Por Julian Rodrigues, na revista Fórum:
Por outro lado, a classe dominante não tem nenhuma dúvida de que interditar Lula é condição para avançar na agenda ultraliberal e ultraconservadora. Pode haver diferenças na tática (se é possível ou conveniente tirar o ex-presidente das eleições, ou até mesmo prender Lula, ou se é melhor tentar derrotá-lo nas urnas), mas as elites compartilham do diagnóstico de que o maior obstáculo à continuidade do golpe é o líder petista.
O patrimônio simbólico, político e eleitoral de Lula é uma reserva de força gigantesca da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Independente das críticas necessárias às limitações da estratégia e dos governos encabeçados pelo PT e sem descuidar do fundamental debate de programa, o fato é que a melhor – ou única – chance de derrotar o bloco golpista no curto prazo passa pela campanha e vitória de Lula nas eleições de 2018.
Aliás, nem mesmo a realização das eleições no ano que vem estão asseguradas nesse momento. Tudo vai depender do desenrolar da luta de classes, da batalha nas ruas, da resistência popular.
Lula é o grande bode na sala de jantar do andar de cima.
Enquanto o nordestino estiver vivo, com saúde, livre, fazendo política, a burguesia sabe que tem limites para impor sua vontade, que não é possível implantar seu projeto sem resistência de massas, sem um líder popular para enfrentá-los.
Eleição sem Lula é fraude
Essa é a palavra de ordem central hoje, junto com #DiretasJá e #NenhumDireitoAMenos.
A razão é simples: eventual proibição da candidatura Lula seria o rompimento com o que resta de legalidade institucional depois do golpe de 2016. Significa que as classes dominantes não aceitarão nenhuma pactuação democrática, não admitirão nem ao menos a hipótese de serem derrotadas em eleições diretas.
Daí que todos setores não golpistas estão chamados à construção dessa ampla frente democrática pela democracia, que se materializa, nesse momento, na defesa de Lula.
Uma eventual ausência da candidatura Lula não beneficia o PSOL ou setores à esquerda, nem mesmo fortalece Ciro Gomes ou setores de centro. Apenas evidenciará o óbvio: a disputa eleitoral será um jogo de cartas marcadas. Não é para valer. Vai ganhar o candidato ungido pela grande burguesia, pelo rentismo, pela Globo, pelos interesses norte-americanos.
Alguns podem perguntar: mas a luta contra a reforma trabalhista e contra a reforma da previdência não tem maior potencial mobilizador e não dialogam melhor com os trabalhadores nesse momento de massacre midiático contra o PT e Lula?
Sim e não. Por que a luta pontual contra as medidas do golpe é insuficiente : há que se resistir e propor ao mesmo tempo.
É preciso apontar um horizonte de mudanças acurto prazo. As pessoas têm que enxergar possibilidades reais de saída da crise, um projeto de país, a volta do crescimento econômico, dos empregos. Senão, crescerá a antipolítica, a desilusão e a extrema-direita.
Ou seja: só um projeto articulado e nítido que apresente uma alternativa concreta pode nos levar a construir uma nova maioria política. E não existe projeto em abstrato. Lula é a personificação de um rumo diferente. Simboliza, para grandes massas populares, a volta dos “bons tempos”. É o contraponto a tudo que representa o governo Temer.
A campanha Lula-Presidente, que já começou, tende a ser o principal movimento político-social de resistência ao golpe nos próximos meses. As mobilizações, manifestações, greves, atos das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo devem ser intensificadas.
Mas somente a pauta da defesa da democracia e da candidatura Lula dará sentido estratégico à resistência contra as reformas, mesmo que nem todos esses setores venham a apoiar o candidato petista no primeiro turno. Guilherme Boulos, por exemplo, sabe disso e esteve presente no ato da Paulista, no dia 12, e fez forte denúncia da sentença de Moro.
Às ruas, pela democracia, por Lula: dia 20, 17h, no Masp, em São Paulo.
As violações ao processo legal e as arbitrariedades de Moro na sua caçada contra Lula são evidentes para um número cada vez maior de pessoas. Enquanto o governo ilegítimo avança em velocidade alucinante em sua agenda de desmonte das políticas sociais e retirada de direitos, a nova etapa do golpe se inicia: impedir Lula de ser candidato a presidente.
