Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Não é novidade o tratamento que a mídia e a Justiça dão para petistas em geral em comparação com o que dão para tucanos em geral, mas a comparação entre os casos de Lula e Aécio ultrapassa todos os limites do razoável.
Na última quarta-feira, o STF decidiu reinstaurar decisão do ministro Edson Fachin contra o senador pelo PSDB de Minas Gerais tomada em maio último, quando eclodiu a delação de Joesley Batista.
Para tanto, a primeira turma do STF – composta pelos ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso – decidiu afastar o tucano do Senado e confiná-lo em sua residência à noite.
A medida foi uma alternativa à prisão preventiva de Aécio, que havia sido pedida quatro meses atrás pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Após a decisão de Fachin, no primeiro semestre, o Senado, eivado de corporativismo, reintegrou Aécio à Casa e este já até começou a dar entrevistas e a participar de eventos como se nada tivesse acontecido.
O STF demorou, “apenas”, QUATRO MESES para decidir o que fazer com Aécio, contra quem as provas abundam. Para não ficar muito chato, a Corte optou por uma decisão suave, baseada no artigo 319 do Código Processo Penal (CPP), que deixa muito claro que o afastamento do mandato e a imposição de não sair de casa à noite é uma alternativa à prisão preventiva.
A decisão é revoltante pela demora. A total ausência de urgência em deixar o tucano livre, leve e solto depois da enormidade do que disse nos áudios com Joesley nos quais foi flagrado no primeiro semestre, é uma bofetada no rosto de cada brasileiro.
Contra Aécio, uma gravação em que ele chega a cogitar matar a pessoa que iria buscar a propina se ela depois fosse fazer delação premiada, imagens de malas da propina sendo conduzidas pelo primo do tucano e lista com nomes e valores apreendida na casa dele contendo a inscrição “Cx. 2”.
Pressa da Justiça? Zero. Pressa da mídia que exige condenação de Lula pra ontem? Zero. Pressa desse bando de desocupados de extrema-direita que ficam na internet pregando que joguem Lula na cadeia com base em acusações de delatores que ficariam presos para sempre se não o acusassem? Zero.
E contra Lula, o que há? Nada. No recente interrogatório do ex-presidente por Sergio Moro lá em Curitiba, ficou claro que tudo que existe contra o ex-presidente são acusações sem provas feitas por criminosos flagrados em esquemas de corrupção ou pessoas coagidas a mentir, como o idoso Glaucos da Costamarques, que, após ser ameaçado de ficar anos na prisão, mudou depoimentos anteriores e passou a acusar Lula de não pagar o aluguel do apartamento contíguo ao seu, do qual é proprietário.
Você diria que faltam provas contra Lula e sobram contra Aécio? Se for uma pessoa decente, dirá. Mas a Justiça e a mídia só têm pressa para condenar Lula. Contra Aécio faltam adjetivos, falta urgência, falta indignação.
E faltam decisões
Um país só é democrático quando a lei vale da mesma forma para todos. A leniência da Justiça contra tucanos, a hipocrisia do Congresso, que, agora, quer reintegrar Aécio ao Senado distorcendo o artigo 53, parágrafo segundo da Constituição.
O artigo 53, parágrafo segundo da CF diz que parlamentares só podem ser presos se forem pegos em flagrante, mas a medida contra Aécio está sendo tomada justamente para que ele NÃO seja preso.
Ah, o artigo 53 tampouco autoriza uma Casa legislativa a reintegrar membro que a Justiça afastou.
Esse é o Congresso que cassou o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff por ter feito empréstimo bancário por alguns dias para pagar programas sociais para gente miserável. E essa é a Justiça que perde 4 meses para tomar uma decisão de restrição de direitos contra um senador bandido flagrado pedindo propina e combinando meios de obstruir a Justiça.
Com que moral Justiça e Mídia vão julgar Lula em 2ª instância em tempo recorde e sem um décimo das provas que pesam contra Aécio? Em país em que as Forças Armadas não param de falar em golpe, tudo é possível.
***
Assista [aqui] a reportagem em vídeo do Blog da Cidadania.
