos homens de confiança do presidente.
Geddel é o segundo ex-ministro de Michel Temer preso em poucos dias (o outro foi Henrique Eduardo Alves) e teme-se que os próximos alvos possam ser Eliseu Padilha e Moreira Franco, também investigados, embora eles estejam protegidos pelo foro privilegiado.
Com a porta-giratória acionada a toda hora no STF, fica até difícil saber quem está preso e quem está solto a esta altura do campeonato, e tudo isso provoca um clima de insegurança no governo e no Congresso.
Até o momento, nenhum partido da base aliada fechou questão pela rejeição da denúncia. Apenas 60 deputados declararam voto contra a abertura do processo .
Outro fator que influi na indecisão mostrada pelos deputados governistas é a pressão exercida pelos leitores nas redes sociais, que chegaram a criar um grupo no WhatsApp com a senha "Aceite a denúncia já".
Numa das mensagens enviadas aos parlamentares, eleitores pedem para que na hora de votar eles não façam "do corrupto seu bicho de estimação".
De outro lado, os líderes governistas contam com o fato de que a oposição precisa de 342 votos para a aceitação da denúncia, missão quase impossível numa Câmara em que a maioria dos seus 513 integrantes também enfrenta problemas na Justiça.
E vamos que vamos.
A defesa do presidente Michel Temer ainda nem chegou à Câmara, mas as alegações jurídicas neste caso pouco importam. São só um detalhe.
Se no Supremo Tribunal Federal as últimas decisões têm sido mais políticas do que jurídicas, por que haveria de ser diferente justamente na Câmara dos Deputados?
Estão em jogo neste momento argumentos mais palpáveis, como nomeações de cupinchas e liberações de verbas de parlamentares, para assegurar maioria contra a denúncia da Procuradoria Geral da República que começa a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça.
Com a experiência de quem foi presidente da Câmara por três vezes, e durante 15 anos comandou o PMDB, Temer sabe disso.
Por esse singelo motivo, o presidente reservou 13 horas e meia em sua agenda desta terça-feira para receber em seu gabinete 22 parlamentares, sendo 16 deles deputados que vão decidir o destino da denúncia feita na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Até agora, o governo não garantiu os 34 votos necessários entre os 66 membros da CCJ para rejeitar a abertura do processo contra Temer, embora o governo contabilize 44 deputados de partidos de sua base aliada.
O placar dos votos no momento, divulgado diariamente nos jornais, mostrando as dificuldades do governo para assegurar a fidelidade destes aliados, serve como instrumento de pressão para arrancar mais vantagens do governo, o que pode encarecer a conta.
A votação no colegiado é meramente formal porque, de qualquer forma, quem vai decidir é o plenário, mas o governo quer garantir uma boa vitória nesta etapa para evitar surpresas mais adiante com o surgimento de fatos novos que se sucedem a cada momento.
É o caso da prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima nesta segunda-feira, que agitou o Palácio do Planalto, por indicar que a PGR está fechando o cerco aos homens de confiança do presidente.
Geddel é o segundo ex-ministro de Michel Temer preso em poucos dias (o outro foi Henrique Eduardo Alves) e teme-se que os próximos alvos possam ser Eliseu Padilha e Moreira Franco, também investigados, embora eles estejam protegidos pelo foro privilegiado.
Com a porta-giratória acionada a toda hora no STF, fica até difícil saber quem está preso e quem está solto a esta altura do campeonato, e tudo isso provoca um clima de insegurança no governo e no Congresso.
Até o momento, nenhum partido da base aliada fechou questão pela rejeição da denúncia. Apenas 60 deputados declararam voto contra a abertura do processo .
Outro fator que influi na indecisão mostrada pelos deputados governistas é a pressão exercida pelos leitores nas redes sociais, que chegaram a criar um grupo no WhatsApp com a senha "Aceite a denúncia já".
Numa das mensagens enviadas aos parlamentares, eleitores pedem para que na hora de votar eles não façam "do corrupto seu bicho de estimação".
De outro lado, os líderes governistas contam com o fato de que a oposição precisa de 342 votos para a aceitação da denúncia, missão quase impossível numa Câmara em que a maioria dos seus 513 integrantes também enfrenta problemas na Justiça.
E vamos que vamos.
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