segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Articulador político de Temer é um “bosta”

Por Altamiro Borges

A quadrilha que assaltou o poder tenta aparentar que está tranquila. Segundo o noticiário da mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade, Michel Temer teria folgada maioria na Câmara Federal para abortar a segunda denúncia de Rodrigo Rodrigo Janot, o ex-procurador-geral da República – que acusou o golpista de comandar uma “organização criminosa” e de obstruir a Justiça. O chefe do “quadrilhão”, porém, pode ter surpresas desagradáveis. A base fisiológica e mercenária de apoio no parlamento está em guerra e exige cada vez mais benesses – em emendas e outras mutretas – para salvar a pele do usurpador. Na semana passada, uma cena risível ilustrou este cenário perigoso, conforme registro da Folha:

“O ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) passou por um constrangimento durante solenidade na manhã desta quarta (13), na Câmara dos Deputados. O vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), se recusou a cumprimentá-lo e o chamou de ‘bosta’ e ‘merda’ na frente de todas as outras autoridades... O desentendimento começou quando os políticos presentes se preparavam para começar a solenidade em que a Câmara formalizou o compromisso de repassar aos cofres do Tesouro Nacional R$ 221 milhões arrecadados com a venda da administração da folha de pagamento da Casa. Você é um bosta, um merda’, repetiu algumas vezes Ramalho após recusar o cumprimento do ministro de Temer”.

A briga por espaços no covil dos golpista deixou a penumbra do esgoto. Agora é pública e violenta. Deputados do PMDB e dos partidos do chamado “Centrão” tentam escantear o PSDB, acusando a sigla de ocupar vários cargos no governo e de não ser fiel ao Judas Michel Temer. Eles lembram da votação da primeira denúncia de Rodrigo Janot, quando parte dos tucanos votou pela admissão da investigação. Antonio Imbassahy, o responsável pela articulação política da quadrilha no parlamento, passou a ser o principal alvo dos deputados avarentos. Segundo o noticiário da mídia, diariamente o grão-tucano é motivo de intrigas na patética base governista. A disputa por espaços – e grana – é cada dia mais encarniçada.

Ainda segundo a Folha, Antonio Imbassahy não lidera ninguém na Câmara Federal. "Para o deputado Ramalho, 'o Temer é que é o real articulador político do governo. Eu disse a ele [Imbassahy] que ele não vale nada, não tem um voto na Câmara. Ele cuida muito do dele, e esquece deputado. Só pensa nele, só faz coisas pra ele. Faz uma pesquisa aí entre os deputados. Aí eu disse: 'Vai se catar'... Ramalho não especificou quais demandas exatamente teriam sido frustradas no seu contato particular com o ministro... O governo atribui a insatisfação de Ramalho a uma disputa por cargos no Ministério das Cidades. O deputado esteve no Palácio do Planalto esta semana para cobrar espaços na pasta, mas não conseguiu ser atendido por Imbassahy”.

Haja ratos no covil golpista! Neste ambiente fétido e putrefato, as traições sempre são possíveis!

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Um comentário:

  1. Darcy Brasil Rodrigues da Silva18 de setembro de 2017 às 13:48

    A maioria dos analistas tem raciocinado como se Temer dependesse apenas da compra de votos para permanecer no cargo. Entretanto, as divergências entre as posições da Globo, de um lado, e as posições da FSP e do Estado de São Paulo, de outro lado (só para marcar essa oposição com estes três exemplos dos lixos mediáticos, embora penso que ela possa ser corroborada com outros) revelam que, além dos fisiológicos, Temer pode contar com uma bancada programática, ou seja, que a ele se alinhará sem ter que ser comprada da forma grotesca que se sabe. Esse apoio a Temer sugere também que Rodrigo Maia não representaria o grupo ao lado do qual se coloca a FSP e o Estadão.

    Se meu raciocínio está correto (reconheço que, como alguém que depende de um Wi-Fi público para acessar a Internet, não podendo ainda ficar muito tempo navegando, tenho limitações para reunir os dados de conjunto), não considero difícil reunir 172 deputados para permanecer no cargo até 2018.

    Temer certamente já não conta com a maioria do Congresso Nacional, mas dificilmente deixará de contar com a minoria de 172 votos necessários para se safar da denúncia

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