Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Mesmo um chefe de governo irresponsável como Donald Trump foi capaz de perceber sinais da covardia incontrolável de chefes de governo de países vizinhos da Venezuela.
Uma semana depois que os governos do Mercosul - Michel Temer a frente - votaram pela suspensão da Venezuela, Trump anunciou que não descarta a "opção militar" para intervir naquele país.
Não é uma declaração de guerra, mas tampouco é uma frase solta no ar. Numa ritual tradicionalmente usado para conversas íntimas e transmissão de recados confidenciais, amanhã o vice-presidente Mike Pence inicia uma visita à América Latina, passando pela Colômbia e Panamá, países que tem um papel estratégico em qualquer debate - mesmo puramente teórico - sobre operações militares na área.
É óbvio que a Venezuela estará na pauta dessas conversas.
Camuflados numa postura democrática que só fazem questão de defender fora de suas próprias fronteiras, nos últimos dias os governos da região se apressaram em tomar distância de Caracas - no momento em que o país ensaia uma saída democrática para uma situação de pré-guerra civil com a convocação da Assembléia Constituinte que, enfrentada a bala pelo terrorismo da oposição, contou com a participação de mais de 40% dos venezuelanos.
Incapazes de conter o receio de que a resistência do povo daquele país possa ser vista como exemplo por suas próprias populações e estimular uma postura de recusa a submissão a Washington que se tornou a linha diplomática comum de Brasília e Buenos Aires, Lima e Assunção, os governos da região não hesitaram em mais um tentativa de isolar e enfraquecer o governo Nicolás Maduro que, com erros e defeitos, é expressão do voto soberano dos venezuelanos.
A partir da absurda decisão do Mercosul, aconteceu o óbvio. Constatando o caminho ficou livre, Trump agradeceu com o discurso da "opção militar". Qualquer calouro de marketing político sabe que, para um governante às voltas com um imenso desgaste interno, o discurso bélico é sempre uma forma de recuperar popularidade e desviar atenção de problemas reais.
Embora vários governos já tenham se apressado em condenar uma eventual intervenção militar - como fez o ministro Aloysio Nunes Ferreira - todo mundo sabe que era isso mesmo o que iria acontecer - ao menos no plano das palavras.
A briga de vizinhos, que poderiam ser considerados aliados naturais da Venezuela, é um estimulo a intervenções imperiais em qualquer parte do mundo - e, nestes dias, ajuda a entender as dificuldades de Washington em dar uma resposta ao gosto de Donald Trump diante dos mísseis da Coreia do Norte.
Mesmo um chefe de governo irresponsável como Donald Trump foi capaz de perceber sinais da covardia incontrolável de chefes de governo de países vizinhos da Venezuela.
Uma semana depois que os governos do Mercosul - Michel Temer a frente - votaram pela suspensão da Venezuela, Trump anunciou que não descarta a "opção militar" para intervir naquele país.
Não é uma declaração de guerra, mas tampouco é uma frase solta no ar. Numa ritual tradicionalmente usado para conversas íntimas e transmissão de recados confidenciais, amanhã o vice-presidente Mike Pence inicia uma visita à América Latina, passando pela Colômbia e Panamá, países que tem um papel estratégico em qualquer debate - mesmo puramente teórico - sobre operações militares na área.
É óbvio que a Venezuela estará na pauta dessas conversas.
Camuflados numa postura democrática que só fazem questão de defender fora de suas próprias fronteiras, nos últimos dias os governos da região se apressaram em tomar distância de Caracas - no momento em que o país ensaia uma saída democrática para uma situação de pré-guerra civil com a convocação da Assembléia Constituinte que, enfrentada a bala pelo terrorismo da oposição, contou com a participação de mais de 40% dos venezuelanos.
Incapazes de conter o receio de que a resistência do povo daquele país possa ser vista como exemplo por suas próprias populações e estimular uma postura de recusa a submissão a Washington que se tornou a linha diplomática comum de Brasília e Buenos Aires, Lima e Assunção, os governos da região não hesitaram em mais um tentativa de isolar e enfraquecer o governo Nicolás Maduro que, com erros e defeitos, é expressão do voto soberano dos venezuelanos.
A partir da absurda decisão do Mercosul, aconteceu o óbvio. Constatando o caminho ficou livre, Trump agradeceu com o discurso da "opção militar". Qualquer calouro de marketing político sabe que, para um governante às voltas com um imenso desgaste interno, o discurso bélico é sempre uma forma de recuperar popularidade e desviar atenção de problemas reais.
Embora vários governos já tenham se apressado em condenar uma eventual intervenção militar - como fez o ministro Aloysio Nunes Ferreira - todo mundo sabe que era isso mesmo o que iria acontecer - ao menos no plano das palavras.
A briga de vizinhos, que poderiam ser considerados aliados naturais da Venezuela, é um estimulo a intervenções imperiais em qualquer parte do mundo - e, nestes dias, ajuda a entender as dificuldades de Washington em dar uma resposta ao gosto de Donald Trump diante dos mísseis da Coreia do Norte.
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