Não é novidade o tratamento que a mídia e a Justiça dão para petistas em geral em comparação com o que dão para tucanos em geral, mas a comparação entre os casos de Lula e Aécio ultrapassa todos os limites do razoável.
Na última quarta-feira, o STF decidiu reinstaurar decisão do ministro Edson Fachin contra o senador pelo PSDB de Minas Gerais tomada em maio último, quando eclodiu a delação de Joesley Batista.
Para tanto, a primeira turma do STF – composta pelos ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso – decidiu afastar o tucano do Senado e confiná-lo em sua residência à noite.
A medida foi uma alternativa à prisão preventiva de Aécio, que havia sido pedida quatro meses atrás pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Após a decisão de Fachin, no primeiro semestre, o Senado, eivado de corporativismo, reintegrou Aécio à Casa e este já até começou a dar entrevistas e a participar de eventos como se nada tivesse acontecido.
O STF demorou, “apenas”, QUATRO MESES para decidir o que fazer com Aécio, contra quem as provas abundam. Para não ficar muito chato, a Corte optou por uma decisão suave, baseada no artigo 319 do Código Processo Penal (CPP), que deixa muito claro que o afastamento do mandato e a imposição de não sair de casa à noite é uma alternativa à prisão preventiva.
A decisão é revoltante pela demora. A total ausência de urgência em deixar o tucano livre, leve e solto depois da enormidade do que disse nos áudios com Joesley nos quais foi flagrado no primeiro semestre, é uma bofetada no rosto de cada brasileiro.
Contra Aécio, uma gravação em que ele chega a cogitar matar a pessoa que iria buscar a propina se ela depois fosse fazer delação premiada, imagens de malas da propina sendo conduzidas pelo primo do tucano e lista com nomes e valores apreendida na casa dele contendo a inscrição “Cx. 2”.
Pressa da Justiça? Zero. Pressa da mídia que exige condenação de Lula pra ontem? Zero. Pressa desse bando de desocupados de extrema-direita que ficam na internet pregando que joguem Lula na cadeia com base em acusações de delatores que ficariam presos para sempre se não o acusassem? Zero.
E contra Lula, o que há? Nada. No recente interrogatório do ex-presidente por Sergio Moro lá em Curitiba, ficou claro que tudo que existe contra o ex-presidente são acusações sem provas feitas por criminosos flagrados em esquemas de corrupção ou pessoas coagidas a mentir, como o idoso Glaucos da Costamarques, que, após ser ameaçado de ficar anos na prisão, mudou depoimentos anteriores e passou a acusar Lula de não pagar o aluguel do apartamento contíguo ao seu, do qual é proprietário.
Você diria que faltam provas contra Lula e sobram contra Aécio? Se for uma pessoa decente, dirá. Mas a Justiça e a mídia só têm pressa para condenar Lula. Contra Aécio faltam adjetivos, falta urgência, falta indignação.
E faltam decisões
Um país só é democrático quando a lei vale da mesma forma para todos. A leniência da Justiça contra tucanos, a hipocrisia do Congresso, que, agora, quer reintegrar Aécio ao Senado distorcendo o artigo 53, parágrafo segundo da Constituição.
O artigo 53, parágrafo segundo da CF diz que parlamentares só podem ser presos se forem pegos em flagrante, mas a medida contra Aécio está sendo tomada justamente para que ele NÃO seja preso.
Ah, o artigo 53 tampouco autoriza uma Casa legislativa a reintegrar membro que a Justiça afastou.
Esse é o Congresso que cassou o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff por ter feito empréstimo bancário por alguns dias para pagar programas sociais para gente miserável. E essa é a Justiça que perde 4 meses para tomar uma decisão de restrição de direitos contra um senador bandido flagrado pedindo propina e combinando meios de obstruir a Justiça.
Com que moral Justiça e Mídia vão julgar Lula em 2ª instância em tempo recorde e sem um décimo das provas que pesam contra Aécio? Em país em que as Forças Armadas não param de falar em golpe, tudo é possível.
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Assista [aqui] a reportagem em vídeo do Blog da Cidadania.
Podemos resumir o judiciário numa sentença: pela vileza do caráter de seus integrantes " O judiciário é o mais corrupto, oligárquico, reacionário escravocrata, plutocrata, entreguista e obscurantista .
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