Por Altamiro Borges
O “picolé de chuchu” que governa São Paulo e o “prefake” da capital paulista até tentam disfarçar nos eventos oficiais. Mas as bicadas no ninho tucano são cada dia mais explícitas e sangrentas. Na semana passada, um dos principais aliados de Geraldo Alckmin, o deputado estadual Campos Machado disparou em plena tribuna da Assembleia Legislativa (Alesp): “O senhor é um traidor. Vou repetir: o senhor é um traidor. E não existe nada pior no mundo do que a traição. O senhor traiu o governador vergonhosamente", disse o exaltado parlamentar do PTB. Ele também denunciou as frequentes viagens do “prefake” turista:
“A cidade não tem prefeito. O prefeito é um turista que vem de vez em quando a São Paulo. Ele dizia que era gestor. Ele nunca foi gestor, ele é político. E mais político que nós. Somos amadores perto de João Doria, esse é profissional”. E concluiu: “Sei a dificuldade que Geraldo passou para conseguir emplacar o Doria, assisti telefonema meio ríspido entre ele e Serra e ele e Aloysio, enfrentando Fernando Henrique Cardoso, que não queria o Doria”. Ele também minimizou sua possível saída do PSDB para disputar a presidência da República. “Pode mudar para qualquer partido, mas vai levar com ele a pecha de traidor. Não posso fazer previsão do futuro mas, a continuar desse jeito, não terá futuro político. Vai ter que voltar a ser gestor”.
O desabafo de Campos Machado, um canino aliado do “picolé de chuchu”, indica que a guerra nas hostes governistas de São Paulo saiu de controle e tende a partir para a baixaria. Como observou Bernardo Mello Franco, em artigo publicado na Folha nesta sexta-feira (8), “já virou novela. Dia sim, outro também, Geraldo Alckmin e João Doria lavam roupa suja pelos jornais. As juras de amor e lealdade ficaram no passado. O relacionamento dos tucanos entrou naquela fase em que tudo termina em queixas e insinuações. O motivo da crise é o fato de que os dois só pensam naquilo: a Presidência da República. Como o PSDB só pode lançar um candidato, governador e prefeito passaram a se bicar como estranhos no ninho”.
“Se ainda havia alguma tentativa de disfarçar o mal-estar, ela foi abandonada nesta semana. Doria admitiu mudar de partido se o padrinho não abrir mão da disputa em seu favor. Alckmin se irritou e disse que o ‘novo’ na política é ‘falar a verdade’. Mais tarde, em entrevista a uma rádio, o governador foi questionado sobre o afilhado. Sua resposta revelou o tamanho da mágoa: ‘Uma vez meu pai me falou: lembre-se de Santo Antônio de Pádua. Quando não puder falar bem, não diga nada’... Não é a primeira vez que o eleitor brasileiro assiste a um confronto entre criador e criatura. A novidade no conflito atual parece estar na afobação do prefeito. Apesar da overdose de exposição, João Doria está no cargo há apenas oito meses e oito dias. É pouco tempo para apresentar resultados consistentes, além da espuma do marketing”.
Pesquisas e decepções
As bicadas sangrentas no ninho tucano prometem novos lances nas próximas semanas. Há boatos de que aliados de Geraldo Alckmin já encomendaram pesquisas para avaliar o comportamento traiçoeiro do “prefake”. Um deles indagou se o paulistano aprova que João Doria deixe o cargo para concorrer a outro posto. Mais de 70% teriam rejeitado a hipótese. Estas sondagens também já indicariam queda de popularidade do prefeito marqueteiro. Para complicar ainda mais as suas ambições, a velha carga do PSDB decidiu escanteá-lo de vez. O Instituto Teotônio Vilela, braço da legenda, sequer o convidou para falar no seminário “Desafios políticos de um mundo em intensa transformação” nesta semana.
Este clima de guerra talvez explique a decepção do filósofo José Arthur Giannotti, o velho amigo de FHC que foi considerado por décadas como a maior referência intelectual do tucanato. Em entrevista à Folha, publicada em 4 de setembro passado, ele decretou: “O PSDB morreu. Quer que eu fale de defuntos? O PSDB não é mais um partido. Funcionava como um partido quando as decisões eram tomadas em bons restaurantes e todos estavam de acordo. Agora isso não há mais. E não existe alguém como Lula para aglutinar todos”. Sobre o “prefake” turista, Giannotti foi corrosivo: “Gestor ele não é. Ele é um bom comunicador, que se veste de gari e assim por diante. Até agora não vi ele provar ser um grande gestor”.
*****
Leia também:
- O “prefake” turista e a fúria de Alckmin
- Doria, o “vagabundo”, está derretendo
- Doria jura “lealdade” a Alckmin. É fake!
- Doria apunhala o “Santo” da Odebrecht!
