Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
Entende-se que a Secom de Temer já tenha, na metade do ano, torrado todo o dinheiro de publicidade reservado para 2017, conforme noticiado hoje, e que tenha decidido buscar mais recursos públicos para abastecer a imprensa chapa-branca.
A coluna de Elio Gaspari justifica esse gasto do governo.
Pode-se gastar, hoje, dinheiro à vontade em itens como: publicidade na Folha e compra de deputados.
Mas financiar ensino superior para jovens de baixa renda, aí era “megalomania petista” ou farra do “Fies petista”.
Eis a análise de Gaspari, dando fé a um estudo obviamente partidário do Ministério da Fazenda:
A “análise” de Gaspari só tem um problema. O que ele chama de “farra de faculdades privadas”, e “carteiras de empréstimos”, são na verdade quase 2 milhões de jovens brasileiros, de carne e osso, 97% das classes C, D e E, que foram, muitas vezes, os primeiros de suas famílias a estudar numa universidade.
Esses jovens, por terem podido cursar uma universidade, ajudarão o país a elevar a sua produtividade, terão maior autoestima e talvez sejam cidadãos mais conscientes.
O egoísmo da elite brasileira, refletida nesse artigo incrivelmente desonesto de Elio Gaspari, é assombroso.
O termo “Fies petista” serve apenas para reforçar um estereótipo, faturando em cima de um preconceito partidário criado pela própria mídia. É o discurso do ódio puro e simples. Gaspari já pode reivindicar o título de “paraninfo” do MBL.
Entretanto, há algo ainda mais diabólico na narrativa da mídia, que é o seu aspecto apocalíptico. O título do artigo não poderia ser mais manipulador: “A Fazenda mapeou a ruína do Fies petista”. Tão poucas palavras para dizer tantas mentiras.
O colunista pressupõe que o atual ministério da Fazenda, chefiado por uma equipe sem nenhum compromisso com a população, tenha alguma condição de fazer um “mapa” imparcial do Fies. E fala em “ruína” e num “espeto” de R$ 24 bilhões em… 2024!
Gaspari (e os técnicos da Fazenda) agem como se o objeto de sua análise fosse algum tipo de título público sem valor, emitido irresponsavelmente pelos governos “petistas”, e não dois milhões de jovens brasileiros, que se integrarão à força de trabalho e estarão sustentando esse país, muitos em funções de comando, até 2024!
O FIES ajudou a formar centenas de milhares de engenheiros, médicos, cientistas, administradores, professores, intelectuais.
Não são “contratos da Fies petista”. São cidadãos brasileiros que participaram de um programa implementado por um governo eleito (diferentemente desse governo atual, que não foi eleito). Um programa que ajudou a elevar substancialmente o acesso do jovem ao ensino superior, conforme se vê no gráfico que abre esse post.
A porcentagem de matrículas em instituições de ensino superior no total da população jovem passou de 18% ao final do governo FHC para 35% em 2015, final da gestão Dilma!
Que tipo de “ruína” é essa?
Tampouco há dinheiro jogado fora!
Há sim sucesso, e investimento no que há de mais importante para o ser humano: educação.
O artigo de Gaspari nos faz, por outro lado, voltar à pergunta: existe, em algum lugar do mundo, uma elite e uma imprensa tão sórdidas como as nossas?
Entende-se que a Secom de Temer já tenha, na metade do ano, torrado todo o dinheiro de publicidade reservado para 2017, conforme noticiado hoje, e que tenha decidido buscar mais recursos públicos para abastecer a imprensa chapa-branca.
A coluna de Elio Gaspari justifica esse gasto do governo.
Pode-se gastar, hoje, dinheiro à vontade em itens como: publicidade na Folha e compra de deputados.
Mas financiar ensino superior para jovens de baixa renda, aí era “megalomania petista” ou farra do “Fies petista”.
Eis a análise de Gaspari, dando fé a um estudo obviamente partidário do Ministério da Fazenda:
A “análise” de Gaspari só tem um problema. O que ele chama de “farra de faculdades privadas”, e “carteiras de empréstimos”, são na verdade quase 2 milhões de jovens brasileiros, de carne e osso, 97% das classes C, D e E, que foram, muitas vezes, os primeiros de suas famílias a estudar numa universidade.
Esses jovens, por terem podido cursar uma universidade, ajudarão o país a elevar a sua produtividade, terão maior autoestima e talvez sejam cidadãos mais conscientes.
O egoísmo da elite brasileira, refletida nesse artigo incrivelmente desonesto de Elio Gaspari, é assombroso.
O termo “Fies petista” serve apenas para reforçar um estereótipo, faturando em cima de um preconceito partidário criado pela própria mídia. É o discurso do ódio puro e simples. Gaspari já pode reivindicar o título de “paraninfo” do MBL.
Entretanto, há algo ainda mais diabólico na narrativa da mídia, que é o seu aspecto apocalíptico. O título do artigo não poderia ser mais manipulador: “A Fazenda mapeou a ruína do Fies petista”. Tão poucas palavras para dizer tantas mentiras.
O colunista pressupõe que o atual ministério da Fazenda, chefiado por uma equipe sem nenhum compromisso com a população, tenha alguma condição de fazer um “mapa” imparcial do Fies. E fala em “ruína” e num “espeto” de R$ 24 bilhões em… 2024!
Gaspari (e os técnicos da Fazenda) agem como se o objeto de sua análise fosse algum tipo de título público sem valor, emitido irresponsavelmente pelos governos “petistas”, e não dois milhões de jovens brasileiros, que se integrarão à força de trabalho e estarão sustentando esse país, muitos em funções de comando, até 2024!
O FIES ajudou a formar centenas de milhares de engenheiros, médicos, cientistas, administradores, professores, intelectuais.
Não são “contratos da Fies petista”. São cidadãos brasileiros que participaram de um programa implementado por um governo eleito (diferentemente desse governo atual, que não foi eleito). Um programa que ajudou a elevar substancialmente o acesso do jovem ao ensino superior, conforme se vê no gráfico que abre esse post.
A porcentagem de matrículas em instituições de ensino superior no total da população jovem passou de 18% ao final do governo FHC para 35% em 2015, final da gestão Dilma!
Que tipo de “ruína” é essa?
Tampouco há dinheiro jogado fora!
Há sim sucesso, e investimento no que há de mais importante para o ser humano: educação.
O artigo de Gaspari nos faz, por outro lado, voltar à pergunta: existe, em algum lugar do mundo, uma elite e uma imprensa tão sórdidas como as nossas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: