Por Thiago Cassis, no site da UJS:
Não é novidade que o Facebook cresce exponencialmente a cada dia. São mais de 2 bilhões de usuários ao redor do planeta, ou, como lembrou a coordenadora do FNDC, Renata Mielli, 25 por cento da população mundial. Aniversários, eventos, festas, candidaturas, absolutamente tudo que pudermos imaginar em relação ao cotidiano e a agenda das pessoas está atrelado à mais poderosa rede social do mundo, o Facebook, que foi fundada pelo norte-americano Mark Zuckerberg.
Diversos questionamentos surgem a partir de uma rápida análise sobre o Facebook e seu poder de pautar tudo o que as pessoas consomem. Desde roupas até ideias. Em artigo recente, (disponível aqui) Renata aponta que desde a mobilização para as manifestações de junho de 2013 no Brasil até a Primavera Árabe, Indignados da Espanha e Occupy Wall Street, no ano de 2011, tudo passou pela plataforma de Zuckerberg.
Mas o que os movimentos sociais devem fazer a partir do momento que sim, sabemos que trata-se de um monopólio, mas ao mesmo tempo um quarto do planeta está lá? Como equalizar a necessidade de ocupar os espaços de disputa da formação do senso comum e ter consciência dos perigos do Facebook?
Sobre os perigos de monopólio, a própria Renata Mielli nos explicou que nunca um meio de comunicação, ou uma plataforma de comunicação, teve um “poder monopólico tão grande quanto o Facebook. Além de reunir essa quantidade enorme de pessoas pelo mundo, ela é praticamente a única plataforma com essa característica, então isso configura um monopólio muito perigoso, para as garantias democráticas, para a garantia e observância de direitos humanos, como a liberdade de expressão e tantos outros direitos”.
Não é novidade que o Facebook cresce exponencialmente a cada dia. São mais de 2 bilhões de usuários ao redor do planeta, ou, como lembrou a coordenadora do FNDC, Renata Mielli, 25 por cento da população mundial. Aniversários, eventos, festas, candidaturas, absolutamente tudo que pudermos imaginar em relação ao cotidiano e a agenda das pessoas está atrelado à mais poderosa rede social do mundo, o Facebook, que foi fundada pelo norte-americano Mark Zuckerberg.
Diversos questionamentos surgem a partir de uma rápida análise sobre o Facebook e seu poder de pautar tudo o que as pessoas consomem. Desde roupas até ideias. Em artigo recente, (disponível aqui) Renata aponta que desde a mobilização para as manifestações de junho de 2013 no Brasil até a Primavera Árabe, Indignados da Espanha e Occupy Wall Street, no ano de 2011, tudo passou pela plataforma de Zuckerberg.
Mas o que os movimentos sociais devem fazer a partir do momento que sim, sabemos que trata-se de um monopólio, mas ao mesmo tempo um quarto do planeta está lá? Como equalizar a necessidade de ocupar os espaços de disputa da formação do senso comum e ter consciência dos perigos do Facebook?
Sobre os perigos de monopólio, a própria Renata Mielli nos explicou que nunca um meio de comunicação, ou uma plataforma de comunicação, teve um “poder monopólico tão grande quanto o Facebook. Além de reunir essa quantidade enorme de pessoas pelo mundo, ela é praticamente a única plataforma com essa característica, então isso configura um monopólio muito perigoso, para as garantias democráticas, para a garantia e observância de direitos humanos, como a liberdade de expressão e tantos outros direitos”.
Outra questão apontada pela coordenadora do FNDC foi o fato de que para acessar muitos serviços e até outras plataformas, você necessariamente precisa ter uma conta no Facebook, e destaca “o Facebook além de tudo, é uma plataforma privada, e isso precisa ser objeto de reflexão por parte da sociedade, por parte dos movimentos sociais, que utilizam essa plataforma, por parte dos estados nacionais, o Facebook inclusive ameaça a soberania de muitos países, porque não possui nenhum tipo de transparência em como ele determina aquilo que é ou não visto, como se dá a política de remoção de conteúdos, tudo isso é muito inacessível e a gente não compartilha dessas decisões”.