Muito setores democráticos , progressistas e alguns setores de esquerda, embora critiquem a perseguição à Lula, tem dúvidas sobre a conveniência de sua candidatura ou sobre a centralidade da luta contra sua inabilitação eleitoral.
Muito setores democráticos , progressistas e alguns setores de esquerda, embora critiquem a perseguição à Lula, tem dúvidas sobre a conveniência de sua candidatura ou sobre a centralidade da luta contra sua inabilitação eleitoral.
Por outro lado, a classe dominante não tem nenhuma dúvida de que interditar Lula é condição para avançar na agenda ultraliberal e ultraconservadora. Pode haver diferenças na tática (se é possível ou conveniente tirar o ex-presidente das eleições, ou até mesmo prender Lula, ou se é melhor tentar derrotá-lo nas urnas), mas as elites compartilham do diagnóstico de que o maior obstáculo à continuidade do golpe é o líder petista.
O patrimônio simbólico, político e eleitoral de Lula é uma reserva de força gigantesca da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Independente das críticas necessárias às limitações da estratégia e dos governos encabeçados pelo PT e sem descuidar do fundamental debate de programa, o fato é que a melhor – ou única – chance de derrotar o bloco golpista no curto prazo passa pela campanha e vitória de Lula nas eleições de 2018.
Aliás, nem mesmo a realização das eleições no ano que vem estão asseguradas nesse momento. Tudo vai depender do desenrolar da luta de classes, da batalha nas ruas, da resistência popular.
Lula é o grande bode na sala de jantar do andar de cima.
Enquanto o nordestino estiver vivo, com saúde, livre, fazendo política, a burguesia sabe que tem limites para impor sua vontade, que não é possível implantar seu projeto sem resistência de massas, sem um líder popular para enfrentá-los.
Eleição sem Lula é fraude
Essa é a palavra de ordem central hoje, junto com #DiretasJá e #NenhumDireitoAMenos.
A razão é simples: eventual proibição da candidatura Lula seria o rompimento com o que resta de legalidade institucional depois do golpe de 2016. Significa que as classes dominantes não aceitarão nenhuma pactuação democrática, não admitirão nem ao menos a hipótese de serem derrotadas em eleições diretas.
Daí que todos setores não golpistas estão chamados à construção dessa ampla frente democrática pela democracia, que se materializa, nesse momento, na defesa de Lula.
Uma eventual ausência da candidatura Lula não beneficia o PSOL ou setores à esquerda, nem mesmo fortalece Ciro Gomes ou setores de centro. Apenas evidenciará o óbvio: a disputa eleitoral será um jogo de cartas marcadas. Não é para valer. Vai ganhar o candidato ungido pela grande burguesia, pelo rentismo, pela Globo, pelos interesses norte-americanos.
Alguns podem perguntar: mas a luta contra a reforma trabalhista e contra a reforma da previdência não tem maior potencial mobilizador e não dialogam melhor com os trabalhadores nesse momento de massacre midiático contra o PT e Lula?
Sim e não. Por que a luta pontual contra as medidas do golpe é insuficiente : há que se resistir e propor ao mesmo tempo.
É preciso apontar um horizonte de mudanças acurto prazo. As pessoas têm que enxergar possibilidades reais de saída da crise, um projeto de país, a volta do crescimento econômico, dos empregos. Senão, crescerá a antipolítica, a desilusão e a extrema-direita.
Ou seja: só um projeto articulado e nítido que apresente uma alternativa concreta pode nos levar a construir uma nova maioria política. E não existe projeto em abstrato. Lula é a personificação de um rumo diferente. Simboliza, para grandes massas populares, a volta dos “bons tempos”. É o contraponto a tudo que representa o governo Temer.
A campanha Lula-Presidente, que já começou, tende a ser o principal movimento político-social de resistência ao golpe nos próximos meses. As mobilizações, manifestações, greves, atos das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo devem ser intensificadas.
Mas somente a pauta da defesa da democracia e da candidatura Lula dará sentido estratégico à resistência contra as reformas, mesmo que nem todos esses setores venham a apoiar o candidato petista no primeiro turno. Guilherme Boulos, por exemplo, sabe disso e esteve presente no ato da Paulista, no dia 12, e fez forte denúncia da sentença de Moro.
Às ruas, pela democracia, por Lula: dia 20, 17h, no Masp, em São Paulo.
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