Ilustração: Cival Einstein Macedo Alves |
Michel Temer estava na China, na reunião dos BRICs, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se viu obrigado a ameaçar com a revisão do acordo de delação premiada dos executivos da JBS.
Temer não conteve a satisfação diante das irregularidades reveladas do processo, a começar pela duvidosa participação do procurador Marcelo Miller, ex-integrante da PGR e hoje advogado da J&F, holding que controla a JBS, no planejamento da ação que levaria Joesley Batista a gravá-lo durante um encontro no Palácio do Jaburu.
Temer não conteve a satisfação diante das irregularidades reveladas do processo, a começar pela duvidosa participação do procurador Marcelo Miller, ex-integrante da PGR e hoje advogado da J&F, holding que controla a JBS, no planejamento da ação que levaria Joesley Batista a gravá-lo durante um encontro no Palácio do Jaburu.
A tramoia colocou em dúvida a atuação de Janot e os métodos de obtenção de provas e parecia a oportunidade perfeita para o peemedebista se livrar de uma provável nova denúncia do Ministério Público. Diante de tal deslize da PGR, pouca gente ainda acreditava nas chances de o Congresso autorizar uma investigação do presidente pelo Supremo Tribunal Federal, o que levar a seu afastamento do cargo.
O peemedebista comemorou, no entanto, cedo demais. De volta ao Brasil, a situação complicou-se novamente. A apreensão de 51 milhões de reais em um apartamento em Salvador emprestado por um empresário a Geddel Vieira Lima e a consequente prisão do ex-ministro na manhã da sexta-feira 8 (Vieira Lima cumpria prisão domiciliar, mas foi levado a um presídio) recoloca Temer na berlinda.
Com a homologação pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, da delação do doleiro Lucio Bolonha Funaro, aumentam as chances de o Ministério Público conectar as malas de dinheiro atribuídas a Vieira Lima a um esquema de propina que envolve a cúpula do governo e o próprio presidente.
Basta seguir os seguintes passos:
Entre junho e julho, Funaro afirmou à Polícia Federal ter pagado 20 milhões de reais em propina a Vieira Lima. A PF ainda não identificou (ou não divulgou) a origem dos 51 milhões apreendidos no “bunker” de Salvador.
Vieira Lima atuava como interlocutor de Joesley Batista no governo Temer até ser obrigado a deixar o ministério por conta da tentativa de liberar a construção de um prédio em Salvador, no qual era proprietário de um apartamento, em uma área tombada pelo patrimônio histórico. Quem o substituiu na medição entre Batista e Temer foi o ex-assessor especial do presidente Ricardo da Rocha Loures, flagrado ao sair de uma pizzaria em São Paulo com uma mala recheada com 500 mil reais.
Funaro também afirmou à PF ter apresentado Vieira Lima a Batista. O ex-ministro acabou preso em julho por telefonar várias vezes à mulher do doleiro, o que foi interpretado pelos investigadores como uma tentativa de intimidação de testemunha e obstrução da Justiça.
O doleiro cita o pagamento de propina a Temer, conforme relatos vazados à mídia.
Na terça 5, parlamentares comentavam pelos corredores do Congresso que as imagens das malas de dinheiro no “bunker” de Salvador eram péssimas para Temer e, em certa medida, serviam de contrapeso aos erros de Janot no episódio da delação da JBS.
* Colaborou André Barrocal.
O peemedebista comemorou, no entanto, cedo demais. De volta ao Brasil, a situação complicou-se novamente. A apreensão de 51 milhões de reais em um apartamento em Salvador emprestado por um empresário a Geddel Vieira Lima e a consequente prisão do ex-ministro na manhã da sexta-feira 8 (Vieira Lima cumpria prisão domiciliar, mas foi levado a um presídio) recoloca Temer na berlinda.
Com a homologação pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, da delação do doleiro Lucio Bolonha Funaro, aumentam as chances de o Ministério Público conectar as malas de dinheiro atribuídas a Vieira Lima a um esquema de propina que envolve a cúpula do governo e o próprio presidente.
Basta seguir os seguintes passos:
Entre junho e julho, Funaro afirmou à Polícia Federal ter pagado 20 milhões de reais em propina a Vieira Lima. A PF ainda não identificou (ou não divulgou) a origem dos 51 milhões apreendidos no “bunker” de Salvador.
Vieira Lima atuava como interlocutor de Joesley Batista no governo Temer até ser obrigado a deixar o ministério por conta da tentativa de liberar a construção de um prédio em Salvador, no qual era proprietário de um apartamento, em uma área tombada pelo patrimônio histórico. Quem o substituiu na medição entre Batista e Temer foi o ex-assessor especial do presidente Ricardo da Rocha Loures, flagrado ao sair de uma pizzaria em São Paulo com uma mala recheada com 500 mil reais.
Funaro também afirmou à PF ter apresentado Vieira Lima a Batista. O ex-ministro acabou preso em julho por telefonar várias vezes à mulher do doleiro, o que foi interpretado pelos investigadores como uma tentativa de intimidação de testemunha e obstrução da Justiça.
O doleiro cita o pagamento de propina a Temer, conforme relatos vazados à mídia.
Na terça 5, parlamentares comentavam pelos corredores do Congresso que as imagens das malas de dinheiro no “bunker” de Salvador eram péssimas para Temer e, em certa medida, serviam de contrapeso aos erros de Janot no episódio da delação da JBS.
* Colaborou André Barrocal.
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