Por Paulo Pimenta, no blog Viomundo:
A salvação de Temer, acusado de corrupção, além dos prejuízos políticos para o país, tem um custo econômico altíssimo.
Os R$ 11 bilhões em aumento de impostos anunciados essa semana já são reflexos do uso indevido e irresponsável da máquina pública que Temer faz para comprar votos na Câmara e tentar se salvar.
A estimativa inicial que se faz, por baixo, é que o valor que está em jogo chega próximo aos R$ 300 bilhões.
Essa quantia pode ser ainda maior até o dia 2 de agosto, data da votação.
Primeiro foram 2 bilhões em emendas para comprar votos na Câmara.
Depois, a sanção da lei que regulariza terras públicas ocupadas ilegalmente por grandes proprietários de terra na Amazônia, em atendimento à bancada ruralista.
Segundo cálculo da ONG Imazon, isso representa uma perda de pelo menos R$ 19 bilhões de patrimônio público.
Nos últimos dias, como já mencionado, veio o aumento dos impostos. E agora, o governo se debruça sobre a proposta que prevê R$ 220 bilhões em perdão de dívidas (Refis) para os grandes sonegadores do país, incluindo muitos parlamentares que são donos de empresas.
Esse instrumento certamente será usado como moeda de troca para que Temer dê continuidade ao seu plano de compra de votos.
Além disso, no pacote de Temer, há também a MP do Funrural, que soma mais R$ 26 bilhões, e a promessa para acelerar a tramitação do projeto que libera a venda de terras para o capital estrangeiro no Brasil, em atendimento a mais uma demanda da bancara ruralista no Congresso.
Apenas nesta operação, para se salvar, adiar sua prisão e de seus assessores próximos, como Moreira Franco e Eliseu Padilha, Michel Temer está repassando uma conta para o país de quase R$ 300 bilhões, valor correspondente a cerca de 10 anos de Bolsa Família.
Certos da impunidade, um dos vice-líderes do governo Temer na Câmara chegou a afirmar que o Palácio será generoso com os deputados “fiéis” por meio “instrumentos orçamentários” e manutenção de apadrinhados políticos.
Flagrado negociando a compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia, indicando Rodrigo Rocha Loures para receber malas de propinas da JBS e denunciado por corrupção passiva, Temer, em suas últimas jogadas, indica a continuidade de práticas criminosas.
Há cerca de 15 dias, juntamente com os deputados Wadih Damous, Paulo Teixeira e Henrique Fontana, apresentei denúncia à Procuradoria Geral da República sobre o uso do cargo de presidente da República por Michel Temer para compra de votos na Câmara.
Certamente, a sociedade brasileira aguarda uma manifestação da PGR sobre esses episódios antes da votação.
A democracia brasileira foi comprada pela turma de Temer sob o silêncio do sistema de Justiça do país. Será que eles irão calar novamente?
* Paulo Pimenta é jornalista e deputado federal.
A salvação de Temer, acusado de corrupção, além dos prejuízos políticos para o país, tem um custo econômico altíssimo.
Os R$ 11 bilhões em aumento de impostos anunciados essa semana já são reflexos do uso indevido e irresponsável da máquina pública que Temer faz para comprar votos na Câmara e tentar se salvar.
A estimativa inicial que se faz, por baixo, é que o valor que está em jogo chega próximo aos R$ 300 bilhões.
Essa quantia pode ser ainda maior até o dia 2 de agosto, data da votação.
Primeiro foram 2 bilhões em emendas para comprar votos na Câmara.
Depois, a sanção da lei que regulariza terras públicas ocupadas ilegalmente por grandes proprietários de terra na Amazônia, em atendimento à bancada ruralista.
Segundo cálculo da ONG Imazon, isso representa uma perda de pelo menos R$ 19 bilhões de patrimônio público.
Nos últimos dias, como já mencionado, veio o aumento dos impostos. E agora, o governo se debruça sobre a proposta que prevê R$ 220 bilhões em perdão de dívidas (Refis) para os grandes sonegadores do país, incluindo muitos parlamentares que são donos de empresas.
Esse instrumento certamente será usado como moeda de troca para que Temer dê continuidade ao seu plano de compra de votos.
Além disso, no pacote de Temer, há também a MP do Funrural, que soma mais R$ 26 bilhões, e a promessa para acelerar a tramitação do projeto que libera a venda de terras para o capital estrangeiro no Brasil, em atendimento a mais uma demanda da bancara ruralista no Congresso.
Apenas nesta operação, para se salvar, adiar sua prisão e de seus assessores próximos, como Moreira Franco e Eliseu Padilha, Michel Temer está repassando uma conta para o país de quase R$ 300 bilhões, valor correspondente a cerca de 10 anos de Bolsa Família.
Certos da impunidade, um dos vice-líderes do governo Temer na Câmara chegou a afirmar que o Palácio será generoso com os deputados “fiéis” por meio “instrumentos orçamentários” e manutenção de apadrinhados políticos.
Flagrado negociando a compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia, indicando Rodrigo Rocha Loures para receber malas de propinas da JBS e denunciado por corrupção passiva, Temer, em suas últimas jogadas, indica a continuidade de práticas criminosas.
Há cerca de 15 dias, juntamente com os deputados Wadih Damous, Paulo Teixeira e Henrique Fontana, apresentei denúncia à Procuradoria Geral da República sobre o uso do cargo de presidente da República por Michel Temer para compra de votos na Câmara.
Certamente, a sociedade brasileira aguarda uma manifestação da PGR sobre esses episódios antes da votação.
A democracia brasileira foi comprada pela turma de Temer sob o silêncio do sistema de Justiça do país. Será que eles irão calar novamente?
* Paulo Pimenta é jornalista e deputado federal.
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