- Além de trair Alckmin, Doria trai paulistanos
- FHC ironiza o “prefake” João Doria
- Mortes na Marginal Tietê. Cadê o Doria?
- Doria, o falso gari, reduz varrição de ruas
- Doria, a greve geral e os “vagabundos”
- Rocha Loures tem negócios com Doria?
- Bia Doria vai depor na CPI da Lei Rouanet?
O “picolé de chuchu” que governa São Paulo e o “prefake” da capital paulista até tentam disfarçar nos eventos oficiais. Mas as bicadas no ninho tucano são cada dia mais explícitas e sangrentas. Na semana passada, um dos principais aliados de Geraldo Alckmin, o deputado estadual Campos Machado disparou em plena tribuna da Assembleia Legislativa (Alesp): “O senhor é um traidor. Vou repetir: o senhor é um traidor. E não existe nada pior no mundo do que a traição. O senhor traiu o governador vergonhosamente", disse o exaltado parlamentar do PTB. Ele também denunciou as frequentes viagens do “prefake” turista:
“A cidade não tem prefeito. O prefeito é um turista que vem de vez em quando a São Paulo. Ele dizia que era gestor. Ele nunca foi gestor, ele é político. E mais político que nós. Somos amadores perto de João Doria, esse é profissional”. E concluiu: “Sei a dificuldade que Geraldo passou para conseguir emplacar o Doria, assisti telefonema meio ríspido entre ele e Serra e ele e Aloysio, enfrentando Fernando Henrique Cardoso, que não queria o Doria”. Ele também minimizou sua possível saída do PSDB para disputar a presidência da República. “Pode mudar para qualquer partido, mas vai levar com ele a pecha de traidor. Não posso fazer previsão do futuro mas, a continuar desse jeito, não terá futuro político. Vai ter que voltar a ser gestor”.
O desabafo de Campos Machado, um canino aliado do “picolé de chuchu”, indica que a guerra nas hostes governistas de São Paulo saiu de controle e tende a partir para a baixaria. Como observou Bernardo Mello Franco, em artigo publicado na Folha nesta sexta-feira (8), “já virou novela. Dia sim, outro também, Geraldo Alckmin e João Doria lavam roupa suja pelos jornais. As juras de amor e lealdade ficaram no passado. O relacionamento dos tucanos entrou naquela fase em que tudo termina em queixas e insinuações. O motivo da crise é o fato de que os dois só pensam naquilo: a Presidência da República. Como o PSDB só pode lançar um candidato, governador e prefeito passaram a se bicar como estranhos no ninho”.
“Se ainda havia alguma tentativa de disfarçar o mal-estar, ela foi abandonada nesta semana. Doria admitiu mudar de partido se o padrinho não abrir mão da disputa em seu favor. Alckmin se irritou e disse que o ‘novo’ na política é ‘falar a verdade’. Mais tarde, em entrevista a uma rádio, o governador foi questionado sobre o afilhado. Sua resposta revelou o tamanho da mágoa: ‘Uma vez meu pai me falou: lembre-se de Santo Antônio de Pádua. Quando não puder falar bem, não diga nada’... Não é a primeira vez que o eleitor brasileiro assiste a um confronto entre criador e criatura. A novidade no conflito atual parece estar na afobação do prefeito. Apesar da overdose de exposição, João Doria está no cargo há apenas oito meses e oito dias. É pouco tempo para apresentar resultados consistentes, além da espuma do marketing”.
Pesquisas e decepções
As bicadas sangrentas no ninho tucano prometem novos lances nas próximas semanas. Há boatos de que aliados de Geraldo Alckmin já encomendaram pesquisas para avaliar o comportamento traiçoeiro do “prefake”. Um deles indagou se o paulistano aprova que João Doria deixe o cargo para concorrer a outro posto. Mais de 70% teriam rejeitado a hipótese. Estas sondagens também já indicariam queda de popularidade do prefeito marqueteiro. Para complicar ainda mais as suas ambições, a velha carga do PSDB decidiu escanteá-lo de vez. O Instituto Teotônio Vilela, braço da legenda, sequer o convidou para falar no seminário “Desafios políticos de um mundo em intensa transformação” nesta semana.
Este clima de guerra talvez explique a decepção do filósofo José Arthur Giannotti, o velho amigo de FHC que foi considerado por décadas como a maior referência intelectual do tucanato. Em entrevista à Folha, publicada em 4 de setembro passado, ele decretou: “O PSDB morreu. Quer que eu fale de defuntos? O PSDB não é mais um partido. Funcionava como um partido quando as decisões eram tomadas em bons restaurantes e todos estavam de acordo. Agora isso não há mais. E não existe alguém como Lula para aglutinar todos”. Sobre o “prefake” turista, Giannotti foi corrosivo: “Gestor ele não é. Ele é um bom comunicador, que se veste de gari e assim por diante. Até agora não vi ele provar ser um grande gestor”.
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