Também problematizando os riscos do monopólio que a maior ferramenta de comunicação do mundo representa, o editor-chefe do Portal Vermelho, Inácio Carvalho, explica que “a comunicação, por natureza, é um ambiente de profunda diversidade, o que estabelece a possibilidade de amplo debate de ideias, Na internet, ambiente extremamente democrático, essa diversidade deve se impor ainda mais. O monopólio do Facebook é absolutamente incompatível com essa realidade. Portanto, o risco desse monopólio mundial é a imposição de um pensamento único, superficial e quase sempre alheio à realidade dos internautas. Isso se torna mais grave em razão do enorme poder de expansão do Facebook”.
A diretora de comunicação da União da Juventude Socialista, Patrícia de Matos, coloca que “nós que nos propomos a produzir conteúdo e a constituir mídias alternativas precisamos nos apropriar das ferramentas e plataformas e o Facebook certamente está nesse escopo. Identificar brechas tecnológicas que nos permitam falar com mais gente é importante, embora a gente saiba que o Facebook é uma empresa que tem assumido uma posição que vai na contramão disso, vide o exemplo da derrubada do alcance de páginas sob a alegação de “combate ao terrorismo”, prejudicando enormemente os ativistas da área”.
Também problematizando os riscos do monopólio que a maior ferramenta de comunicação do mundo representa, o editor-chefe do Portal Vermelho, Inácio Carvalho, explica que “a comunicação, por natureza, é um ambiente de profunda diversidade, o que estabelece a possibilidade de amplo debate de ideias, Na internet, ambiente extremamente democrático, essa diversidade deve se impor ainda mais. O monopólio do Facebook é absolutamente incompatível com essa realidade. Portanto, o risco desse monopólio mundial é a imposição de um pensamento único, superficial e quase sempre alheio à realidade dos internautas. Isso se torna mais grave em razão do enorme poder de expansão do Facebook”.
A diretora de comunicação da União da Juventude Socialista, Patrícia de Matos, coloca que “nós que nos propomos a produzir conteúdo e a constituir mídias alternativas precisamos nos apropriar das ferramentas e plataformas e o Facebook certamente está nesse escopo. Identificar brechas tecnológicas que nos permitam falar com mais gente é importante, embora a gente saiba que o Facebook é uma empresa que tem assumido uma posição que vai na contramão disso, vide o exemplo da derrubada do alcance de páginas sob a alegação de “combate ao terrorismo”, prejudicando enormemente os ativistas da área”.
Na mesma direção apontada pela dirigente da UJS, Renata Mielli acredita que “os movimentos sociais necessitam fazer uso consciente do Facebook, conhecendo os limites e os perigos de plataforma privada, que tem interesses comerciais”, e continua, “tudo que você vê na sua timeline é fruto de uma definição de algoritmos do Facebook, então não são todas as pessoas que você alcança, o conceito de alcance do Facebook é muito complicado”.
No entanto, apesar das ponderações, Renata, não sugere um afastamento das redes sociais, pelo contrário, “a gente precisa continuar no Facebook, porque é um espaço de disputa ainda, então nós que atuamos no movimento social, precisamos ocupar todos os espaços e fazer as disputas em todos os espaços, mas não reduzir ou resumir a nossa comunicação, a nossa mobilização, o nosso ativismo político ao Facebook. Precisamos procurar outras alternativas, trabalhar mais nas ruas do que nas redes, fortalecer a mídia alternativa, a mídia sindical, a partir dos seus sites, estimular a navegação na internet fora do Facebook, então acho que são cuidados que a gente precisa ter inclusive para ir combatendo de alguma maneira essa lógica imposta pelo Facebook”.
“Acredito que temos que atuar em todos os lugares, achar as brechas, mas sempre tendo a consciência de que existe uma limitação clara e que o Facebook não é, em sua essência, algo democrático. Ele possibilita uma dinamicidade maior nos processos de circulação da informação por conta da convergência digital (o que antes não tínhamos nos casos isolados do impresso, do Rádio e da TV), atendendo à dinâmica atual em que o receptor da ‘mensagem’ passa a ser um sujeito ativo no processo comunicacional. No entanto, isso não está isento do papel hegemonista que têm os monopólios da comunicação e os efeitos do capital, propriamente dito”, reflete Patricia.
