Por Marcia Cruz-Redding
Os Estados Unidos da América, a terra dos sonhos de liberdade, igualdade, dignidade, respeito, liberdade religiosa e educação, mudou radicalmente com a eleição do milionário Donald Trump à Presidência da República. O discurso agressivo do novo presidente, durante a campanha e após as eleições, despertou uma parcela minoritária da população que quer ressuscitar o racismo, a homofobia, a xenofobia e a intolerância.
Nos últimos meses, a nação ‘’hollywoodiana’’ vem vendo o ressurgimento de grupos racistas como o Klu Klux Kan em todos os estados. Várias outras organizações menores têm realizado demonstrações ou publicado artigos provocadores nas redes sociais. A manifestação de um grupo de supremacistas brancos (em inglês, “white-supremacists”) em Charlottesville, estado da Virginia, no dia 12 de agosto, resultou na morte de Heather Heyer, uma ativista dos direitos humanos de 32 anos. Este evento foi o estopim de uma nova fase desses grupos de inspiração neonazista ou apenas mais uma etapa da escalada de ódio que assola o país?
O presidente americano condenou a violência de forma ambígua e disse que os dois grupos de manifestantes eram igualmente culpados. Esta declaração provocou uma reação negativa em boa parte da população. Ao culpar os dois grupos, o presidente não condenou a presença de neonazistas e membros da Klu Klux Kan entre os manifestantes racistas. Políticos republicanos e democratas foram contra a posição de Trump. Alguns membros do conselho de apoio ao presidente abandonaram o comitê depois dessas declarações. O último golpe foi a demissão coletiva dos membros do Conselho Presidencial para as Artes e Humanidades. Em carta pública, os membros do conselho ressaltaram em cada parágrafo a sua oposição às declarações de Trump. A primeira letra de cada um dos seis parágrafos da carta formou a palavra ‘’Resist’’, associada com os protestos contra a atual administração.
De fato, há uma resistência popular contra Trump que a imprensa internacional, e em especial a brasileira, não consegue captar. Milhares de americanos estão realizando manifestações em diversas partes do país. Em Boston, cerca de 40.000 ativistas pelos direitos humanos marcharam pelas ruas do centro no dia 19 de agosto para demonstrar seu repúdio contra um grupo racista que, baseado na Constituição norte-americana, quis realizar um ‘’free speech’’ (liberdade de expressão) no principal parque da cidade. A “contra-marcha” dos setores progressistas foi pacífica e a administração de Boston deixou bem claro que atos de violência e de provocação não serão tolerados. O prefeito Marty Walsh e a procuradora-geral do estado de Massachusetts, Maura Healey, caminharam lado a lado com os manifestantes.
Neste momento conturbado da administração de Donald Trump o que está no horizonte é o perigo da volta de um período macabro de racismo da história norte-americana e a decisão política da população de permitir ou não que isto aconteça. Uma vez mais, a nação mais poderosa do planeta terá a oportunidade de mostrar ao mundo se o significado do “american way of life” contempla a democracia ou não. A grande questão é saber diferenciar quem é quem nesta realidade que, infelizmente, remete a um cenário ‘’hollywoodiano”.
* Marcia Cruz-Redding é jornalista brasileira residente em Waltham, estado de Massachusetts.
Os Estados Unidos da América, a terra dos sonhos de liberdade, igualdade, dignidade, respeito, liberdade religiosa e educação, mudou radicalmente com a eleição do milionário Donald Trump à Presidência da República. O discurso agressivo do novo presidente, durante a campanha e após as eleições, despertou uma parcela minoritária da população que quer ressuscitar o racismo, a homofobia, a xenofobia e a intolerância.
Nos últimos meses, a nação ‘’hollywoodiana’’ vem vendo o ressurgimento de grupos racistas como o Klu Klux Kan em todos os estados. Várias outras organizações menores têm realizado demonstrações ou publicado artigos provocadores nas redes sociais. A manifestação de um grupo de supremacistas brancos (em inglês, “white-supremacists”) em Charlottesville, estado da Virginia, no dia 12 de agosto, resultou na morte de Heather Heyer, uma ativista dos direitos humanos de 32 anos. Este evento foi o estopim de uma nova fase desses grupos de inspiração neonazista ou apenas mais uma etapa da escalada de ódio que assola o país?
O presidente americano condenou a violência de forma ambígua e disse que os dois grupos de manifestantes eram igualmente culpados. Esta declaração provocou uma reação negativa em boa parte da população. Ao culpar os dois grupos, o presidente não condenou a presença de neonazistas e membros da Klu Klux Kan entre os manifestantes racistas. Políticos republicanos e democratas foram contra a posição de Trump. Alguns membros do conselho de apoio ao presidente abandonaram o comitê depois dessas declarações. O último golpe foi a demissão coletiva dos membros do Conselho Presidencial para as Artes e Humanidades. Em carta pública, os membros do conselho ressaltaram em cada parágrafo a sua oposição às declarações de Trump. A primeira letra de cada um dos seis parágrafos da carta formou a palavra ‘’Resist’’, associada com os protestos contra a atual administração.
De fato, há uma resistência popular contra Trump que a imprensa internacional, e em especial a brasileira, não consegue captar. Milhares de americanos estão realizando manifestações em diversas partes do país. Em Boston, cerca de 40.000 ativistas pelos direitos humanos marcharam pelas ruas do centro no dia 19 de agosto para demonstrar seu repúdio contra um grupo racista que, baseado na Constituição norte-americana, quis realizar um ‘’free speech’’ (liberdade de expressão) no principal parque da cidade. A “contra-marcha” dos setores progressistas foi pacífica e a administração de Boston deixou bem claro que atos de violência e de provocação não serão tolerados. O prefeito Marty Walsh e a procuradora-geral do estado de Massachusetts, Maura Healey, caminharam lado a lado com os manifestantes.
Neste momento conturbado da administração de Donald Trump o que está no horizonte é o perigo da volta de um período macabro de racismo da história norte-americana e a decisão política da população de permitir ou não que isto aconteça. Uma vez mais, a nação mais poderosa do planeta terá a oportunidade de mostrar ao mundo se o significado do “american way of life” contempla a democracia ou não. A grande questão é saber diferenciar quem é quem nesta realidade que, infelizmente, remete a um cenário ‘’hollywoodiano”.
* Marcia Cruz-Redding é jornalista brasileira residente em Waltham, estado de Massachusetts.
A América ainda tem muito que nos oferecer. Quem viver verá. Não fosse assim brazucas não estavam indo parir nos EUA. Não é em vão.
ResponderExcluirNa verdade, sempre é em vão que se pare. Há que se tirar, de fato, o feto do ventre da mãe.
ResponderExcluirParindo aqui, lá, acolá, pare-se, portanto, em vão.
E a não ser que o comentarista a quem ouso replicar pense diverso, as pessoas, todas as que tiverem vindo à luz, têm direito a um mínimo de dignidade.
Dignidade que, aqui, lá e acolá, não me parece ser muito respeitada. Apesar de certas gradações.
Salvo melhor juízo, nos EUA, potência militar e econômica, a gradação a que me referi nem é das mais positivas dentre os países ditos ricos.
E "quem viver, verá" é frase de fé. Pode ser que remova as suas montanhas. As minhas e as de outros brasileiros não levam a coisa nenhuma. Ou melhor, levem talvez ao vão. Para onde os estadunidenses (América é coisa de colonizado), os brasileiros, os chineses, os nigerianos, todos, enfim, todos nós haveremos de acabar. Quem morrer, verá. Ou melhor, nada verá.
O buraco é bem mais embaixo.