Em relação à forma de consumo de informação no Facebook, Renata Mielli exemplifica, “as pessoas percorrem suas timelines de uma maneira muito rápida e não conseguem fixar a informação, não vão além das manchetes ou de uma linha fina, não se aprofundam nas notícias ou quando clicam e lêem uma notícia, se a notícia for muito grande as pessoas acabam não lendo na integra, então isso cria uma volatilidade tão grande da informação, que gera uma superficialidade e faz com que as pessoas tenham na verdade paradoxalmente muito menos informação hoje do que tinham antes”, e na sequência ela aprofunda a análise dessa contradição “então, apesar do excesso de informação, o nível de informação que as pessoas individualmente captam ou vão buscar ler de fato é mínima, porque elas ficam naquela loucura de percorrer as timelines e não se aprofundam na notícia, isso é péssimo porque você cria uma sociedade extremamente frágil, muito suscetível à manipulação”.
O debate acerca do monopólio, assim como, a proporção que o Facebook tomará estão em aberto, mas quando pensamos que um quarto do planeta se concentra em uma plataforma privada, a discussão se torna urgente e necessária, e para concluir, a diretora de comunicação da UJS, aponta “portanto, lutemos em todos os campos sabendo o que eles representam e construindo alternativas tecnológicas livres que nos ajude a ganhar mais autonomia nesse contexto”.
No entanto, apesar das ponderações, Renata, não sugere um afastamento das redes sociais, pelo contrário, “a gente precisa continuar no Facebook, porque é um espaço de disputa ainda, então nós que atuamos no movimento social, precisamos ocupar todos os espaços e fazer as disputas em todos os espaços, mas não reduzir ou resumir a nossa comunicação, a nossa mobilização, o nosso ativismo político ao Facebook. Precisamos procurar outras alternativas, trabalhar mais nas ruas do que nas redes, fortalecer a mídia alternativa, a mídia sindical, a partir dos seus sites, estimular a navegação na internet fora do Facebook, então acho que são cuidados que a gente precisa ter inclusive para ir combatendo de alguma maneira essa lógica imposta pelo Facebook”.
“Acredito que temos que atuar em todos os lugares, achar as brechas, mas sempre tendo a consciência de que existe uma limitação clara e que o Facebook não é, em sua essência, algo democrático. Ele possibilita uma dinamicidade maior nos processos de circulação da informação por conta da convergência digital (o que antes não tínhamos nos casos isolados do impresso, do Rádio e da TV), atendendo à dinâmica atual em que o receptor da ‘mensagem’ passa a ser um sujeito ativo no processo comunicacional. No entanto, isso não está isento do papel hegemonista que têm os monopólios da comunicação e os efeitos do capital, propriamente dito”, reflete Patricia.
Em relação à forma de consumo de informação no Facebook, Renata Mielli exemplifica, “as pessoas percorrem suas timelines de uma maneira muito rápida e não conseguem fixar a informação, não vão além das manchetes ou de uma linha fina, não se aprofundam nas notícias ou quando clicam e lêem uma notícia, se a notícia for muito grande as pessoas acabam não lendo na integra, então isso cria uma volatilidade tão grande da informação, que gera uma superficialidade e faz com que as pessoas tenham na verdade paradoxalmente muito menos informação hoje do que tinham antes”, e na sequência ela aprofunda a análise dessa contradição “então, apesar do excesso de informação, o nível de informação que as pessoas individualmente captam ou vão buscar ler de fato é mínima, porque elas ficam naquela loucura de percorrer as timelines e não se aprofundam na notícia, isso é péssimo porque você cria uma sociedade extremamente frágil, muito suscetível à manipulação”.
O debate acerca do monopólio, assim como, a proporção que o Facebook tomará estão em aberto, mas quando pensamos que um quarto do planeta se concentra em uma plataforma privada, a discussão se torna urgente e necessária, e para concluir, a diretora de comunicação da UJS, aponta “portanto, lutemos em todos os campos sabendo o que eles representam e construindo alternativas tecnológicas livres que nos ajude a ganhar mais autonomia nesse contexto”.
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